Imunização

Ministro da Saúde diz que há excesso de vacinas no Brasil

Em evento , Marcelo Queiroga ainda negou que haja problemas de distribuição dos imunizantes; ele criticou estados que não seguiram o Plano Nacional de Imunização

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, entrega 1,1 milhão de doses, da Pfizer
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, entrega 1,1 milhão de doses, da Pfizer (Ministro Marcelo Queiroga)

SÃO PAULO - Com a antecipação da aplicação da segunda dose travada em ao menos seis estados do país, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, comemorou a logística de distribuição do governo federal e disse que há "excesso de vacinas" no país.

Além dos estados que não tem imunizante para antecipar a segunda dose, há ainda aqueles que tiveram de atrasar o intervalo entre aplicações por falta de vacina. Ainda assim, Queiroga negou ontem, 15, que haja problemas de distribuição.

"Há excesso de vacina na realidade, o Brasil já distribuiu 260 milhões de doses, 210 milhões já aplicadas", disse o ministro, sem explicar porque há unidades com federação sem doses disponíveis para seguir o calendário vacinal.

Queiroga esteve no Aeroporto Internacional de Guarulhos na manhã desta quarta para um evento de entrega de novo lote de vacinas da Pfizer que serão enviadas aos estados. Questionado sobre os problemas enfrentados em algumas regiões do país, ele negou que haja problema de entrega da AstraZeneca.

"Precisa acabar com essas narrativas de falta de vacina. Isso não é procedente, o Brasil vai muito bem. O Brasil já é dos países que mais vacina no mundo", disse Queiroga.

Com o lote que chegou nesta quarta, o ministro comemorou ter concluído a entrega de 260 milhões de doses aos estados brasileiros, o que garante, segundo a pasta, a vacinação de todos os brasileiros acima de 18 anos. A entrega ocorre quase nove meses após o início da vacinação no país.

Ainda assim, o ministro afirmou que a velocidade de entrega do país é um "sucesso". Ele também elogiou o trabalho de seu antecessor, Eduardo Pazzuelo, por ter firmado a maior parte dos contratos de compra de vacina.

Apesar de ter dito que há "excesso de vacina" no Brasil, Queiroga diz que estados que não seguirem o Plano Nacional de Imunização, ou seja anteciparem a aplicação em alguns grupos, poderão ter dificuldade de seguir o cronograma vacinal.

Problema de entrega

Ainda que tenha negado o problema de entrega, Queiroga disse que, se houver "eventual carência" de AstraZeneca para a segunda aplicação, os estados podem recorrer à utilização da Pfizer. Secretários de Saúe já tomaram essa decisão e pediram para que o Ministério da Saúde apoiasse tecnicamente a combinação de vacinas, o que não foi feito até agora.

"Se não houver AstraZeneca, a intercambialidade [de vacinas] pode ocorrer, ainda que não haja recomendação do PNI, que acontecerá no momento adequado", disse o ministro.
Ele ainda admitiu que pode "haver algum retardo" na entrega de Astrazeneca por seguir a regulação da Anvisa.

"Nós obedecemos a regulação, não damos carteirada na Anvisa. As vacinas com o IFA nacional ainda precisam da validação da Anvisa. Mas, enquanto isso, as vacinas são produzidas na Fiocruz com o IFA originário da China. Em algum momento, pode haver algum retardo. Mas com a Pfizer, ainda vamos receber 150 milhões de doses até o fim do ano."

Ao menos seis estados descartaram antecipar a segunda aplicação da vacina a partir desta quarta, por falta de doses. São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo e Rio Grande do Norte afirmaram à Folha que a medida é inviável enquanto não receberem mais imunizantes do governo federal, especialmente da AstraZeneca.

Maranhão

O Ministério da Saúde concluiu, nesta quarta-feira (15), o envio de imunizantes para vacinar, com a primeira dose, os mais de 158 milhões de brasileiros acima de 18 anos. Para garantir que toda a população adulta com mais de 18 anos seja vacinada com a primeira dose, a pasta envia mais 32,7 mil doses imunizantes da Pfizer/BioNTech para o Maranhão.

Esse é o último lote com 1,1 milhão de doses de vacinas da Pfizer/BioNtech e fará o País alcançar essa importante meta. A conclusão da entrega será nesta quarta-feira (15). Com esta distribuição, o Brasil chega a mais de 265 milhões de doses enviadas às unidades federativas.

Cada um dos 26 aviões que partiram com as doses de esperança representam a conclusão desta fase da campanha. Nas últimas pautas de distribuição, o Ministério da Saúde ajustou a quantidade de vacinas distribuídas às unidades da Federação considerando a população acima de 18 anos que ainda não havia tomado a primeira dose.

Desde o início da campanha de vacinação, o Maranhão já recebeu 8,1 milhões de doses de vacinas Covid-19 - mais de 5,6 milhões foram aplicadas.

Próximos passos

Finalizada esta etapa, a partir de agora, será possível seguir com os próximos passos da campanha de vacinação. O Ministério da Saúde começa a enviar vacinas para imunizar adolescentes, entre 12 e 17 anos, com comorbidades.

Além disso, a pasta também começa o envio das doses para o reforço entre os grupos prioritários, preferencialmente com a vacina da Pfizer. O reforço para idosos acima de 70 anos deve ocorrer seis meses após a segunda dose ou a dose única e as pessoas imunossuprimidas devem respeitar o intervalo de 28 dias após a segunda dose ou dose única. A redução do intervalo da Pfizer, de 12 para 8 semanas, também está previsto a partir de agora.

Caso haja descumprimento das orientações do PNO, o Ministério da Saúde não pode garantir a distribuição de doses suficientes para completar o esquema vacinal de toda a população. Portanto, é essencial que as unidades federativas cumpram o que foi pactuado em reunião com representantes dos estados, municípios e Governo Federal.

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