Desabamentos

Ocorrência de chuva preocupa moradores de áreas de risco

Sessenta áreas de riscos foram mapeadas pela Defesa Civil na capital e são alvo de vistorias diárias; moradores temem deslizamentos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Quem mora na parte baixa sob as barreiras temem que com as chuvas aconteçam deslizamentos de encosta
Quem mora na parte baixa sob as barreiras temem que com as chuvas aconteçam deslizamentos de encosta (Salinas)

São Luís - A ocorrência de chuva em São Luís já começou a preocupar os moradores de áreas de risco de desabamento. Na capital, segundo Superintendência da Defesa Civil, existem 60 áreas de riscos e são alvos de vistorias diárias. A tendência é de que nos próximos meses as chuvas vão ficar mais intensas, de acordo com o Setor de Meteorologia da Universidade Estadual do Maranhão (Uema).

“Eu não tenho outro local para morar, então, o jeito é ficar aqui e pedir a Deus para que a barreira não caia durante a chuva, em cima da minha casa”, disse Esmeraldo Pires, de 67 anos. Ele reside sozinho, na Salina do Sacavém, há uma década. No período de chuva, ele fica atento para não ser pego de surpresa, no caso de haver alguma ocorrência de deslizamento de barreira.

Esmeraldo Pires também contou que, até o momento, não foi beneficiado com o programa federal Minha Casa, Minha Vida, mas tem receio em morar em outra localidade da Grande Ilha, devido a ação de faccionados. “O povo fala que há vários pontos da cidade que são dominados por integrantes de facção criminosa, então fico com medo de mudar do meu bairro”, disse.

Magno Pereira, de 31 anos, também é morador do bairro Salina do Sacavém. Ele mora há dois anos no local, com sua esposa, Ivete Santos, de 29 anos, e uma filha, de 10 anos. “No fundo da minha casa há uma barreira e quando chove desce um pouco de barro, mas neste ponto não alarga”, frisou o morador.

Tragédia

No fim da Avenida 2 do bairro Salina do Sacavém há destroços de uma casa que caiu em um barranco durante o período chuvoso, ocorrido no mês de abril de 2004, que resultou na morte de um casal, soterrado.

O morador Idelberto Soares, de 57 anos, disse que naquele dia os vizinhos ficaram apavorados e com receio de terem suas casas arrastadas pela água pluvial. “Muita chuva. A água saiu levando uma casa para dentro do barranco, onde havia a residência do casal que morreu soterrado. Uma verdadeira tragédia que ocasionou pânico no bairro”, contou.

Iranildes Sousa, de 61 anos, informou que o risco ainda é maior na área conhecida como Velozão, localizada nas proximidades do bairro Salina do Sacavém. Durante o período chuvoso, os moradores, além de terem o receio do deslizamento, são vítimas do alagamento. “Quando chove bastante, os moradores do Velozão são levados para a associação do bairro ou são beneficiados com o aluguel social, pois o local fica alagado”, comentou a moradora.

Mais pontos
Os moradores do Sacavém também estão com medo de deslizamento. A casa de Maria dos Santos, de 38 anos, fica próxima a uma barreira. “Tenho medo de haver deslizamento, mas até o momento não fui beneficiada com o programa Minha Casa, Minha Vida, e ainda estou com esperança de ganhar uma casa ou apartamento”, declarou.

A residência de Ana Sílvia Martins, de 56 anos, na Vila São Luís, área Itaqui-Bacanga, também fica próxima a uma barreira. Ela disse que durante o período chuvoso do ano passado o Corpo de Bombeiros Militares colocou uma lona preta na barreira e a equipe da Defesa Civil realizou vistoria frequente na localidade, inclusive chegou a orientar os moradores em caso de alguma ocorrência.

Áreas vistoriadas

A Secretaria Municipal de Segurança com Cidadania (Semusc), por meio da Superintendência da Defesa Civil, informou que atualiza a situação das 60 áreas de riscos da capital, ao longo do ano, sempre com equipes realizando vistorias diárias nos locais mapeados.

Ainda segundo a Semusc, durante o monitoramento, sempre orienta os moradores sobre como agir em casos de desmoronamento e/ou alagamentos. A Defesa Civil municipal pode ser acionada por meio dos números 3212-8473 ou 153 (ligando de um número da operadora Oi), e pelo número de celular 98822-5352 (com WhatsApp).

FIQUE ATENTO

  • - Rachaduras nos terrenos, muros, paredes e pisos;
  • - Árvores, muros e postes inclinados
  • - Desprendimento e quedas de solo
  • - Água minando a base de encostas
  • - Afundamento e deformação no leito da rua
  • - Não jogue lixo nas ruas, encostas, rios e córregos
  • - Não construa próximo ou sobre os leitos de rios e córregos
  • - Não faça cortes nos terrenos de encosta
  • - Não ande em áreas alagadas

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.