Lançamento

Laborarte lança 1º cd de capoira do Maranhão

O Laborarte preparou uma festa para comemorar o lançamento do CD

Marcela Simplício - Na Mira

Atualizada em 27/03/2022 às 13h27

Mestre Patinho, o mais antigo capoeira em atividade no Maranhão, é também o primeiro a registrar em CD canções de um dos movimentos culturais mais expressivos do estado.

A compilação, produzida pelo grupo Laborarte, será lançada nesta sexta-feira (7), a partir das 19h, na sede do centro cultural, localizado à Rua Jansen Muller, 42, Beira Mar.

“Capoeira do Maranhão – Mestre Patinho” reúne 13 faixas, sendo sete interpretadas pelo próprio Mestre e as outras seis por grupos remanescentes da Escola de Capoeira Angola do Laborarte – Centro Cultural Mestre Patinho: Mandingueiros do Amanhã, Centro Matroá, Projeto Criação, Mestre Assuero e Mulheres Capoeiras. O CD mescla músicas de autoria própria e de domínio público.

Segundo Mestre Patinho, a maioria das faixas segue a linha tradicional da capoeira angola, com toques e cantos harmoniosos. Na faixa 13, “Desafio de Violas”, há um diálogo do berimbau de Mestre Patinho com a rabeca de Gustavo Pacheco. A faixa 11, “Maria das Canções”, tocada e cantada apenas por mulheres, é resultado do espetáculo “Mulheres Capoeiras” montado no final da década passada.

O Laborarte preparou uma festa para comemorar o lançamento do CD, que já foi apresentado aos adeptos e admiradores da capoeira em Brasília, durante oficina ministrada por Mestre Patinho, em outubro último. O convite partiu do grupo N’zambi comandado pela Mestra Elma, formada pela Escola de Capoeira Angola do Laborarte.

Um dos pontos altos da programação será a apresentação de espetáculo montado especialmente para este dia. Divididos em quatro estações, o canto do capoeira será trabalhado em espaços diferentes da sede do grupo, retratando momentos da história do movimento. Haverá ainda homenagens a grupos de capoeira, uma roda aberta e o tambor de crioula.

Mestre Patinho

Antônio José da Conceição Ramos é o nome de batismo de Patinho, mestre cuja vida se confunde com a história da capoeiragem maranhense. Apaixonou-se pela capoeira à primeira vista e teve suas primeiras aulas com Jessé Lobão e depois com Roberval Serejo. No final da década de 60, conheceu aquele que viria a ser seu grande mestre nessa arte, o baiano Mestre Sapo.

Em 1985, fundou a Escola de Capoeira Angola do Laborarte e, em 1992, o “Festival de Cânticos da Capoeira” para evidenciar a musicalidade como um dos principais fundamentos da capoeira. Em 1990, o mestre Canjiquinha reconheceu publicamente Patinho como mestre descendente de sua linhagem.

Hoje são seis grupos em São Luis, um em Brasília e outro em Porto Alegre descendentes do trabalho do mestre.

“A capoeira é a minha vida, é uma terapia para entender e enfrentar as diferenças. Encantei-me com ela desde o primeiro momento, principalmente por sua musicalidade, e só vou deixá-la quando Deus quiser”, disse Mestre Patinho.

Quando deu início às atividades da Escola de Capoeira Angola do Laborarte, Mestre Patinho colocou-se diante de um grande desafio: quebrar o estigma da capoeira vista apenas como uma luta de tendências violentas. Para tanto, ainda no final da década de 80, criou a roda aberta a capoeiristas de outros grupos, que existe até hoje.

O Festival de Cânticos, realizado durante cinco anos consecutivos, também fez parte da estratégia de divulgação da capoeira como arte, além do IÊ! Camará – “Encontro de Capoeira Angola” cujo objetivo era aprofundar os conhecimentos sobre o movimento. Nas seis edições do evento, São Luís recebeu mestres como Canjiquinha, Paulo dos Anjos e Leopodina, já falecidos. Moraes, Nô, Augusto, Lua Rasta e o historiador Fred Abreu também abrilhantaram o IÊ Camará.

“Mestres Cobra Mansa e Jurandir também já estiveram participando de oficinas em nossa cidade, colocando definitivamente o Maranhão no circuito nacional de capoeira”, observou Patinho, lembrando que o Laborarte foi o primeiro grupo do Maranhão a ministrar oficinas em outro continente, a exemplo do Festival Internacional de Teatro e Expressões Ibéricas – FITEI, em Portugal.

Fonte: Assessoria

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