BRASIL - Formado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduado em Religião e Cultura, Aldo Menezes, de 55 anos, é um veterano no mercado editorial religioso. Desde dezembro de 2020, ele ocupa o cargo de editor de aquisição e conteúdo na Editora Hagnos, onde sua paixão pela literatura e sua fé se encontram para promover valores cristãos através de diversos gêneros literários. Coordenando todo o processo de produção das obras, desde a contratação do texto até a entrega do PDF à gráfica para impressão.
Em entrevista ao Imirante.com, Aldo diz que entender o público-alvo é um ponto crucial para produção e distribuição de livros religiosos. "O público evangélico é muito diverso, com diferentes correntes como calvinistas, arminianos, pentecostais e tradicionais", explica. A necessidade de lançar livros que agradem a esse vasto espectro é um desafio constante. Ele ressalta a importância de um conteúdo sólido, baseado na Bíblia, e uma distribuição bem planejada que inclua tanto canais tradicionais quanto digitais.
Além de entender o público, um autor enfrenta muitas etapas e ao ser questionado sobre os desafios enfrentados por escritores de literatura religiosa, ele conta que não diferem muito dos autores seculares. A competitividade e a necessidade de se destacar em um mercado saturado são obstáculos comuns. Além disso, encontrar uma editora disposta a investir em novos talentos é um desafio significativo. Aldo continuar a destacar a dificuldade adicional de equilibrar um conteúdo teológico sólido com uma escrita acessível ao público geral.
Ainda durante a entrevista, Aldo enfatiza a importância da mentoria em Escrita Criativa, ainda incipiente no mercado evangélico. "Ela oferece orientação especializada, crítica construtiva e apoio contínuo, aprimorando a qualidade técnica e estilística da obra e ajudando os autores a desenvolverem sua voz única", comenta. A falta dessa mentoria resulta em muitos manuscritos sendo rejeitados, um problema que ele acredita que deve ser endereçado para melhorar a produção literária focada no público evangélico.
No foco de literatura religiosa no Brasil, Aldo diz que: "a maioria da população é religiosa, e os evangélicos crescem exponencialmente, ganhando força e participação em diversas esferas". Ele menciona que grandes empresas de comunicação estão investindo em selos voltados para o público evangélico, percebendo seu poder econômico. No entanto, apesar do crescimento, essa literatura ainda é conservadora, resistindo a temas contemporâneos como diversidade e inclusão. Para Aldo, o desafio é encontrar autores que abordem questões atuais sem perder os valores bíblicos.
Vale ressaltar que Aldo trabalha há 4 anos na editora Hagnos, que recentemente lançou a Bíblia Bilíngue NBV - NIV, um marco importante para os leitores que anseiam por uma experiência de leitura que transcende idiomas. Com o objetivo de atender às necessidades de diversos públicos, esta obra combina duas traduções modernas e acessíveis: a Nova Bíblia Viva (NBV) e a New International Version (NIV). O livro sagrado se destaca por sua linguagem contemporânea e acessível, tornando-a ideal para aqueles que estão se familiarizando com as Escrituras ou buscam uma abordagem mais coloquial e fácil de entender.
Sobre a contribuição da filosofia à prática pastoral
A formação em Filosofia, segundo Aldo Menezes, oferece uma base sólida para a prática e o ministério pastorais, apesar de ser pouco valorizada no meio evangélico. "Ela proporciona habilidades críticas para a análise e interpretação de textos e promove uma compreensão mais profunda das questões éticas e existenciais", afirma. Ele cita o apóstolo Paulo como exemplo de uma mescla bem-sucedida de intelectualidade e espiritualidade, sugerindo que essa combinação pode enriquecer o ministério.
Sobre trajetória, influências pessoais e profissionais
Aldo atribui grande parte de sua trajetória a mentores e influências literárias. Fabiano Medeiros, seu mentor no mercado editorial, ensinou-lhe a valorizar o texto e escolher obras relevantes. Como escritor, ele se inspira em figuras como Agostinho de Hipona e C. S. Lewis, além de escritores seculares como John Updike. Essas influências moldaram sua abordagem profissional, destacando a importância da excelência literária, integridade teológica e transmissão de valores espirituais através da escrita.
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