Lula: primeiro pernambucano a chegar à Presidência

Para os nordestinos, significa que é possível vencer o preconceito, a miséria e a fome.

Agência Nordeste

Atualizada em 27/03/2022 às 15h27

BRASÍLIA - Pela primeira vez na história do País um pernambucano chega à Presidência da República. Não é apenas este, entretanto, o único recorde do

petista Luiz Inácio Lula da Silva. Ele chegará ao Palácio do Planalto com um capital de votos jamais visto na história do Brasil. Este legado representa

muito. Para os nordestinos, significa que é possível vencer o preconceito, a miséria e a fome. Para os brasileiros, a esperança de um País mais justo,menos desigual e, principalmente com mais oportunidades.

A história de Lula se confunde com a das eleições presidenciais no País. Ele concorreu a todas desde a redemocratização, em 1989, quando o povo brasileiro reconquistou o direito de votar. Em todas, também, quase chegou lá. Ficou em segundo lugar nas disputas contra Fernando Collor de Mello (1989) - a diferença entre os dois foi de apenas 6% dos votos - e com Fernando Henrique Cardoso, em 1994 e 1998. Este histórico acabou virando o principal slogan de sua campanha este ano, que ressalta: "Chegou a hora Brasil, agora é Lula".

O candidato do PT está acostumado, desde a infância, a enfrentar desafios. Talvez isso explique o fato de não ter desistido de pleitear a

Presidência mais uma vez, mesmo depois de três derrotas consecutivas. Filho de lavradores, Lula nasceu em Garanhuns, interior de Pernambuco, há 57 anos.

Menino, sentiu na pele o que muitos conterrâneos ainda são obrigados a enfrentar até hoje, todos os anos: as conseqüências da seca.

O fenômeno climático acabou expulsando sua família do sertão nordestino. E, assim, Lula chegou a São Paulo, depois de uma viagem de 13 dias em um pau-de-arara, para se tornar um dos maiores líderes políticos do País. Foi metalúrgico, sindicalista, deputado constituinte, fundador do Partido dos Trabalhadores e hoje preside a Organização Não Governamental (ONG) Instituto Cidadania.

É esta bagagem que Lula tem a oferecer para os brasileiros que o escolheram para ocupar o cargo mais alto do País. Aos que consideram pouco, ele tratou de mostrar que não pretende governar sozinho. Ampliou o leque de alianças do seu partido e abriu o diálogo com segmentos sociais antes desprezados. Hoje é possível dizer que a desconfiança de parte da população brasileira com Lula foi desfeita nesta campanha, marcada por seu estilo conciliador. Aliás, é com este estilo que ele tentará enfrentar as muitas dificuldades que terá de agora em diante.

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