Barbaridade

Tragédia de Janaúba deixa sete mortos e 43 feridos

Na manhã de ontem (5), o vigia Damião Soares dos Santos, de 50 anos, entrou na escola na qual trabalhava e ateou fogo nas crianças e em si mesmo.

Mariana Tokarnia/ Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h21

MINAS GERAIS - A tragédia na cidade mineira de Janaúba - quando o segurança de uma creche ateou fogo em crianças – deixou sete mortos e 43 feridos. Os pacientes mais graves são 13 e foram todos encaminhados para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, referência em queimaduras no estado.

Outras vítimas foram transferidas para Montes Claros e 13 permanecem no município. As informações foram divulgadas hoje (6) em entrevista coletiva que reuniu autoridades na prefeitura da cidade. O governador Fernando Pimentel esteve em Janaúba para acompanhar os trabalhos de assistência aos feridos e aos familiares das vítimas.

Na manhã de ontem (5), o vigia Damião Soares dos Santos, de 50 anos, entrou na escola na qual trabalhava e ateou fogo nas crianças e em si mesmo. O vigia foi uma das vítimas fatais. Também morreu a professora Helley Abreu Batista, de 43 anos, que chegou a tentar impedí-lo fisicamente, e que ajudou no resgate de crianças.

A creche Gente Inocente, do Centro Municipal de Educação Infantil (CEMEI), no bairro Rio Novo, é pública e recebe crianças de zero a seis anos. Além do vigia e da professora, morreram Ana Clara Ferreira Silva, 4 anos; Luiz Davi Carlos Rodrigues, 4 anos; Juan Pablo Cruz dos Santos, 4 anos; Juan Miguel Soares Silva, 4 anos; Renan Nicolas Santos, 4 anos.

O médico responsável pela equipe médica que atendeu as vítimas, Helvécio Albuquerque, disse que graças à "atuação conjunta de polícias, Corpo de Bombeiros, profissionais da saúde e,de voluntários, além da sociedade civil, foi possível fazer todos os atendimentos e encaminhamentos necessários".

Segundo Albuquerque, além do atendimento imediato, as vítimas vão precisar de uma série de cuidados, devido às queimaduras, e de acompanhamento psicológico, tanto para as vítimas quanto para as famílias. Segundo Albuquerque, quatro pessoas estão com 80% ou mais do corpo queimado, sendo que queimaduras que atingem acima de 70% do corpo são consideradas gravíssimas.

A prefeitura reforçou a necessidade de doações, que servirão tanto para questões imediatas quanto para garantir a qualidade do acompanhamento futuro das vítimas e famílias. Até o momento, foram arrecadados R$ 177 mil. A prestação de contas deverá ser feita mensalmente ao Ministério Público.

Doações

Em nota divulgada hoje (6), a Prefeitura Municipal de Janaúba pede o apoio da população. Os Hospitais Regional e Fundação de Assistência Social de Janaúba (Fundajan) precisam de doações de luvas de procedimento, dipirona injetável, soro fisiológico, agulhas, morfina, entre outros. Além de água mineral, roupas para crianças e roupas de cama. As doações podem ser entregues na própria prefeitura. O órgão também recebe doações por transferência bancária.

Ontem (5), em nota, o Ministério da Saúde informou que irá ajudar no que for preciso, desde o custeio ou envio de materiais hospitalares, bem como apoio técnico para a o tratamento dos casos.

Nas redes sociais, pessoas relatam que as famílias estão precisando de apoio. "Tem muitas crianças sendo trazidas pra BH e as famílias que acompanham estão vindo sem nada, só com a roupa do corpo mais", diz uma usuária do Twitter.

A prefeitura pede ainda que as pessoas não postem nem compartilhem fotos. "Isso só aumenta o sofrimento. Vamos orar por todas as vítimas e suas famílias. Janaúba precisa desse apoio".

Luto

Em nota, o ministro da Educação, Mendonça Filho, manifestou pesar pela tragédia e disse que a educação infantil e o país estão de luto. “Reafirmamos nosso compromisso na busca pela melhor formação para todas as equipes da Educação Infantil – desde a professora, o professor, e todos os profissionais de creche, para que as crianças que chegam ao mundo pelo Brasil possam ter todos os seus direitos assegurados”, disse o ministro.

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