Assassinato

Polícia realiza acareação no caso da peruana assassinada

Mary Caro Ricopa Pina, de 33 anos, foi morta em casa por estrangulamento e com 25 facadas.

Saulo Maclen/O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 12h24

SÃO LUÍS - O delegado Maymone Barros, que comanda as investigações do assassinato da peruana Mary Caro Ricopa Pina, de 33 anos - morta em casa por estrangulamento e com pelo menos 25 facadas no peito, na noite de terça-feira (20), na Vila Santa Clara -, resolveu, ontem, submeter os principais personagens do caso a uma acareação. O procedimento, no qual acusados e testemunhas, já ouvidos, são colocados frente a frente para esclarecer divergências, foi feito na própria Delegacia de Homicídios de São Luís, na Avenida Beira-Mar.

Foram convocados o marido da vítima e principal suspeito, o também peruano Ladslau Guardia Montalvo, de 49 anos; o filho dele, Deybith Guardia Lopez, de 23 anos, e o lavrador Edvaldo Castro dos Santos, de 21 anos, oriundo do município de Viana, que, de acordo com as investigações, esteve no local do crime por volta do meio-dia, portanto, minutos antes de Mary Caro Pina ser assassinada, no quarto da filha de 6 anos.

Em conversa com O Estado, o delegado disse que achou a acareação necessária, devido às contradições do peruano em seus depoimentos desde a data do crime. “Já somamos cerca de 10 contradições desde o primeiro interrogatório do companheiro da vítima. São pequenos detalhes, é verdade, mas que fazem grande diferença no desenrolar do inquérito policial, que, por enquanto, ainda não conseguiu definir a motivação do crime”, adiantou o delegado.

Contradições

Entre as incoerências verificadas nos depoimentos do serralheiro Ladslau Montalvo está a comunicação do roubo do notebook, que, segundo o peruano, foi levado pelo latrocida (quem mata para roubar). Durante as diligências no local do crime, na Rua Nossa Senhora da Conceição, quadra 25, lote 8, casa 4, próximo ao “Campo do Zé Pretinho”, o aparelho foi encontrado. Quando questionado, o suspeito disse que aquele seria outro computador, pertencente ao seu filho.

Ao depor, o filho do peruano afirmou que apenas ele tinha computador na família e que costumava emprestá-lo à madrasta, derrubando, assim, a afirmação do seu pai de que o assassino teria levado o equipamento eletrônico. Outra contradição observada nas oitivas de Ladslau Montalvo foi quando ele disse ter almoçado com a mulher em companhia do lavrador Edvaldo Castro dos Santos, que, por sua vez, negou ter entrado na casa. “Fiquei esperando ele [Ladslau] no portão”, disse o lavrador.

Logo após a acareação, Deybith Guardia Lopez e Edvaldo dos Santos foram liberados. Ladslau Montalvo, no entanto, passou o restante da tarde conversando com o delegado Maymone Barros, acompanhado de uma advogada. O interrogatório isolado entrou pela noite e, até o fechamento da matéria, a polícia ainda não havia esclarecido a motivação do crime, que pode ter sido passional ou ainda pelo envolvimento do peruano com o tráfico internacional de drogas, pelo qual já foi condenado há mais de 13 anos.

Mais

Ladslau Guardia Montalvo, segundo informou a Superintendência de Polícia Civil da Capital, também, é investigado pela morte de Rinaldo Ribeiro, o Bag, assassinado em janeiro de 2008, na MA-201 (Estrada de Ribamar). Diante das declarações controversas do peruano, a Polícia Civil também não acredita no roubo dos celulares, e da quantia de R$ 5 mil, afirmado pelo suspeito, que já foi autuado em flagrante por homicídio triplamente qualificado.

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