IMPERATRIZ - Na Semana Santa, os momentos de dor e sofrimento vividos por Jesus ganham as ruas, os palcos e o teatro, por vezes improvisado. É o período em que muita gente vira ator para dar vida a uma das mais importantes histórias religiosas.
Mas na maioria das igrejas católicas, não é preciso estar na Semana Santa para relembrar a paixão de Cristo.
Nas paredes da Catedral de Nossa Senhora de Fátima, as pinturas das estações da via-sacra fazem um convite à reflexão. Na década de 70, a convite do frei Dário, pároco da Igreja na época, o pintor italiano Damaso Bianchi ilustrou cada cena do caminho do calvário.
O artista seguiu a narrativa da Bíblia de uma maneira especial.
Segundo o padre Felinto Elísio, Damaso se inspirou em pessoas da comunidade para pintar os rostos dos que cercaram Jesus em seus últimos momentos de vida.
Tudo foi reproduzido com uma riqueza de detalhes. Além dos traços retilíneos, característicos do pintor, ele optou pela roupa simples nos personagens, com calça e blusa mais modernas, ao invés das túnicas que vestiam o povo no tempo de Jesus.
Quem conviveu com o frei Damaso, mais conhecido pela arte de pintar do que pelo voto de pobreza ou de castidade, diz que esse era um diferencial na arte dele.
A secagem rápida da pintura em afresco, que dá um aspecto de mu feita diretamente na parede úmida, orbiga o pintor a ter traços firmes, sem pensar em correção. Um registro que há 40 anos encanta e renova a fé de quem observa e aprecia a arte.
Na 14ª estação, que retrata o sepultamento de Jesus, o pintor usou a técnica de ilusão ótica. Em qualquer lugar da catedral, os pés de Cristo sempre são vistos direcionados ao olhar do observador, independentemente do lugar que ele esteja. Da porta de entrada ou do presbitério, estará na direção de quem estiver olhando.
A Igreja de Fátima fica localizada no Centro, na Praça de Fátima, aberta à comuniddade todos os dias.
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