Profissionais de entrega

Pandemia: motoboys são alvo da Covid-19, de assaltos e trotes

Entregadores utilizam máscara e álcool em gel, e deixaram de circular em alguns pontos da cidade devido a ações criminosas

Ismael Araújo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Além de lidar com o dia a dia usando máscaras e álcool em gel, entregadores sofrem assaltos e trotes
Além de lidar com o dia a dia usando máscaras e álcool em gel, entregadores sofrem assaltos e trotes (motoboy)

São Luís - As vendas por delivery cresceram muito durante o período da pandemia da Covid-19, mas os entregadores ou motoboys ficam mais expostos à contaminação pela doença, além de serem alvo de trotes e assaltos. Bairros como Aldeia, Barreto, Vila Conceição, Alto do Turu, Coroadinho, Parque Vitória, Filipinho e áreas adjacentes são pontos da cidade que muitos desses profissionais deixaram de circular para não sofrerem atos criminosos, principalmente roubo.

Antônio José Fonseca, que faz parte da Cooperativa dos Motoboys da Ilha, contou que com o isolamento social, por causa da pandemia do novo coronavírus, o serviço de delivery superou os 100% na Grande Ilha. Um grupo de 15 motoboys, no momento, faz mais de 300 entregas por semana, quando anteriormente faziam menos de 100.

Ainda de acordo com ele, muitos entregadores, mesmo usando máscara e o álcool em gel, acabam apresentando sintomas da Covid-19, sendo afastados do serviço para não contaminar os outros companheiros de trabalho ou clientes. “No pico da pandemia, pelo menos 15 motoboys foram contaminados pelo novo coronavírus”, frisou Antônio Fonseca.

Ele comentou que, além da doença, a categoria também pode ser alvo de assaltos, trotes e ponto de entrega errado. “Na região metropolitana há um problema grave ao usar o aplicativo, pois há casos em que ele indica o ponto de entrega errado, muita das vezes por causa do CEP”, explicou.

Antônio José Fonseca ainda frisou que há casos em quando os motoboys conseguem chegar ao ponto de entrega, os clientes já cancelaram o pedido. “Existem casos em que o produto custa a chegar nas mãos do motoboy e o cliente acaba cancelando o pedido. Isto é um prejuízo para a categoria, pelo gasto de combustível e do tempo”, disse.

Ele também informou que muitos colegas de profissão continuam sendo alvos de criminosos e há bairros que deixaram de receber entregas, como Vila Conceição, Alto do Turu, Parque Vitória, Aldeia, Barreto e áreas adjacentes. “Temos a recomendação de sempre deixar a motocicleta ligada, buzinar na porta do cliente e somente descer da moto quando constatar que o local é seguro”, afirmou.

O universitário Lucas Ranger Pereira, de 24 anos, disse que em apenas um dia três motoboys foram entregar pizza em sua residência. “Os entregadores chegaram a dizer o meu nome, mas eu não tinha solicitado nesse dia nenhum tipo de serviço delivery”, afirmou.

Na pandemia
Jorcileide Silva, de 39 anos, teve que fechar seu restaurante, localizado no bairro da Madre Deus, devido a pandemia do novo coronavírus, passou a ser moto-entregadora. Com o soldo dessa profissão, no momento ela sustenta três filhos menores de idade, e ainda conta com a ajuda financeira do esposo, Aldeci Cutrim.

Ela falou que foi contaminada pela Covid-19, mas ainda não foi alvo de criminosos, mesmo trabalhando das 9h até 23h. “As minhas rotas de entrega são Calhau, Centro e áreas vizinhas, pois não atrevo a circular em pontos de risco”, disse a moto-entregadora.

Colegas de profissão de Jorcileide Silva já foram assaltados e, em alguns casos, os criminosos levaram, além do dinheiro e o produto da entrega, a motocicleta. “Alguns colegas disseram que há assaltantes muito violentos e levam até mesmo o nosso meio de trabalho”, comentou a moto-entregadora.

SAIBA MAIS

No ano passado, a polícia prendeu um casal acusado de assaltar motoristas de aplicativo e motoboy de delivery, na Grande Ilha. Eles, na maioria das vezes, agiam no Olho d’Água e bairros adjacentes. Esse tipo de crime está sendo investigado pela Polícia Civil.

Medidas de segurança para mototaxistas e entregadores

  • Atenção redobrada
  • Sempre deixar a motocicleta ligada
  • Conhecer sempre a área
  • Descer da motocicleta somente quando o local ser seguro
  • Buzinar quando ao local da entrega
  • Evitar locais considerados de risco

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