BRASÍLIA - Se, há algumas décadas, os homens eram maioria esmagadora como chefes de família, hoje a situação é bem diferente, mas ainda não é equilibrada. As mulheres lutaram e tiveram muitas conquistas, inclusive em questões profissionais e, consequentemente, financeiras. Mas, ainda enfrentam muitas diferenças.
Por esse motivo, é importante falar de educação financeira voltada para elas e o preconceito que ainda sofrem quando o assunto é dinheiro. Piadas machistas como “eu ganho e ela gasta” ainda estão muito presentes no dia a dia delas; são brincadeiras que mostram o quanto nossa sociedade ainda tem que mudar.
O problema maior é que, na prática, o preconceito se mostra por meio dos salários mais baixos, com o mesmo cargo dos homens, no mercado de trabalho. Ou seja, a mulher tem que trabalhar igual ou mais que o homem (sem contar nos casos em que ela ainda tem que ser responsável pelo trabalho doméstico), ganha menos, tem que administrar as finanças da família e ainda são taxadas as gastonas e descontroladas.
Outro ponto a se considerar é que as publicidades e propagandas são infinitamente maiores para o sexo feminino do que para outros públicos, desde produtos de beleza até produtos de limpeza (que sempre mostram mulheres utilizando-os). O que ocorre com todo esse “assédio” é que, com obrigação de pensar em tudo e em todos, a mulher acaba deixando de lado seus sonhos e desejos. É o que ressalta Reinaldo Domingos, doutor em Educação Financeira.
"Só com o sonho é que elas conquistarão a independência financeira. Com a definição de seus objetivos, as mulheres saberão o quanto necessita para atingi-los e, com o simples exercício de registrar mensalmente todos os seus gastos, descobrirão no que poderão economizar para realizá-los. E isso tudo sem ter que eliminar gastos que geram prazeres e que também têm relevância para suas vidas, como roupas, bolsas, maquiagem, etc", afirma.
No intuito, então, de praticar o que chamamos de consumo consciente, ele listou algumas perguntas que devem ser feitas antes de qualquer compra:
Eu realmente preciso desse produto?
O que ele vai trazer de benefício para a minha vida?
Se eu não comprar isso hoje, o que acontecerá?
Estou comprando por necessidade real ou movido por outro sentimento, como carência ou baixa autoestima?
Estou comprando por mim ou influenciado por outra pessoa ou por propaganda sedutora?
Se mesmo diante deste questionamento, a pessoa concluir que realmente precisa comprar o produto, seria prudente fazer mais algumas perguntas como:
De quanto eu disponho efetivamente para gastar?
Tenho o dinheiro para comprar à vista?
Precisarei comprar a prazo e pagar juros?
Tenho o valor referente a uma parcela, mas o terei daqui a três, seis ou doze meses?
Preciso do modelo mais sofisticado, ou um básico, mais em conta, atenderia perfeitamente à minha necessidade?
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