RIO DE JANEIRO – Há 12 anos, Justin Timberlake fazia sua primeira apresentação em uma edição do Rock In Rio: em uma noite tão pop quanto às vistas nesse fim de semana, o jovem astro roubava a cena e se colocava na pista de dança junto com os rapazes do N’Sync. Mais de uma década se passou e Justin teve todo uma mística criada ao seu redor: tal qual os seus hits, muitos que esperaram por longas horas ao show do cantor esperavam, inclusive, vê-lo expor seu talento de artista, ator,dançarino e performer no palco.

Com um atraso de mais de meia hora, o cantor, munido de um violão, levou todos para dançar com uma calorosa versão de “Like I Love You”. A canção, que teria sido feita ao Michael Jackson e foi rejeitada, é uma das principais “armas” de Timberlake em campo: por alguns instantes, todos pareceram ignorar o cansaço e se jogaram no remelexo pop.

Pareceram. Só pareceram. Se “Cry Me A River”, “Summer Love” e “Senorita” trouxeram á memória todos os grandes versos característicos da boa fase vivida por Justin Timberlake, foram as músicas seguintes que mostraram que o setlist poderia ser melhor estruturado. Afinal, ficar por quase meia hora só com as músicas novas não é nada bom.

Ainda que o talento jovem de Timberlake tenha disfarçado, em meio aos esforços de dança e falsetes, a sequência iniciada com “That Girl”, passando por uma versão até bem boa de “Tunnel Vision”, seguida por “Let The Groove” demorou para causar qualquer emoção e fez muita gente optar pelo chão ao invés de se manter em pé.

Saber que, há tantas do show, Justin ainda teria tantas outras canções, principalmente seus hits, para apresentar, deu um certo conforto para muita gente. A dança improvisada do público voltou com “Lovestoned”, mas foi com as batidas oitentistas de “Take Back The Night” que eles encontraram o astro pop que tanto idolatram.

A versão acústica de “What Goes Around...” espelhou sinais de adeus, com pessoas começando a se queixar que Timberlake havia pisado na bola no repertório. Mas, ao retornar com “Suit & Tie”, uma de suas melhores faixas, e concluir com a ovacionada “Mirrors” e o charme negro de “Sexyback”,Timberlake mostrou a que veio e se consagrou como rei da noite. Não surpreendeu. Mas foi correto e, assim, todos se divertiram.

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