Reivindicação

Profissionais do turismo fazem protesto por auxílio emergencial

99% da categoria está parada e situação piorou com a segunda onda da Covid-19; são 75 agências e guias registrados, além de 52 empresas de ônibus de turismo no Maranhão; esta é a segunda manifestação realizada pelos profissionais

Kethlen Mata/ O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Em carreata profissionais do turismo fizeram buzinaço e pediram ajuda do poder público
Em carreata profissionais do turismo fizeram buzinaço e pediram ajuda do poder público (ônibus de turismo)

São Luís – Na manhã desta terça-feira, 23, ônibus e micro-ônibus de turismo maranhense realizaram uma carreata como forma de reivindicação por um auxílio emergencial para a classe, que está parada por causa da pandemia do novo coronavírus. Agentes de viagens, guias, motoristas e representantes de agências se reuniram às 9h no retorno do Tirirical, de onde saíram e realizaram um buzinaço por avenidas de São Luís.

A carreata percorreu a Cohab, passou pelo viaduto da Cohama – no sentido Renascença-, São Francisco e Beira-Mar, onde se dispersou e os veículos saíram para suas respectivas garagens.

De acordo com a guia turística Tereza Oliveira, uma das organizadoras da ação, atualmente, existem 75 empresas – entre agências e guias – registradas e 52 empresas de ônibus de turismo no Maranhão. Ano passado, o grupo também realizou um protesto, porém reuniram quase toda a classe, mas desta vez, apenas 10 veículos participaram da manifestação. Segundo ela, o preço do combustível é um dos motivos que impossibilitou mais ônibus na carreata. “Há motorista que não tem nem o dinheiro da gasolina para vir”, afirmou.

“A parte de entretenimento tem ajuda, nós estamos correndo atrás. Na primeira onda tivemos ajuda da Setur-MA, mas desta vez não tivemos nada, por isso partimos para a manifestação mesmo com poucos carros, porque eles não têm combustível. Fizemos até vaquinha para colocar no carro de uma pessoa aqui”, complementou, Tereza Oliveira.

Pandemia da Covid-19
Os profissionais do turismo apontam, de forma unânime, a reivindicação chave da categoria como um auxílio emergencial. O agente de viagens, Emerson Cunha, explicou que não quer obrigar ninguém a viajar durante uma pandemia, mas que buscam uma ajuda do poder público para conseguirem passar por este período.

“Estamos hoje com o setor, praticamente, 99% parado, sem produção. Nós temos empresas de ônibus, guias, agências que dependem do turismo e, como a pandemia afetou todo esse setor, o grupo ‘Turismo em Ação’ vem fazer essa reivindicação às autoridades, tanto na esfera municipal, estadual, como federal. A gente não está falando só de agência, só de guias, falamos de pais de família que estão sofrendo. Assim como o governo criou uma alternativa para a cultura, que sentem conosco e criem uma alternativa de socorrer o turismo”, desabafou.

O guia turístico Johnny Garces está há 20 anos na área e ressalta que, neste momento de dificuldades, conta com a ajuda da esposa e familiares. “Cada pessoa aqui está precisando, passando necessidade, ninguém está tendo clientes, guias não estão mais trabalhando. Às vezes, a esposa ajuda, a família, mas é por isso que estamos aqui, para lutar pelos nossos direitos e nós merecemos apoio”, frisou.

Grupo Turismo em Ação
O grupo Turismo em Ação surgiu com a pandemia, quando a classe do turismo maranhense se viu na necessidade de lutar por seus direitos, foi esse grupo que realizou a primeira manifestação do ano passado. Edivaldo Dourado, motorista proprietário de uma agência, foi um dos fundadores da ação.

“Eu fundei lá em casa, eu e um amigo, por causa da primeira onda da pandemia. Hoje, estamos fazendo outra carreata, para os governantes saberem que trabalhamos, pagamos nossos impostos e que, no momento, estamos parados e sem nenhum benefício”, ressaltou, Dourado. Ele também faz parte da cooperativa de motoristas de turismo maranhenses (CooperBus).

Para Edivaldo Dourado, a situação da sua categoria é precária, já que é a primeira que para e última a recomeçar. Segundo ele, os profissionais geralmente trabalham com a própria família, então se ajudam entre si. “Mas hoje a reserva já está acabando, fizemos promoções, mas o público está com medo e eu dou razão, não sou criminoso para colocar todo mundo para viajar. Temos prevenção, todos os veículos estão equipados com álcool em gel, os passageiros devem usar máscara, os carros são sanitizados, a gente se previne”, esclareceu.

O que disse o Governo
Após a carreata, O Estado procurou a Secretaria de Estado do Turismo (Setur-MA) e a Secretaria Municipal de Turismo (Setur), para saber se houve ajuda para a classe durante o período de pandemia e se existe algum projeto de auxílio emergencial. Até o fechamento desta edição, apenas a Setur-MA enviou resposta aos questionamentos.

Em nota, a pasta informou que, desde o final de março de 2020, o Governo do Estado tem lançado editais e auxílios financeiros para meios de hospedagem, artesãos, restaurantes, guias de turismo, artistas, e outros empreendimentos do ramo. “A Setur informa, ainda, que o Governo do Maranhão já destinou mais de 34 milhões de reais, apenas por meio da Lei Aldir Blanc, sendo 1 milhão de reais direcionados para artesãos. O edital Conexão Cultural também foi prorrogado, beneficiando a classe artística. Além disso, o setor de bares e restaurantes também voltou a ser beneficiado com auxílio de R$ 1 mil”, afirmou a secretaria.

A Setur disse ainda, que apesar de ainda não ter novo edital previsto para essas categorias (agências e ônibus) a Setur destaca que está organizando uma nova distribuição de cestas básicas para os segmentos mais atingidos.

NÚMEROS

75 empresas (Agências e Guias)
52 empresas de ônibus e micro-ônibus
10 ônibus e micro-ônibus participaram da carreata

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