IMPERATRIZ - O Carnaval, uma das principais festividades do país, teve suas origens na antiguidade e chegou ao Brasil durante a colonização. Ele ocupa lugar de destaque entre diversas camadas da população e da mídia. Trata-se de uma festa popular e diversa, comemorada de diferentes formas em cada região, mas com algo em comum: festejar a alegria.

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A cientista social e doutora em antropologia Emilene Leite de Sousa, explica que o Carnaval é um ritual extraordinário, evento ou advento que permite que qualquer pessoa se transforme naquilo que deseja ser.

“As pessoas tentam inverter um pouco a ordem das coisas. É como se você tivesse no tempo específico que funciona para mudar as coisas de seus devidos lugares. A essência da festa é o extraordinário, as pessoas viram palhaço, o que quiser através de fantasias”, relata.

A antropóloga explica, ainda, que a festa apesar de ter conotações diferentes, cada região utiliza de mecanismos estratégicos, mas possui características comuns de alegria e liberdade. “A regra geral do Carnaval é essa, um momento de liberdade, de ser aquilo que você quer. É caracterizada pela alegria, festividade, comemoração, liberdade, é a palavra chave do Carnaval “, reforça Emilene Sousa.

História Carnaval

De acordo com o historiador mestre em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e professor da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), Fabrício Moura, a palavra Carnaval é originária do latim, carnislevale, significa retirar a carne. Está relacionado com o jejum que deveria ser realizado durante a Quaresma e também com o controle dos prazeres mundanos.

“O princípio do Carnaval é uma celebração de inversão de papéis, ao longo da história, temos vários exemplos de festas em que, por exemplo, grupo de homens que se vestia de mulher para sair às ruas. Neste período é comum algumas pessoas vestir fantasias e assumir papéis diferente do dia a dia”, explica.

O historiador lembra, também, que ao longo da história existem várias outras celebrações carnavalescas, no caso da antiga Babilônia. “Em determinados períodos do ano, o rei escolhia um prisioneiro e invertia os papéis. Se vestia como rei, governava, mantinha relações sexuais com as esposas do rei e depois era morto”, conta o historiador.

Fabrício Moura explica que o Carnaval que conhecemos hoje começou quando foi instituída a Quaresma, festa católica dedicada ao jejum do consumo de carne. “Os católicos deveriam ter uma vida mais asséptica, de oração e reflexão. As pessoas faziam tudo que tinham vontade neste período, exploravam o máximo a festa da carne”.

Brasil

Segundo o historiador, no Brasil o primeiro registro de celebração carnavalesca ocorreu por volta do século XVII, em Pernambuco. “Foi uma festa que era comum em Portugal chamada “Entrudo”, celebração em que as pessoas saiam fantasiadas às ruas, jogavam trigo, ovos, milho, enfim, uma festa democrática com participação de todos os seguimentos sociais”.

“A chegada da família real no Brasil a corte portuguesa vai começar importar da França os Bailes de Salões, desfiles que formou as festas oficiais do Carnaval brasileiro que temos hoje”, finaliza Fabrício Moura.

Região Tocantina

No Nordeste, assim como na Região Tocantina, as festas carnavalescas são caracterizadas com os carnavais de rua, conta com a participação dos trios elétricos, embalados por músicas dançantes, em especial pelo axé, ritmo exclusivamente baiano.

Veja no vídeo como foi o Carnaval em Imperatriz no ano passado. As tradicionais marchinhas animaram o público, que percorreu o corredor da folia atrás da jardineira finalizando na praça da cultura com os festivais de marchinhas, blocos e fantasias.

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