Criminalidade

Moradores vivem sob o domínio da violência na região do Coroadinho

Fracções criminosas dominam a comunidade e os homicídios, roubos, furtos e tiroteios são comuns

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30

SÃO LUÍS - A violência está predominando na área do Coroadinho. Os moradores vivem com medo, principalmente das ações cometidas por integrantes de facções criminosas. Roubos, furtos, tiroteios e os assassinatos, segundo os moradores, são ocorrências comuns na localidade. Dados da Unidade de Segurança Comunitária (USC) do Coroadinho revelam que desde 2015 até o último domingo, 128 pessoas foram mortas a tiros ou por arma branca nessa região, 13 somente este ano.

Ainda ontem era possível observar marcas de tiros na parede da Unidade Mista de Saúde do Coroadinho, na rua da Mangueira, e sangue na calçada onde morreu Rudson Vitor Pires Fernandes, de 16 anos, no último dia 20. De acordo com os moradores, o adolescente vinha da escola e se dirigia a um ensaio da Dança Portuguesa quando foi baleado por membros de uma facção criminosa.

Os moradores, que não se identificam com receio de algum tipo de represália, disseram que o menor foi confundido com outra pessoa e acabou baleado nas costas. Ele ainda foi levado para a Unidade Mista de Saúde do Coroadinho, mas não resistiu.

A poucos metros do local desse crime há um trailer da Polícia Militar abandonado. As laterais desse posto policial estão pinchadas, a vidraça quebrada e a porta de frente fechada com um cadeado enferrujado. Na parte interna, não há imóveis. “Esse posto está abandonado há meses e não há policiais militares”, declarou um morador.

Também foi assassinada nesse bairro, no último domingo, Tatiana Santos do Carmo, a Tati, de 25 anos, na presença da filha de 4 anos, e do sobrinho. Segundo a polícia, ela foi atingida na cabeça por criminosos que realizavam um tiroteio, já que pretendiam executar um de seus desafetos, identificado apenas como Maycon.

Prisão

Os suspeitos da morte de Tatiana Santos foram presos em flagrante e foram identificados como Moisés Pinheiro Pereira, Boaventura Sousa Pereira e Luís Carlos Santos Serra. Eles chegaram a troca tiros com os militares, mas foram dominados e apresentados na sede da SHPP, na avenida Beira-Mar.

Ainda no domingo passado, no Coroadinho, na Rua Boa Esperança, foi executado um adolescente, de 15 anos. Há informações de que os principais envolvidos nesse crime seriam Pescocinho, Mateusinho e Biel, que pretendiam executar um primo da vítima, nome não revelado. Neste mês também foram assassinados a tiros no bairro, Hernandes Pereira da Silva, de 21 anos, e Jilmes Calyton Sousa Diniz, de 37 anos.

Assalto

“A maioria dos estabelecimentos comerciais da feira do Bom Jesus já foi alvo de bandidos”, afirmou o morador Silvan Araújo, de 21 anos. Ele disse ainda que na manhã da última sexta-feira, 22, dois criminosos, portando arma de fogo, roubaram um depósito de bebida, em frente da delegacia de Polícia Civil do Bom Jesus e apenas um dos assaltantes foi preso.

Elisvaldo Assunção, de 55 anos, declarou que mora no Coroadinho há 24 anos e que nos últimos três anos a onda de criminalidade aumentou na localidade. “Antes tinha como a população andar durante a noite, mas, agora, ficou complicado devido os assaltos”, explicou o morador.

Operação

Mais de 100 integrantes de diversos Batalhões da Polícia Militar (PM) realizaram ontem a operação Saturação, na área do Coroadinho para combater a onda de criminalidade. O sub-comandante da PM, coronel Pedro Ribeiro, declarou em entrevista a TV Mirante que esse cerco policial é por tempo indeterminado e um dos objetivos era prender os líderes de facções criminosas, Biel, Pescocinho e Mateusinho.

O Estado entrou em contato com a assessoria de comunicação do governo para saber mais informações sobre o policiamento nessa área, sobre o abandono do trailer da polícia e o resultado parcial da operação, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

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