IMPERATRIZ- A Rua 15 de novembro, primeira avenida de Imperatriz é repleta de histórias. A rua inicialmente, no século XIX foi chamada de Rua Grande. Na verdade, era a única rua da cidade, as crianças jogavam bola, a vizinhança fazia confraternizações, depois passou a ser chamada de Rua de Dentro, e em alusão a Proclamação da República no dia 15 de novembro de 1889, ficou conhecida como a Rua 15 de Novembro. No ano de 2002 foi desmembrada para dá nome as Ruas Frei Manoel Procópio e Teresa Cristina. Atualmente, habitada por algumas poucas famílias tradicionais, é considerada pelos moradores, a rua mais ampla, mais arborizada e repleta de histórias curiosas de Imperatriz que faz 161 anos nesta terça-feira, 16 de julho.

Segundo o escritor e pesquisador Adalberto Franklin, a Rua 15 de Novembro era considerada o espaço em que a nobreza vivia, tinha casas dos coronéis, políticos, primeiro mercado municipal, o fórum, a igreja matriz, com as missas e os tradicionais festejos, “A vida da cidade era a rua 15 de Novembro. Todo o movimento da cidade, era na avenida, os acontecimentos políticos e festivos. As autoridades, moravam nessa rua, as pessoas casavam na Igreja Santa Tereza e saiam em procissão pela 15 de Novembro, fazendo o cortejo aos recém casados. A rua era considerada um espaço público, como se hoje, fosse uma praça ou casa de evento”, explica o pesquisador.[e-s001]

De acordo com Adalberto Franklin, foi registrada na 15 de Novembro algumas tragédias como o assassinato do prefeito Renato Cortez Moreira(1993), em frente ao Mercado Municipal Bom Jesus.

Habitação

Atualmente a avenida é habitada por famílias tradicionais como a família Cortez Moreira, Milhomem, Rolinho e Rocha dentre outras. “Ainda permanecem ali, casas, de filhos, netos, sobrinhos ou primos”, reitera o escritor Adalberto Franklin.

Uram Marinho Rocha (63), é um dos filhos do prefeito Urbano Rocha também assassinado em Imperatriz. Ele mora até hoje na mesma casa, onde viveu com seus pais e os seis irmãos. “Fomos criados aqui, gosto muito desta rua. Toda jardinada, as casas ainda possuem características antigas, você visita as pessoas, famílias antigas e amigos e não depende de condução para ir a nenhum lugar, estamos no centro. O clima aqui é melhor, mais ventilado e arborizado, ressalta o morador.

O morador Uram lembra que teve um acontecimento considerado na época pelos moradores histórico, que foi a cena da chegada de um helicóptero. “Lembro como se fosse hoje, um helicóptero chegou aqui e na época os moradores ficaram encantados, nunca tinham visto uma aeronave. Não tinha televisão, esta tecnologia que tem hoje, o helicóptero era como se fosse uma nave espacial aterrissando na 15 de Novembro” recorda.

Uram Marinho aproveita para falar da falta de segurança que sente hoje. “Antes jogávamos bola na rua, hoje já roubaram cadeiras na porta de casa, não tem como ficar tranquilo”, lamenta.

A moradora de uma família também tradicional, Marlúcia Milhomem, nascida e criada na 15 de Novembro, afirma que se sente honrada em morar na primeira rua da cidade. Ela guarda na memória muitas recordações, algumas boas e outras nem tanto. “Nasci em Imperatriz eu e meus cinco irmãos fomos criados aqui. Lembro que nesta rua aconteceu um fato lamentável, a morte do prefeito Cortez Moreira, foi aqui, em frente à minha casa, aproximadamente as 6h, quando fazia compras para o café da manhã”, lembra.

O escritor Adalberto Franklin, lamenta que a cidade não possui um registro histórico para preservação do patrimônio. “Tem casas antigas na 15 de Novembro que deveriam ter sido tombadas, o antigo fórum, a primeira prefeitura, o primeiro mercado, algumas casas são importantes para o relato histórico de Imperatriz”, finaliza.

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