Codó

Mercado das Vísceras continua abandonado

Trabalhar no local é sinônimo de enfrentar, todo dia, muitos problemas.

Acélio Trindade/Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 13h10

CODÓ - O mercado das vísceras foi construído na década de 80, administração do prefeito Reinaldo Zaidan, e desde aquela época, lembrou dona Antonia Araújo Gomes que estava na inauguração, nada foi melhorado pelo poder público. Trabalhar no local é enfrentar, todo dia, muitos problemas, um deles é a falta de espaço para cerca de 20 vendedores.

- Porque é muita gente aqui na frente pra trabalhar, tem hora que a pessoa num pode nem entrar pra vir comprar.

- E a higiene?

- Não é muito boa não porque é misturado, é bom mesmo cada um no seu boxe.

Higiene

Higiene é a maior deficiência do mercado. Pedaços de madeira são usados para colocar o produto ao sol. Debaixo sempre ficam os cães que, de tão presentes, só incomodam a quem ver a cena poucas vezes.

Ninguém usa coisas do tipo tocas, luvas na hora da venda. O contato é feito direto com as vísceras vendidas sobre um balcão nada higiênico que une pedaços do antigo azulejo branco com remendos de cimento. As condições afastam os consumidores.

Consumidores se afastam

A aposentada Rosalina Rodrigues confessou que as vezes sente vontade de levar alguma tripa, um pedaço de fígado, mas perde a coragem quando chega ao mercado.“Muitas vezes dá vontade de comprar, mas aí eu saio, eu desisto porque tem muito inseto, cachorro, aí eu não compro”, disse

A reação da aposentada é a mesma de outras dezenas de pessoas todos os dias segundo dona Raimundo Maria Melo. O resultado disso é o prejuízo contabilizado na venda, reclamou a vendedora que sonha em ver tudo de forma organizada.

"É melhor, encostava muito mais pessoas pra comprar, tudo organizado. Do jeito que está tem gente que chega e sai, bota a mão no nariz e vai embora", frisou com certa tristeza

Dificuldades internas

Apesar de ser público, o mercado das vísceras se mantém da união dos próprios trabalhadores. Por exemplo, a zeladora do local é uma mulher que só trabalha aos domingos porque este é o único dia em que eles podem pagá-la juntando R$ 1,00 de cada um.

Quando a única pia do local dá problema são eles também que se viram, só não podem fazer o mesmo com o prédio. "Nós não temos condições de arrumar, nós pede pra ele fazer isso por nós porque nós não temos condição", apelou seu Antonio Alfredo da Silva Soares.

Diante de tantos problemas, consumidores e vendedores pedem a mesma coisa – reforma ou um novo mercado das vísceras.

"Aqui está muito feio, certo que aqui é lugar de botar vísceras, mas também a gente se come, então está muito desorganizado, falta de higiene", disse o magarefe Antonio Ferreira Silva.

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