Desafios

Próximo governo deve priorizar reformas, afirma presidente da CNI

Robson Andrade cobra sinais claros e firmes de que país terá a estabilidade econômica e melhoras institucionais necessárias para o crescimento sustentado.

Divulgação/CNI

Atualizada em 27/03/2022 às 11h17
 Presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, discursa na abertura do Encontro Nacional da Indústria (ENAI).
 Presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, discursa na abertura do Encontro Nacional da Indústria (ENAI). (Foto: Divulgação/CNI)

BRASÍLIA - O Brasil não pode mais esperar uma agenda consistente de reformas estruturantes que conduza o país para um futuro de crescimento econômico sustentado. Em mensagem na abertura do 11º Encontro Nacional da Indústria (ENAI), o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, falou dos desafios a serem enfrentados pelos governantes que serão eleitos em outubro para a consolidação de um ambiente de negócios que contribua para aproximar o Brasil do grupo de países desenvolvidos.

“Se fizermos as escolhas corretas, poderemos colocar o Brasil na rota do crescimento e do bem-estar. Se repetirmos erros do passado, o país continuará na rota da incerteza e do baixo crescimento”, disse, ao destacar que esta edição do ENAI ocorre às vésperas das eleições de 2018, momento em que as escolhas dos brasileiros serão decisivas para o futuro do país. “O setor produtivo necessita de sinais claros e firmes de que a política econômica se movimentará na direção de maior estabilidade, de melhoras institucionais e de criação de condições para que o Brasil fortaleça, de fato, a sua indústria”, cobrou.

Desafios e soluções

Andrade falou da importância do Mapa Estratégico da Indústria 2018-2022, documento que deu origem a 43 estudos que apresentam diagnósticos e propõem soluções para os entraves à competitividade do país e para a consolidação de uma indústria inovadora, global e sustentável. Entre os antigos problemas a serem enfrentados, o Mapa trata do sistema tributário complexo e ineficiente, a infraestrutura precária, educação de baixa qualidade, financiamento caro e relações de trabalho que, até a modernização da legislação, eram regidas por uma legislação rígida e anacrônica.

O presidente da CNI reafirmou o apoio da indústria à inadiável reforma da Previdência Social, sem a qual o Brasil arrisca entrar em perigoso processo de insustentabilidade das contas públicas. “Mais do que no passado, teremos de investir na mobilização empresarial para apoiar as reformas”. Segundo ele, a reforma do sistema tributário também deve ser outra agenda prioritária do próximo governo. “De todas as disfunções do nosso ambiente de negócios, essa talvez seja a que mais reduz o nosso potencial de crescimento. Se o nosso sistema tributário seguisse o padrão mundial, poderíamos ter uma política industrial mais focada em questões relevantes, conectadas com a produtividade e a transformação produtiva”, afirmou.

Presente na abertura, o presidente Michel Temer reforçou a importância de o ENAI ocorrer às vésperas do período eleitoral, ao trazer a público e para os concorrentes ao Palácio do Planalto o conjunto de propostas do setor produtivo como contribuição ao crescimento e à competitividade da economia. “É preciso ousadia para realizar as reformas que contribuem para o desenvolvimento do país. Fizemos reformas e colocamos a reforma da Previdência na pauta política do país. Não haverá candidato à Presidência que deixará de se manifestar sobre isso no período eleitoral”, destacou.

Segurança jurídica

No ENAI, Robson Andrade também falou de problemas decorrentes da falta de governança no poder público, que leva a graves ineficiências na execução de políticas públicas e a má alocação e desperdícios nos gastos orçamentários em todos os níveis de governo. Ele deu especial destaque, contudo, ao tema da insegurança jurídica, um dos fatores-chave para a competitividade trazidos no Mapa Estratégico e tema transversal nos 43 documentos que foram entregues aos candidatos à Presidência da República e nortearão as discussões do Diálogo da Indústria com os Candidatos à Presidência, que a CNI realiza em Brasília, nesta quarta-feira (4).

“É muito preocupante quando vemos empresas deixando de produzir no Brasil, deixando de gerar empregos, por conta de problemas decorrentes da insegurança jurídica. A insegurança nasce já no processo de formação de leis e é fruto, ainda, das crescentes tensões entre os Poderes da República e de disputas políticas, com enormes custos para a sociedade. Isso gera uma incerteza sobre o presente, o passado e o futuro. É paralisante e, pela sua dimensão, equivale a uma crise de governança”, criticou Andrade.

Educação e segurança

A preocupante deterioração da segurança pública e seus efeitos sobre a cidadania e a atividade produtiva também passou a figurar entre as prioridades da indústria que estarão em debate no ENAI e no período eleitoral. Além disso, o presidente da CNI falou na urgência de o Brasil dar um salto na qualidade da educação, que terá como um dos desafios a implantação da reforma do ensino médio. “É preciso nos prepararmos para a agenda do século 21. A nova revolução industrial, chamada de Indústria 4.0, está, verdadeiramente, às nossas portas”, observou.

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