Dificuldades

Motoristas de aplicativos reclamam de queda no faturamento em SL

Com menos pessoas circulando, viagens diminuíram, assim como o faturamento; trabalho ficou pior com aumento do preço da gasolina

Evandro Júnior / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Falta de passageiros, aumento no preço da gasolina e falta de segurança, deixas motoristas preocupados
Falta de passageiros, aumento no preço da gasolina e falta de segurança, deixas motoristas preocupados (motorista de aplicativo)

São Luís - Desde que a rotina dos maranhenses foi afetada pela pandemia do novo coronavírus, o número de pessoas circulando diminuiu consideravelmente, o que afetou a cadeia de trabalho. Uma das categorias que sentiu o efeito foi a de motoristas por aplicativo. Muitos estão desistindo da atividade, por causa das dificuldades decorrentes das crises sanitária e financeira, além da violência.

No Maranhão, mais de 30 mil pessoas trabalham nessa área, segundo estimativa do presidente da Associação de Motoristas por Aplicativos do Maranhão, Augusto Ayres. De acordo com ele, as viagens caíram significativamente, depois do agravamento da pandemia, assim como o faturamento diário dos motoristas, que é, em média de R$150, 00 a R$ 200,00, atualmente, por causa da crise sanitária.

“As pessoas estão circulando menos, a gasolina aumentou e o país está mergulhado numa crise financeira complicada. Tudo isso implica no trabalho dessas pessoas. Cerca de 80% dos motoristas de aplicativos sustentam a família com essa renda”, afirma Augusto Ayres.

O presidente informou que a Associação encaminhou um documento à Secretaria Municipal de Saúde pedindo a imunização dos motoristas da categoria, que se arriscam diariamente, apesar de seguirem os protocolos sanitários. A imunização amenizaria o medo que muitos sentem de rodar.

“No entanto, nunca obtivemos resposta. Além disso, uma das operadoras demonstrou interesse em doar cinco mil viagens por 20 reais para a Secretaria utilizar com seus funcionários, mas também não obteve resposta”, informou Augusto Ayres.

Muitos motoristas por aplicativo estão quase desistindo da atividade, temendo também a violência. Segundo Otávio Araújo, que trabalha no ramo, os motoristas só podem transportar, no máximo, três passageiros por viagem e os vidros devem ser baixados. Além disso, é preciso que os passageiros estejam usando máscaras, assim como eles.

Entre os métodos utilizados por alguns trabalhadores, está a instalação de acrílicos para separar o banco do motorista dos demais. Alguns usam plástico. “Não podemos andar com o ar condicionado ligado, porque isso facilita a transmissão. O problema é que há passageiros que pedem que se ligue o ar. Outros se recusam a usar máscara e isso complica um pouco o nosso trabalho e nos coloca em risco. Isto fora o risco da violência a qual estamos sujeitos”, contou.

No último fim de semana, o motorista por aplicativo Wanderson Santos fez uma postagem nas redes sociais sobre um sequestro relâmpago que sofreu. “Estava rodando por um aplicativo e sofri um sequestro relâmpago, mas graças a Deus nada me fizeram, só levaram o meu celular”, escreveu ele, que reside em Paço do Lumiar.

Além das recorrentes altas na gasolina e da queda da demanda, os motoristas se queixam que as tarifas pagas pelos aplicativos, como Uber e 99, têm, na verdade, sido reduzidas para oferecer melhores opções aos consumidores.

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