Internado

Homem queimado em ônibus em São Luís volta a ser internado

Márcio Ronny é uma das cinco vítimas dos ataques a ônibus ocorridos em janeiro.

O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 11h57

GOIÂNIA - O entregador de frangos Márcio Ronny da Cruz, 37 anos, que teve 72% do corpo queimado ao tentar salvar duas crianças de um ônibus em chamas, em São Luís, foi novamente internado no Hospital de Queimaduras de Goiânia. De acordo com uma irmã dele, a educadora Assunção da Cruz Neves, o homem se prepara para uma nova cirurgia. "Ele já fez a limpeza das feridas para passar por mais um enxerto de pele. Estamos otimistas, pois ele até conseguiu ganhar um pouco de peso nos últimos dias", disse ao G1.

Márcio Ronny voltou ao hospital na última terça-feira (4), após ficar pouco mais de dez dias na casa em que Assunção e outra irmã estão hospedadas na capital. Segundo a educadora, os médicos entenderam que seria bom para ele ficar um pouco fora da internação. "Ele ficou muito feliz em poder ficar mais perto da gente e precisava respirar novos ares. Como tinha esse período de carnaval, ele teve essa alta temporária. Mas agora voltamos para a batalha e a situação continua complicada", afirmou.

O entregador de frangos é uma das cinco vítimas dos ataques a ônibus ocorridos no último dia 3 de janeiro, em São Luís (MA). Ele voltava do trabalho para casa quando o ônibus em que estava, na Vila Sarney Filho, foi incendiado. O homem teve 72% do corpo queimado quando ajudou a retirar do veículo duas meninas, entre elas Ana Clara Santos Sousa, 6 anos. Ele a abraçou ao sair, pois a criança estava em chamas. A garota teve mais de 90% do corpo queimado e morreu no dia 6 de janeiro.

Márcio Ronny foi transferido para o Hospital Geral de Goiânia (HGG) no dia 8 de janeiro. Após passar por uma cirurgia, ele foi levado para o Hospital de Queimaduras, no dia 13 de janeiro, onde permanece internado.

A última cirurgia a que ele foi submetido foi para enxerto de pele, no último dia 14 de janeiro. Segundo Assunção, a pior dificuldade enfrentada por Márcio Ronny agora é a dor. "Ele está sofrendo muito, pois dói demais. O pior é sempre à noite, pois ele para de se movimentar e as dores vêm com tudo. Ele também luta diariamente para fazer as sessões de fisioterapia, pois os músculos precisam ser estimulados", contou.

A educadora diz que, apesar de ficar muito abalada com a condição do irmão, ela se mantém firme para que ele não desanime. "Quando ele estava entre a vida e a morte, achávamos que era o período mais difícil, mas agora vemos que a recuperação dele será longa e muito dolorosa", disse a irmã.

Assunção diz que, no período em que ficou em casa, Márcio Ronny ganhou cerca de quatro quilos. "Pode não parecer nada, mas na situação em que ele se encontra isso é muito positivo. Até os médicos se surpreendem com a força de vontade dele. No que depender de mim e da minha família, vamos fazer de tudo para que ele volte a ter uma vida normal." Para a ela, apesar de ter colocado a própria vida em risco, Márcio Ronny foi um herói. "No começo, eu demorei a ter essa opinião, pois tive muito medo de que ele morresse. Mas agora, que tudo se acalmou mais, vejo quão corajoso ele foi. Mesmo quando podia ser socorrido, ele preferiu ajudar o próximo".

Doações de sangue

Após ser novamente internado, Márcio Ronny voltou a usar bolsas de sangue. Por isso, a família reforça o pedido de que as pessoas façam doações no Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (Ingoh) em nome dele. O Ingoh fica na Rua 87, nº 598, Setor Sul (próximo à Faculdade Universo), em Goiânia.

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