Tarefas domésticas

No Maranhão, participação masculina nas tarefas do lar é a 2º mais baixa do país

Apenas 66,2% dos homens maranhenses realizaram algum tipo de afazer doméstico, em 2019.

Imirante.com, com informações da Assessoria

Atualizada em 27/03/2022 às 11h07
Dentre todos os Estados, a taxa de realização de afazeres domésticos no Maranhão é a penúltima.
Dentre todos os Estados, a taxa de realização de afazeres domésticos no Maranhão é a penúltima. (Foto: Reprodução)

SÃO LUÍS - Em 2019, no Maranhão, 4,22 milhões de pessoas de 14 anos ou mais de idade tinham realizado atividades de afazeres domésticos no próprio domicílio ou em domicílio de parente, o que correspondeu a uma taxa de realização de 78,5%.

Dentre todos os Estados, a taxa de realização de afazeres domésticos no Maranhão é a penúltima, ficando à frente apenas do Rio Grande do Norte, 75,9%. As maiores taxas de realização foram detectadas no Amapá (91,1%) e no Rio Grande do Sul (90,5%). Para Brasil, essa taxa era de 85,7%.

O Maranhão registrou diferença de taxa de realização entre homens e mulheres de 23,7 pontos percentuais (p.p.). Enquanto 89,9% das mulheres realizaram alguma atividade de afazer doméstico, essa proporção era de 66,2% entre os homens em 2019, a segunda mais baixa do país, superior apenas à do Rio Grande do Norte (62,2%).

Observando a taxa de realização de afazeres domésticos por sexo e idade, no estado, nota-se maior diferença na faixa etária de 14 a 24 anos de idade, em que a taxa de realização das mulheres é 26,4 p.p. maior que a dos homens.

Já a taxa de realização de afazeres domésticos por sexo e cor/raça foi de 87% para mulheres brancas, 90,2% para mulheres pretas e 90,6% para mulheres pardas. Dentre os homens, a taxa foi de 63,6% para brancos, 67,8% para pretos e 66,3% para pardos.

Quanto à taxa de realização de afazeres domésticos por sexo e nível de instrução, observa-se, no Maranhão, que, à medida em que se eleva a escolaridade dos homens, maior é a participação deles nas tarefas domésticas.

Enquanto a diferença entre homens e mulheres no grupo “sem instrução e fundamental incompleto” é de 26,1 p.p., no grupo de pessoas com “superior completo” a diferença cai para 10,4 p.p.

Os dados constam na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD C) – Outras Formas de Trabalho, referente a 2019, divulgada hoje (04) pelo IBGE. A pesquisa abrange quatro tipos de trabalho: Afazeres Domésticos, Cuidado de Pessoas, Produção para o Próprio Consumo e Trabalho Voluntário.

Cuidado de Pessoas

Em 2019, a taxa de realização de cuidados de pessoas (moradores ou parentes não moradores), no Maranhão, era de 33,4%. Essa proporção era maior que a taxa para Brasil (31,6%) e para Nordeste (31,4%).

No Maranhão, ao longo dos últimos três anos, a diferença entre homens e mulheres na taxa de realização de cuidados de pessoas vem diminuindo: 17,2 p.p. em 2017; 15,5 p.p. em 2018; 15,1 p.p. em 2019.

A taxa de realização de cuidados, no estado, era maior para as pessoas de 25 a 49 anos (43,1%), faixa etária em que é mais provável a presença de filhos. A taxa é maior também entre pessoas de cor preta (33,8%) e parda (33,5%) que entre brancos (31,9%).

Em 2019, cerca de metade das pessoas que informaram cuidar de algum morador, no Maranhão, o fizeram para crianças de 0 a 5 anos e para crianças e adolescentes de 6 a 14 anos.

Observa-se que, entre 2017 e 2019, houve aumento constante do percentual de moradores de 60 anos ou mais de idade que receberam cuidado de algum morador.

