Cultura

Iphan lança projeto de promoção do Tambor de Crioula do Maranhão

A ação Conectando Patrimônios busca promover bens culturais como o Tambor de Crioula, estimulando a venda de trajes, adereços e outros produtos relacionados à manifestação

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
(tambor de crioula)

Brasília- Os trajes, adereços e tambores do Tambor de Crioula do Maranhão ganharam espaço de divulgação na campanha Conectando Patrimônios: redes de artes e sabores. Lançada no Maranhão na quarta-feira (17), a ação é realizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em parceria com comunidades detentoras. O objetivo é promover o Patrimônio Cultural Imaterial, incentivando a venda de produtos associados a bens registrados em todo o país.

Diante da situação de emergência em saúde pública, decorrente da pandemia do novo coronavírus, shows, apresentações e todo tipo de evento tiveram de ser adiados em todo o Brasil. Isto impactou o cotidiano de festas e rituais realizados por mestres e mestras de bens registrados como Patrimônio Cultural do Brasil. Neste cenário, essas comunidades buscaram alternativas para lidar com o isolamento social. O Ciclo do Marabaixo (AP), por exemplo, foi realizado por meio de lives e bailes do Fandango Caiçara tiveram transmissão on-line. Grupos de carimbó também realizaram rodas transmitidas pelas redes sociais.

Com o objetivo de criar um espaço de visibilidade para detentores e suas respectivas manifestações culturais, a campanha vai apresentar coletivos de detentores de vários estados com os seus respectivos contatos de telefone e redes sociais. Quem se interessar, poderá entrar nas páginas virtuais dos coletivos e adquirir produtos desses grupos, como gêneros alimentícios e biojóias produzidas por indígenas do Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro (AM), bem como livretos de artistas da Literatura de Cordel (CE e DF). A compra, o pagamento e a entrega dos produtos são realizadas diretamente entre o detentor e o comprador.

Tambor de crioula

O Tambor de Crioula do Maranhão é uma dança circular, envolvida por canto e batuque de tambores. Tem origem afro-brasileira e é dançada em louvor a São Benedito, em praças, nos terreiros, em festas. Da dança, participam as coreiras ou dançadeiras, conduzidas pelo ritmo intenso dos tambores e pelas toadas evocadas por tocadores e cantadores, culminando na punga ou umbigada – ato em que as coreiras se cumprimentam batendo uma barriga na outra. O Tambor de Crioula é tradição em grande parte dos municípios maranhenses e está registrado como Patrimônio Cultural Imaterial desde 2007.

“A divulgação do projeto Conectando Patrimônios será de grande importância para o nosso querido e aplaudido Tambor de Crioula do Maranhão. Poderemos apresentar nossa brincadeira, assim como nossas vestimentas, instrumentos e adereços. Ao mesmo tempo, poderemos mostrar que, por trás deste patrimônio imaterial, existe a essência, que é a nossa fé, a devoção e o prazer de quem faz a festa do Tambor de Crioula, seguindo a tradição de geração em geração”, destaca a coreira Martinha Cruz dos Santos, representante do Grupo Alegria de São Benedito.

Visando promover a sustentabilidade de bens registrados como Patrimônio Cultural, a campanha é uma ação de salvaguarda inserida na Política Nacional do Patrimônio Imaterial que, em 2020, completou 20 anos de criação.

Para a presidente do Iphan, Larissa Peixoto, o Tambor de Crioula é uma das matrizes que representam a riqueza da cultura brasileira. “O Tambor de Crioula é uma importante forma de expressão da cultura maranhense e brasileira. Por isso, o Iphan busca meios de salvaguardá-lo. A campanha Conectando Patrimônios é uma maneira de fortalecer social e economicamente seus detentores e, assim, valorizar e divulgar esse bem que é Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.”

Para viabilizar a ação, as superintendências do Iphan nos estados mobilizaram coletivos de mestres e mestras que participam da ação. Mas a chamada continua. Os grupos que tiverem interesse em participar devem entrar em contato com a superintendência do Iphan no Amazonas que dará os detalhes sobre como aderir à ação.

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