BRASIL - Se você passou algum tempo no TikTok ou Instagram nos últimos dias, é bem provável que tenha cruzado com ela: maiô preto, postura de auditório e uma sinceridade que beira o constrangimento. Marisa Maiô é a nova sensação da internet, uma apresentadora carismática, debochada e surpreendentemente realista que tem dominado os algoritmos com seus vídeos hilários e entrevistas inusitadas. Mas há um detalhe: ela não existe de verdade.
Marisa é uma criação do ilustrador e ator carioca Raony Phillips, também conhecido pelo sucesso de “Girls in The House”. A personagem é 100% gerada por inteligência artificial, mais precisamente com o uso do Veo 2, ferramenta desenvolvida pelo Google para a produção de vídeos ultrarrealistas. E mesmo com o Veo 3 já disponível, foi a versão anterior que deu vida (ou quase isso) à apresentadora que vem roubando a cena nas redes.
Com mais de 3 milhões de visualizações somadas no Instagram e no X (antigo Twitter), Marisa protagoniza um tipo de programa de auditório onde entrevista convidados, chama repórteres e interage com uma plateia tudo criado por IA. Em um dos vídeos mais populares, ela pergunta para uma médica o que é necessário para parar de ter espinhas. A resposta? "É só parar de ter." A reação da plateia simulada, com risos e aplausos perfeitamente sincronizados, é o que transforma o absurdo em comédia.
O humor ácido e o timing perfeito da personagem têm sido os principais ingredientes do sucesso. Marisa virou trend topic, virou meme e virou referência de como a tecnologia pode ser usada de maneira criativa para entreter e também confundir.
A ascensão de Marisa Maiô mostra como o uso da IA no entretenimento pode ser poderoso, mas também levanta um alerta importante: nem tudo que parece real é. Em tempos de vídeos ultrarrealistas, é essencial manter o senso crítico afiado e saber distinguir o que é criação artística do que é realidade. Afinal, rir é ótimo mas, com consciência, sempre.
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