Cultura popular

Sancionada a lei que institui o Dia do Tambor de Crioula

Manifestação popular é considerada uma das mais expressivas do Maranhão.

Na Mira

Atualizada em 27/03/2022 às 11h36
Grupo de tambor de crioula se apresenta no Centro Histórcio de São Luís
Grupo de tambor de crioula se apresenta no Centro Histórcio de São Luís (Douglas Júnior / O ESTADO)

SÃO LUÍS - O tambor de crioula, uma das mais expressivas manifestações culturais do Maranhão, agora será comemorado, oficialmente, no dia 18 de junho em todo o território nacional. A Lei nº 13.248, de 12 de janeiro de 2016, foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff.

Considerada Patrimônio Cultural Brasileiro, a manifestação se trata de uma dança afro-brasileira que contém movimentos circulares, tambores e muita cantoria. Os escravos de várias partes da África trouxeram a dança para o Brasil no século XVII, mas hoje em dia, além de ser uma expressão cultural, é um meio em que os fiéis pagam promessas a santos do catolicismo tradicional como São Bendito ou a entidades de terreiros.

As dançarinas são chamadas de coreiras; as batucadas e a música com o ritmo frenético ficam por conta dos tocadores e cantadores. As coreiras praticam a umbigada, que é o gesto de tocar no ventre uma da outra como sinal de saudar ou convidar para a dança. Essa prática existe tanto no Brasil quanto na África e somente no Maranhão é conhecida como Tambor de Crioula.

São tocados três tambores (meião, tambor grande e crivador) que compõem o conjunto instrumental e, geralmente, são feitos de madeira, afunilado cobertos com couro e amarrados com corda de couro. A música é construída sobre um sotaque próprio e repleto de regionalismo e palavras antigas, em que, quem é de fora, muitas vezes não compreende.

Hoje os grupos de Tambor de Crioula devem possuir um registro jurídico e, principalmente, uma sede para que funcione normalmente na casa do “mestre” do tambor. São Luís já conta com mais de 80 grupos cadastrados.

O primeiro registro da dança foi feito por Mário de Andrade, em uma de suas expedições pelo Brasil. Foram notadas regras como só mulheres poderiam dançar no centro da roda e somente os homens tocariam os tambores. Esse estilo de dança possui uma forte ligação com a fertilidade e feminilidade.

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