Três décadas

Com problemas, São Raimundo faz 30 anos

Um dos maiores bairros da zona rural de São Luís ainda apresenta dificuldades em relação à saúde, economia e segurança, entre outros

Bárbara Lauria / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Apesar das conquistas, o São Raimundo ainda tem problemas
Apesar das conquistas, o São Raimundo ainda tem problemas (São Raimundo)

São Luís – Resultado do “Plano Pai”, projeto da Caixa Econômica, em parceria com 15 empresas, o Conjunto São Raimundo, localizado na zona rural de São Luís, foi criado no dia 19 de março de 1991 e completou nesta sexta-feira, 19, 30 anos. Contudo, apesar das três décadas de lutas e conquistas por um bairro com melhor qualidade de vida, moradores ainda se queixam de problemas de segurança, locomoção, economia local e falta de uma unidade de saúde no bairro.

“Nosso bairro é um dos maiores da Zona Rural 1 de São Luís e por isso precisamos melhorar algumas coisas. Ainda não temos um hospital para atendimento na região, ou mesmo um plantão de 24h de saúde e da delegacia. Para esse tipo de atendimento, precisamos nos deslocar para outros bairros e ainda sim, a locomoção precisa de melhorias”, explicou Manuel De Jesus Caires, conhecido como Manuelzinho, presidente do Conselho Comunitário Sociocultural do Conjunto São Raimundo, que mora no local há 30 anos.

O conjunto hoje possui uma das maiores linhas de transporte da ilha de São Luís todas destinadas ao centro da cidade, que atendem as demais comunidades que ficam ladeadas. Na sua entrada há um posto de gasolina que atende as comunidades próximas. Contudo, como destaca Manoelzinho, a locomoção no bairro ainda é o calcanhar de Aquiles dos moradores, devido à estrutura das ruas e pelo local ter apenas uma entrada e saída. Autor de um projeto para ligar a via principal até o KM 0 da BR-135 e ao retorno da Universidade Estadual do Maranhão, o presidente destaca que essa mudança na rota ajudaria o trânsito e interligaria a zona rural a zona urbana da capital.

“O ideal era que tivéssemos uma via que interligasse os bairros. Esse projeto é ideal para o crescimento do nosso bairro e seria uma ligação entre a Zona Rural 2, Zona Rural 1 e a Zona Urbana de São Luís. Isso ia ajudar, inclusive, economicamente”, frisou Manoelzinho. O projeto, assim como foi destacado por O Estado no último ano, permanece apenas no papel.

Saúde
Um ponto crucial de reclamação dos moradores, principalmente durante a pandemia da Covid-19, é a falta de Unidade de Saúde Emergencial. O bairro possuí o Centro de Saúde Nazaré Neiva, porém não há plantão de saúde, e nem atendimento durante feriados e finais de semana. A comunidade acaba precisando se locomover até outros bairros para receber atendimento médico.

“É importante a construção de um hospital de urgência e emergência, ou ampliação do posto de saúde Nazare Neiva, em Serviço Personalizado de Atendimento (SPA), e até mesmo um posto de apoio aos agentes de combate as endemias, pois atenderia toda a região”, destacou o presidente do Conselho Comunitário.

Apesar dessas necessidades, o local ganhou recentemente a Praça da Família, onde há equipamentos para exercícios e ginástica. Porém, moradores também pedem reforma dos equipamentos da praça mais antiga do bairro (Praça Fé em Deus).

Economia
Além de não existir casa lotéricas e centros comerciais no conjunto, os moradores pedem pela construção de uma feira livre, mercado de bairro e a instalação de agências bancárias.

Segurança Pública
Apesar de haver delegacia no bairro que funciona de segunda a sexta, das 7h às 19h, não há plantão policial e há poucas viaturas. Por isso, moradores pedem pela colocação de câmeras de monitoramento nas principais vias de acesso e na avenida principal; ampliação dos horários de funcionamento do 15º distrito policial do Conjunto São Raimundo e criação de plantões 24horas; e a construção da cede da quarta companhia da polícia militar no conjunto.

História do local
Criada pelo “Plano Pai”, projeto da Caixa Econômica, inicialmente, seriam construídas 7 mil casas no local, com seis metros de comprimento e três de largura - sala, cozinha e banheiro. Não haviam quartos. Porém, apenas metade das casas foram construídas, as outras 3 mil e 500 seriam produzidas na segunda etapa do projeto, contudo, o terreno destinado ao ele foi invadido e posteriormente se tornou a Vila Cascavel.

Na época, não existia nada no conjunto, apenas as casas construídas. Era necessário que os moradores se locomovessem até outros bairros para qualquer tipo de serviço. “Foi muito difícil na época, não tinha nada, apenas as casas construídas e a maioria estava abandonada”, disse o presidente do Conselho.

Porém, se por um lado alguns viam como um defeito o local não ter nada, algumas pessoas enxergavam como qualidade, tendo a “calmaria” da região da Zona Rural de São Luís como o principal atrativo do bairro.

Em agosto de 1996, foi inaugurado o Conselho Comunitário Sociocultural do Conjunto do São Raimundo. O Conselho é uma entidade representativa do Conjunto do São Raimundo e cuida das questões sociais do bairro, além de entrar em contato com entidades para representar a comunidade do local. “Nós já lutamos muito, fomos reconhecidos em São Luís, pois muitos pensavam que éramos de São José de Ribamar, e aos poucos fomos conquistando nossos direitos, mas ainda há o que melhorar aqui no nosso bairro”, disse Manoelzinho.

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