Televisão

Amor e sedução marcam a minissérie Ligações Perigosas

Nova trama da Globo tem previsão de estreia para janeiro de 2016.

CGCOM

- Atualizada em 27/03/2022 às 11h38
(CGCOM)

SÃO LUÍS - Em um ambiente de luxo e sofisticação, um homem e uma mulher estabelecem jogos de sedução sem qualquer compromisso com os envolvidos. Como passatempo, eles tecem planos e metas para provar que não são manipuláveis e descartáveis como os outros, e que podem controlar os sentimentos. ‘Ligações Perigosas’, próxima minissérie da Globo, retrata o embate entre a malícia e a ingenuidade, o desejo e a virtude, a perversidade e o amor. Escrita por Manuela Dias com supervisão de texto de Duca Rachid, direção geral de Vinícius Coimbra e direção de núcleo de Denise Saraceni, a minissérie tem previsão de estreia para janeiro de 2016.

As gravações começaram no fim de julho, no Rio de Janeiro, e terminam este mês, na Argentina. Quase trinta integrantes da equipe, dez atores e mais de 600 quilos de malas e equipamentos desembarcaram no último dia 3 em Puerto Madryn, na Patagônia. Como cenário, paisagens deslumbrantes, praias habitadas por pinguins e leões marinhos, e enormes falésias de onde é possível avistar as baleias que visitam a região nessa época do ano.

Neste fim de semana, todos seguiram para Buenos Aires e, de lá, para Concepción del Uruguay, onde fica o Palácio Santa Candida, outra locação da minissérie. Fundada em 1847, a construção do arquiteto italiano Pedro Fossati é considerada monumento histórico nacional. Na trama, o palacete pertence a Consuêlo, personagem de Aracy Balabanian, e fica localizado no litoral do sudeste brasileiro.

‘Ligações Perigosas’ é uma adaptação do clássico francês “Les liaisons dangereuses”, de Choderlos de Laclos, marco do início do romance moderno na literatura mundial. Depois de versões para o cinema e o teatro, a história será contada na TV em dez capítulos. “É a adaptação mais longa já feita até agora. Todas as outras tiveram que condensar um livro de mais de quinhentas páginas em cerca de duas horas. A minissérie vai conseguir mostrar, por conta do formato, mais do que filmes e peças conseguiram até hoje”, afirma o diretor Vinícius Coimbra.

A autora Manuela Dias escolheu trazer a história para o Brasil de 1928. “A década de 1920, com seus ‘anos loucos’, é um grito de liberdade. Pudemos dar aos protagonistas uma personalidade arrojada usando bases históricas – eles são personagens avant garde numa cidade pequena no sudeste do Brasil”. O diretor acrescenta: “É uma cidade portuária próspera, com um grande teatro, que recebe influência da cultura europeia. A gente escolheu um lugar fictício para abarcar esses conceitos de luxo e de vanguarda que a gente tinha pensado”. “Ao mesmo tempo, por ser uma época de ruptura de costumes, o eco dos antigos valores tem espaço para ressoar. Essa espécie de ‘pororoca histórica’ fortalece o conflito entre os personagens mais avançados e os mais retrógrados”, completa Manuela.

Entre os personagens mais avançados, está Isabel D´Ávila de Alencar (Patrícia Pillar), uma viúva linda, rica e de ótima reputação. Mas, por trás da imagem ilibada, existe uma mulher dissimulada e manipuladora, que usa as pessoas e as descarta quando convém. “Ela não sente remorso nem culpa, e tem um desejo de vingança sobre o sexo masculino que é fundamental pra personagem – o objetivo da vida dela é se sobrepor aos homens, é exercitar esse domínio sobre eles”, analisa Vinícius Coimbra.

Isabel é amante de Heitor Damasceno (Leopoldo Pacheco), rico comerciante que nunca se casou. Ela se diverte com a convicção de que logo será pedida em casamento. Mas a empáfia desmorona quando Heitor pede a mão da jovem – e virgem – Cecília (Alice Wegmann), sobrinha de Isabel. Ingênua e curiosa, a menina vira um joguete nas mãos da tia, que a usa para se vingar.

A viúva conta com a cumplicidade do ex-amante, o bon vivant Augusto de Valmont (Selton Mello). Libertino convicto, ele aceita a missão sem se importar com os sentimentos do amigo Felipe (Jesuíta Barbosa), um romântico professor de música que se apaixona por Cecília (Alice Wegmann). Mas a “tarefa” não é difícil o suficiente para entreter o conquistador, que impõe a si outro desafio: seduzir Mariana (Marjorie Estiano), uma mulher casada e devota que passa uma temporada na Quinta de Consuêlo (Aracy Balabanian), tia de Augusto. Distante do marido, que viaja a trabalho, e à mercê dos galanteios, Mariana passa a viver entre o dilema de resistir ou se entregar. O tormento aguça o interesse de Augusto, que se empenha cada vez mais na conquista. Tanta dedicação acaba tendo efeito inesperado. Augusto se apaixona profundamente por Mariana e acaba conhecendo o amor verdadeiro.

“Enquanto os personagens estavam setorizados entre a luxúria e a devoção, todos estavam em segurança. O amor é a força desestabilizadora que corrompe e enfraquece Augusto, Mariana, Cecília, Felipe e até a própria Isabel, incapaz de senti-lo de forma plena”, analisa a autora Manuela Dias. As relações entre os personagens despertam sentimentos reprimidos, subvertem valores e desconstroem a imagem burguesa de uma vida guiada pela “moral” e pelos “bons costumes”.

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