IMPERATRIZ – Não é só mãe! Elas têm uma responsabilidade a mais, elas comandam a família. E não são poucas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), elas comandam 87% das famílias sem cônjuge e com filhos. A maioria vive sozinha com filhos, como é o caso da pedagoga Maria Ouvídia Portilho, 45 anos.
Ela é professora universitária e orientadora educacional do município há 15 anos. Passou a comandar a casa e três filhas há quatro anos, quando o marido morreu. Ouvídia sempre ajudou nas despesas da casa, mas ao assumir a família de vez teve dificuldades, principalmente, em manter o controle das filhas.
“A figura do pai era muito significativa na educação delas. Assumir esse papel de pai e mãe da noite para o dia não foi fácil. Sinto da figura masculina como pai, pois às vezes preciso falar alto com elas para impor respeito e obediência. Mas, como sou uma mãe amiga, nós sempre chegamos a um entendimento pelo diálogo. Como mulher, sinto falta de um companheiro, amigo, cúmplice”, conta Ouvídia.
Mesmo tendo que comandar o lar e assumir todas as responsabilidades, a professora garante que os cuidados com ela e os de mãe não ficaram de lado.
“De forma alguma deixo esses compromissos atrapalharem os cuidados que mereço. Sou muito organizada com minhas finanças e cuido para que nada falte a elas. Mas elas também ajudam, assumindo as despesas pessoais. A responsabilidade em comandar a família é grande, desafiadora, mas me sinto vitoriosa a cada dia nessa função”, afirma.
Dados
Os dados de gênero divulgados IBGE englobam uma década, comparam informações dos censos de 2000 e 2010 e foram divulgados no ano passado. Em 2000, as mulheres comandavam 24,9% dos 44,8 milhões de domicílios particulares. Já em 2010, essa proporção cresceu para 38,7% dos 57,3 milhões de domicílios, um aumento de 13,7 pontos percentuais.
Para o IBGE, é chefe de família aquela pessoa reconhecida como tal pelo demais moradores do domicílio. Nas cidades, as mulheres são as responsáveis em 39,3% das famílias, enquanto que na área rural essa proporção é de 24,8%.
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a responsabilidade familiar feminina veio para ficar. As mulheres já respondem por 42% da renda das famílias, segundo pesquisa do Instituto.
Diversos fatores estão ligados ao aumento de lares brasileiros comandados por mulheres, como o empoderamento da mulher, a inserção cada vez mais forte no mercado de trabalho, o avanço na escolarização, a necessidade de realização e o aumento dos padrões de consumo.
Mas como ressalta Ovídia Portilho, tomar contar do lar e trabalhar não quer dizer que ela não se preocupe e se doe para as filhas.
“Ser mãe pra mim é tudo! É um amor incondicional. Sentimento inexplicável, realização de qualquer mulher. Hoje me sinto completa por ser mãe, pai, profissional e mulher”, garante Ouvídia Portilho.
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