Na volta aos exercícios

Pacientes recuperados da Covid-19 devem passar por avaliação cardíaca

Considerada sistêmica, doença pode acometer a saúde do coração; no Brasil, o número de casos do novo coronavírus já ultrapassou a marca de 6 milhões de pessoas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Pessoas que tenham sido infectadas pelo novo coronavírus, essencialmente, devam realizar uma avaliação cardiológica antes de iniciar novas atividades físicas
Pessoas que tenham sido infectadas pelo novo coronavírus, essencialmente, devam realizar uma avaliação cardiológica antes de iniciar novas atividades físicas (avaliação cardíaca)

São Paulo - A pandemia de Covid-19 tem afetado não somente a saúde respiratória da população mundial. Por se tratar de uma doença considerada sistêmica – que atinge múltiplos órgãos – especialistas observam cada vez mais casos onde a infecção acomete também o coração.

Um estudo publicado pelos membros do Conselho de Cardiologia do Esporte Americano, na revista médica JAMA (The Journal of the American Medical Association), mostrou que até 22% dos pacientes hospitalizados com a Covid-19 apresentam lesão cardíaca aguda, o que é significativamente maior se comparado à taxa de apenas 1% registrada em pacientes de outras doenças virais graves.

Por isso, de acordo com o cardiologista e médico do esporte do HCor, Nabil Ghorayeb, o retorno de pacientes recém-curados da Covid-19 aos treinos requer atenção. “Apesar de o exercício físico ser considerado um grande aliado na redução do risco cardiovascular a longo prazo, a prática de atividades de alta intensidade também pode ser um gatilho para doenças cardiocirculatórias silenciosas”, destaca o médico.

O especialista reforça que pessoas que tenham sido infectadas pelo novo coronavírus essencialmente devam realizar uma avaliação cardiológica antes de iniciar novas atividades físicas, ou mesmo de retomar exercícios e esportes que já executavam, sejam eles recreativos ou competitivos.

A orientação também foi descrita em um posicionamento recente divulgado pela Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), assinado por Ghorayeb e outros grandes nomes da medicina esportiva.

O documento sugere que essa avaliação contemple anamnese, exame físico e eletrocardiograma para todos, e sustenta que a indicação de exames complementares varia a depender da gravidade do quadro clínico prévio da Covid-19, podendo incluir: dosagem de níveis séricos de troponina, teste ergométrico ou cardiopulmonar de exercício, ecodopplercardiograma e ressonância magnética cardíaca, sendo a recomendação de rastreamento mais abrangente nos esportistas competitivos e atletas.

Além do cuidado clínico necessário em quaisquer casos, dos assintomáticos àqueles que foram hospitalizados, a retomada de pacientes que foram infectados pelo novo coronavírus também deve respeitar um prazo certo.

Segundo Ghorayeb, nada de pressa. Para quem testou positivo, mas permaneceu assintomático, recomenda-se evitar o treinamento físico por pelo menos duas semanas a partir da data do resultado positivo do teste, além do seguimento das diretrizes de isolamento. Já para aqueles que desenvolveram sintomas leves ou moderados, também é orientada uma interrupção mínima de 15 dias, iniciada a partir do desaparecimento dos sintomas.

“As pessoas que ficaram mais gravemente doentes e tiveram lesões cardíacas associadas ao quadro de Covid-19 também podem voltar a se exercitar nesse prazo, no entanto, as atividades físicas deverão respeitar as recomendações médicas comumente atribuídas a quadros de miocardite”, ressalta.

Ao redor do mundo, o número de casos da Covid-19 já ultrapassou a marca de 58 milhões. No Brasil, mais de 6 milhões de indivíduos já foram diagnosticados com a doença.

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