Professores da rede municipal de ensino de Caxias estão em greve

Cerca de 20 mil estudantes estão sem aula; protesto é por aumento salarial.

O Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 14h16

CAXIAS - Os professores da rede municipal de ensino de Caxias estão em greve. A categoria decidiu, em assembléia geral realizada no último dia 14, que entraria em greve até o dia 29 deste mês. O motivo do protesto é a falta de negociação entre os professores e a Prefeitura de Caxias.

A categoria reivindica aumento salarial de 10%, com a inclusão da dispersão salarial, que variaria entre sete atividades diferentes para educadores qualificados com cursos que vão desde o magistério até o doutorado. Conforme proposta oferecida pelo prefeito Humberto Coutinho, o aumento dado será de 10%, mas sobre o salário de março, que na época era de R$ 330,00 sem a dispersão salarial, o que equivale a aumento real de apenas de 3,71%, pagos a partir do próximo mês.

Desde que o prefeito anunciou que concederia o aumento irrisório, não houve mais negociações entre os professores e o Executivo. Com a paralisação, a estimativa é de que quase 20 mil estudantes e cerca de 3 mil funcionários da educação cruzaram os braços. Os professores e o Executivo estão negociando o aumento salarial desde o começo do ano.

O prefeito alega que a folha de pagamento do município não suportaria o aumento salarial com dispersão, já que haveria a necessidade de se estabelecer pisos diferentes para cada nível dos professores. Os educadores alegam que há a possibilidade do aumento, já que o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) teve um aumento substancial nos últimos dois anos.

Redução

No início das negociações, os professores reivindicavam aumento salarial de 60%. O índice foi reduzido, pois a Prefeitura passou a alegar falta de recursos para o pagamento do valor exigido. Os educadores afirmaram que retrocederão no valor da proposta desde que haja a dispersão, para que o valor do aumento não fique apenas em R$ 13,00, como sugere Humberto Coutinho.

Outra questão levantada pelos educadores para o avanço das negociações é a falta de sensibilidade do Executivo em apresentar os documentos que comprovem os gastos da Prefeitura.

“Diversas mobilizações já foram promovidas pela categoria, tais como panfletagem, passeatas e paralisações. Outro motivo que também levou os educadores a cruzarem os braços é o fato de a Prefeitura alegar que está sem recursos e a uma semana das eleições promoveram um festival de forró, pago com recursos públicos do município”, declara Silvana Moura, presidente do Sindicato dos Professores.

Durante os dias de mobilização, os professores farão panfletagens, passeatas e vigílias em frente à Prefeitura. A categoria tem se mostrado irredutível em aceitar o aumento, que com os descontos da folha de pagamento deixará o salário inferior ao mínimo em vigência no país.

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