Meio Ambiente

Desmatamento da Amazônia tem queda de 49%, diz Inpe

Catarina Alencastro/ O Globo Online

Atualizada em 27/03/2022 às 12h50

BRASÍLIA - O Ministério do Meio Ambiente divulgou nesta segunda-feira uma queda de 49% no desmatamento da Amazônia entre agosto de 2009 a junho de 2010, com relação ao detectado de agosto de 2008 a junho de 2009. Nesse período, o desmate passou de 3.536 km2 para 1.808 km2. Os dados foram identificados pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou que houve uma mudança no perfil da destruição do bioma. Ao contrário do que ocorria no passado, os desmates registrados nos últimos balanços têm se concentrado em pequenas áreas. Nesse período, todos os estados da Amazônia Legal registraram queda no desmatamento, com exceção do Amazonas, que teve alta de 13%. Em junho deste ano, o estado que mais desmatou foi o Pará: 160.6 km2.

- Quando começamos o monitoramento, nosso foco eram as grandes propriedades, acima de 1.000 hectares. Nessas propriedades houve queda do desmatamento nos últimos dez anos. Agora o foco são as pequenas e médias propriedades, que vão puxando pouco a pouco (suas áreas produtivas). Mudou nosso desafio de fiscalização - disse a ministra.

Presente à divulgação dos dados do Deter (sistema de monitoramento por satélite do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial - Inpe), o diretor do Inpe, Gilberto Câmara, disse que há oito anos 21% dos desmatamentos eram identificados em áreas menores de 25 hectares. Já no ano passado, o percentual de desmatamento concentrado em áreas deste tamanho subiu para 66%.

- Há na Amazônia um processo de consolidação do processo de desmatamento. As pessoas já estão lá e estão expandindo suas áreas - apontou.

A queda nos números da destruição foi comemorada pelo governo, que espera que este ano a taxa anual não ultrapasse os 5.000 km2, menos do que a meta que o Brasil apresentou na Conferência do Clima de Copenhague, no ano passado. No entanto, os dados divulgados nesta segunda-feira se referem ao sistema Deter, que capta apenas cortes em grandes áreas e cobre somente cerca de 40% da área total da Amazônia Legal. A tendência de queda identificada hoje só será confirmada no final do ano, quando o Inpe divulga o consolidado pelo sistema Prodes, que por sua vez captura tanto áreas com pequenos desmatamentos, quanto as maiores.

Os números diferem do levantamento da ONG Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que apontou um aumento de 15% no desmatamento em junho .

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