Sem-terra

PM chega a fazenda invadida por MST para cumprir reintegração de posse

Roney Domingos/G1

Atualizada em 27/03/2022 às 13h07

BOREBI - Cerca de 85 homens da Polícia Militar estão desde as 5h30 desta quarta-feira (7) em frente à Fazenda Santo Henrique, em Borebi, a 309 km de São Paulo, para cumprir uma reintegração de posse no local. A Justiça determinou na tarde de terça-feira (6) a retirada de 250 famílias ligadas ao Movimento dos Sem-Terra.

A fazenda foi invadida em 28 de setembro pelos sem-terra. Os manifestantes expulsaram colonos e usaram um trator para derrubar, segundo a polícia, cerca de 7 mil pés de laranja.

O juiz Mario Ramos dos Santos, da 2ª Vara Cível de Lençóis Paulista, determinou que a retirada fosse imediata.

O caso iria ser encaminhado à Justiça Federal já que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) declarou interesse em participar do processo.

O juiz da 2ª Vara de Lençóis Paulista entendeu que o assunto deveria prosseguir na esfera estadual. A multa pelo descumprimento da determinação é diária, de R$ 500 por pessoa.

Expulsão

Funcionários da fazenda produtora de laranjas foram expulsos da propriedade. Imagens mostram o momento em que os trabalhadores eram retirados do local, invadido pelo grupo.

Os invasores afirmam que destruíram os pés de laranja para plantar feijão.

"Até 7 mil pés de laranja foram destruídos o que demonstra que não se trata tão somente de uma pequena área para plantar feijão e sim de uma área enorme para destruição efetivamente”, disse o coronel Benedito Meira.

Segundo o vice-presidente da Federação Paulista de Agricultura, outras culturas podem ser cultivadas com a laranja. “Não seria necessário derrubar os pés de laranja para plantar o tal feijão”, disse Maurício Lima Verde.

A Cutrale uma das maiores empresas de suco de laranja do mundo, se considera dona da área e plantou no local um milhão de pés da fruta. Em nota, a empresa informou que a fazenda é extremamente produtiva e gera centenas de empregos. Afirmou também que algumas famílias de funcionários, inclusive com crianças, foram expulsas de forma intimidatória pelos invasores - o que prejudica o acesso dos menores à escola.

A fazenda faz parte do núcleo colonial Moção de Iaras, criado há 100 anos. O Incra considera a ocupação irregular e disse, em nota, que aguarda uma decisão da Justiça para retomar a área e destiná-la à reforma agrária- como reivindica o MST.

Durante a noite de segunda-feira, a polícia apreendeu um caminhão em Iaras, a 285 km da capital paulista, com uniformes, peças e equipamentos de proteção que pertencem à empresa proprietária das plantações destruídas.

Duas pessoas foram detidas. Policiais investigam se houve participação dos invasores, que negam ligação com o caso.

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