CPI da Petrobras

Presidente da Sete Brasil nega irregularidades em contratos com a Petrobras

Segundo ele, auditorias externas não identificaram irregularidades.

Ivan Richard / Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h43

BRASÍLIA - O presidente da empresa Sete Brasil, Luiz Eduardo Guimarães Carneiro, disse hoje (7), em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras que auditorias externas feitas por escritórios de advocacia não identificaram irregularidades nos contratos firmados com a Petrobras para a construção de sondas de perfuração para exploração do petróleo na região do pré-sal.

Em acordo de delação premiada, o ex-gerente de Tecnologia da Petrobras e também ex-diretor da Sete Brasil, Pedro Barusco, afirmou que a empresa pagou propina a diretores da Petrobras nos contratos de construção de 28 sondas de perfuração.

“Assim que surgiram na imprensa as primeiras notícias da Operação 'Lava Jato', contratamos empresas de auditorias externas e escritório de advocacia e não foi encontrada nenhuma irregularidade nos contratos e no processo licitatório das plataformas”, disse Carneiro.

Carneiro assumiu a presidência da Sete Brasil no final de abril do ano passado, quase um mês após a Polícia Federal deflagrar a primeira fase da "Lava Jato", que investiga fraude em contratos da Petrobras.

De acordo com ele, das 28 sondas de perfuração que estavam previstas para serem construídas, 17 estão em construção: duas unidades com mais de 80% dos trabalhos realizados e 10 sondas com avanço superior a 30%. Carneiro informou à CPI que até início da Operação "Lava Jato" as outras 11 sondas ainda estavam em fase de elaboração.

Com o início da operação da PF, disse Carneiro, a Sete Brasil passou a ter dificuldades de caixa e várias obras tiveram redução no ritmo de andamento e outras paralisaram as atividades. “Estamos desde novembro sem pagar os estaleiros”, admitiu Carneiro. Ele explicou que, desde então, dois estaleiros continuaram operando mesmo sem receber, alguns estaleiros diminuíram o ritmo e alguns romperam contratos, explicou Carneiro.

Segundo Pedro Barusco, em delação premiada, a Sete Brasil, uma empresa privada, foi criada por iniciativa da Petrobras em 2011 e sua operação envolvia financiamento do BNDES e de fundos de pensão Petros, Previ (do Banco do Brasil), Valia (da Vale do Rio Doce), Funcef (da Caixa Econômica Federal), Petrobras e dos bancos BTG Pactual, Bradesco e Santander.

Ao ser questionado pelo sub-relator da CPI deputado André Moura (PSC-SE) se a licitação das sondas foi direcionada para que a Sete Brasil vencesse o certamente, Carneiro negou que a empresa tenha sido beneficiada. “A Petrobras identificou na época do pré-sal a necessidade de 40 sondas. Doze foram construídas fora do Brasil. Com a exigência do ANP [Agência Nacional do Petróleo] da produção de conteúdo local a Petrobras foi obrigada a licitar as plataformas de forma que elas fossem produzidas no Brasil. A ideia era que uma empresa com maior condições fosse constituída e assim foi. Ela foi montada antes da licitação das 21 sondas e conseguiu esses contratos, mesmo tendo outro participante na licitação” disse Carneiro.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.