SÃO LUÍS – Nesta quarta-feira, 25, O Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), comunicou que o processo seletivo para ingresso aos cursos da Educação Profissional Técnica de Nível Médio para o ano de 2021 será realizado por meio de Sorteio Público Eletrônico, em edital a ser publicado durante o mês de dezembro, no entanto, a decisão não foi bem recebida por alunos que se preparam intensamente para fazer a prova.

Segundo o Instituto, a decisão levou em consideração a pandemia da Covid-19, e a preservação da saúde de candidatos, colaboradores e servidores. Sendo assim, o IFMA, por meio do Colégio de Dirigentes, resolveu fazer um Sorteio Público Eletrônico, onde os candidatos serão selecionados aleatoriamente, através de algoritmos e cálculos matemáticos, considerando também os critérios legais de cota e ampla concorrência.

Marianna Melo, 14, está no 9ª ano do ensino fundamental e vai tentar uma vaga no nos cursos técnicos do IFMA. Para ela, o sorteio é uma injustiça, porque muitas pessoas se preparam pro seletivo como se fosse um ENEM. “Me sinto privilegiada por estar em uma escola particular, porque eu sei que todas as instituições de ensino foram prejudicadas – e a minha não deixou de ser –, mas eu sei que tive aulas online e muitas pessoas da rede pública não tiveram esse suporte”, frisou.

Segundo Marianna, essa é uma forma de excluir muita gente que se esforçou para realizar o exame da instituição. “Existem várias outras formas de fazer esse seletivo, por exemplo, avaliando histórico escolar, entrevista com os alunos, uma prova online, coisas que já são feitas. E mesmo que eu saiba que em outros estados a seleção esteja sendo feita por sorteio, eu acho que aqui que tem um histórico de ter uma prova que cria uma expectativa nas pessoas, e que move todo um comércio de cursinhos, cancelar ela [a prova] justo em um ano em que as pessoas viam o IFMA como uma esperança, é uma coisa antiética, de certa forma”, concluiu a estudante.

O estudante João Octávio, 15, que também cursa o 9ª ano, compartilha do sentimento de injustiça de Mariana. “A gente vê que a maioria das escolas públicas não teve um ensino adequado, ou não teve ensino nenhum e as escolas particulares também ficaram um pouco prejudicas. Já os alunos que buscaram por meios próprios, ou de cursinhos para estudar, é muito injusto porque de alguma forma foi um investimento jogado fora, às vezes a pessoa estudou tanto para não ser aprovado”, ressaltou o aluno.

O IFMA, destacou no comunicado, que todas as possibilidades para execução do processo seletivo de ingresso em 2021 foram avaliadas operacionalmente e juridicamente de modo a garantir o tratamento isonômico e igualdade de condições entre os candidatos.

Ainda no comunicado do IFMA, foi informado que o instituto está trabalhando na estruturação do Fórum Institucional de Acesso Discente, para garantir a participação representativa de todos os campi, tendo como propósito construir uma Política de Acesso Discente ao IFMA que envolva não apenas a forma de acesso, mas que também amplie as perspectivas dos estudantes quanto à permanência e o êxito.

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