Resenha

Rock progressivo do Muse encerra segundo dia

Trio fechou noite mais roqueira do festival até então.

Gustavo Sampaio / Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 12h03

RIO DE JANEIRO – Os riffs de “Supremacy”, que marcavam a entrada do trio inglês Muse ao palco, foi de uma sutileza sem igual: o rock progressivo da banda seria, então, a chave de ouro com que o segundo dia da 13 edição do Rock In Rio encerraria. Mas, será que o público estava preparado para o rock mais underground do grupo?

Foto: Getty Images
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Uma constatação é inegável: as atrações do Palco Mundo no segundo dia do festival mostravam, de uma forma decrescente, a afinidade pop do público às bandas. Sendo assim, do pop-rock tupiniquim do Capital Inicial ao emo-rock do 30 Seconds To Mars, passando pela efervescência indie do Florence And The Machine, a banda Muse surgia num palco com o entendimento de que conquistar todos ali seria uma tarefa árdua.

Conquistar todos seria, de fato, bem difícil, porque boa parte do público já dispersava desde o fim da performance de Florence Welch. Mas bastou “Supermassive Black Hole”, a segunda do playlist, ser reproduzida, que muitos começaram a entender a escolha do evento em por o trio no Palco Mundo.

Foto: Getty Images
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Indo do eletrônico ao rock agressivo, a banda comandada por Matthew Bellamy soube dar forma a noite rock, iniciada desde às 14h40, com o som do Autoramas. “Hysteria” e “Stockholm Syndrome” espelhavam a competência do grupo nos palcos, enquanto “Madness” estampava que Bellamy sabia como conduzir o veneno das letras e da sua voz de forma sedutora ao público.

O pop eletrônico do trio continuou em canções do último disco, “The 2nd Law”, com “Panic Station” e “Follow Me”. A sintonia entre guittara, bateria, baixo e piano comprovava um talento invejável em várias bandas do cenário europeu. Apesar de um setlist diversificado, canções essenciais em shows do grupo foram deixadas de lado, como “Undisclosed Desires”, “Resistance” e “Invicible”.

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Caminhando ao fim, passando por “Plug In Baby” e “Time Is Running Out”, culminando em “Starlight”, uma das faixas mais emblemáticas do grupo, foi observado quão tamanha é a integração entre Christopher Wolstenholme, Dominic Howard e Matthew Bellamy. Os versos, por vezes sussurrado, na canção (“Our Hopes And Expectations....Black Holes And Revelations”), mostrou que, entre “balançar a cabeça”ou “dançar”, a apresentação do Muse soube convencer: era como o Rock In Rio – o estilo musical é apenas um detalhe, pois o importante mesmo é a diversão. Nesse quesito, o Muse soube encerrar a noite muito bem.

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