Cuidados e Afazeres Domésticos

No Maranhão, a taxa de realização de afazeres domésticos e/ou cuidado de pessoas era, em 2019, maior entre as pessoas de 14 anos ou mais ocupadas (83,1%) que entre as pessoas não ocupadas (79,3%). A taxa de realização das pessoas ocupadas no estado (83,1%) era menor que a do Brasil (89,6%) e a do Nordeste (85,4%).

Quanto à média de horas semanais dedicadas aos afazeres domésticos e/ou ao cuidado de pessoas, no Maranhão, homens ocupados gastavam, em média, 10,3h, enquanto as mulheres ocupadas gastavam 18,7h. Já, os homens não ocupados gastavam 11,3h e as mulheres não ocupadas 21,7h.

Produção para o próprio consumo

Em 2019, no Maranhão, 800 mil pessoas produziam para o consumo próprio. A taxa de realização de produção para o próprio consumo do estado (14,9%) era a segunda maior dentre as UFs, atrás apenas do Piauí (22,3%). Por produção para o próprio consumo, entende-se a) cultivo agro, pesca, caça, cultivo de animais; b) produção de carvão, corte ou coleta de lenha, coleta de água, extração de sementes etc.; c) fabricação de roupa, crochê, bordado, cerâmica, rede de pesca etc.; e d) construção de casa, muro, cômodo etc..

O trabalho para o próprio consumo tende a ser realizado mais pelos homens que pelas mulheres. No Maranhão, em 2019, havia 435 mil homens (taxa de realização de 16,8%) e 365 mil mulheres (taxa de realização de 13,1%) realizando produção para consumo próprio. A diferença entre homens e mulheres foi, portanto, na ordem de 3,7 p.p., naquele ano, enquanto, no Brasil, a diferença foi de apenas 1 p.p..

De um modo geral, em quase todos os estados das regiões Norte e Nordeste, os homens são a maioria em relação às mulheres no que tange ao trabalho para o próprio consumo.

A realização de produção para o próprio consumo cresce com a idade. No Maranhão, essa taxa era de 19,6% entre pessoas de 50 anos ou mais. Para Brasil, essa mesma taxa na referida faixa etária era de apenas 10,6%.

Trabalho Voluntário

No ano passado, 130 mil pessoas desenvolviam algum tipo de trabalho voluntário, no Maranhão. A taxa de realização de trabalho voluntário no estado era de 2,4%. No ranking das UFs, o Maranhão ocupava a 22ª posição. A maior taxa foi detectada no Paraná, 5,2%, e a menor no Tocantins (1,5%).

As mulheres eram mais presentes no trabalho voluntário que os homens, no Maranhão. Em 2019, 84 mil mulheres e 46 mil homens desenvolviam atividades voluntárias. Praticamente, para cada três pessoas que realizavam trabalho voluntário no estado, duas eram mulheres.

No Maranhão, o grupo etário de 25 a 49 anos apresentou a maior taxa de realização de trabalho voluntário, 3,2% (14 a 24 anos: 1,7%; 50 ou mais: 1,9%).

Quanto à situação da ocupação, no estado, a maior taxa de realização de trabalho voluntário se deu entre a população ocupada, 3,1%. Entre as pessoas não ocupadas, a taxa foi de 1,9%.

A média de horas efetivamente trabalhadas por semana em atividades voluntárias, no Maranhão, cresceu no último ano: em 2018, a média era de 6,9h; em 2019, subiu para 7,8h. A média nacional foi de 6,6 em 2019.

Taxa Geral de Realização

Em 2019, considerando todas as formas de trabalho investigadas pela pesquisa, a taxa geral de realização foi, para Brasil, 87,8%, com um "exército" na ordem de 150.260.000 trabalhadores; para Nordeste, 83,6%, com um contingente de 38.129.000 trabalhadores; e, para Maranhão, 82,8%, com um volume de 4.455.000 trabalhadores.

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