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Serra da Canastra

Entre queijos, trilhas e cachoeiras

Sheila Dureles / Personal Travel

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
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Um dos tesouros de Minas Gerais, a Serra da Canastra hoje conhecida por seu queijo único e premiado: o queijo Canastra também abriga as nascentes do rio São Francisco, espécies únicas da fauna brasileira e cachoeiras de beleza ímpar. Recebeu este nome pois seu chapadão assemelha-se a um baú ou canastra quando visto de longe. Te aguarda para desbravar suas trilhas, curtir as cachoeiras, observar sua fauna, lagartear em suas praias ao longo do rio São Francisco e degustar seus queijos, doces e cafés.

Serra da Canastra
O Parque Nacional da Serra da Canastra foi criado em 1972 no sudoeste de Minas Gerais. Abrange os municípios de São Roque de Minas, Capitólio, Vargem Bonita, São João Batista do Glória, Delfinópolis e Sacramento.

Preserva as nascentes do rio São Francisco, do rio Araguari, pinturas rupestres, monumentos e fauna ameaçada.

Tem trilhas abertas oferecendo uma ampla gama de passeios para conhecer suas nascentes, piscinas naturais, cachoeiras, ruínas históricas e animais e plantas. O ideal é que se use transporte 4x4 para deslocamento pelo local.

São 4 acessos divididos em portarias que permitem a entrada ao parque nacional mas por conta da pandemia de Covid-19 a única que se encontra aberta hoje para exploração é a portaria 4 que leva à parte baixa da cachoeira da Casca D’Anta.

Como chegar
A cidade de São Roque de Minas encontra-se a 330 km de Belo Horizonte e para quem vem de São Paulo fica há 535 km.
Pode-se chegar de carro, ônibus e também aviões de pequeno porte.

Hospedagem
No local há diversos tipos de hospedagens: pousadas no campo e nas cidades, casas de campo para aluguel por temporada, bed and breakfast, hostel, camping etc. Atende bem a todos os gostos e bolsos. Mas a única certeza é o atendimento aconchegante e convidativo que só os mineiros sabem oferecer com um cafezinho fresco, um queijo e um bolo sobre a mesa posta, que o diga o Whainne de Castro da Pousada Limeira que é morador local há mais de seis décadas.

Nossa sugestão é de no mínimo três noites na região para explorar as belezas e gastronomia.

Experiências
Na Serra da Canastra o turismo se divide em duas áreas: o ecoturismo e aventura e o turismo gastronômico.

Conversamos com o Anael de Souza da Tamanduá turismo que desde 1998 opera na região. Entre os roteiros sugeridos estão a trilha do Cerradão, boiacross, passeios à cachoeira Casca D’anta e observação de pássaros.

Falando em observação de pássaros o fotógrafo e historiador Alessandro Abdala tem um livro (Serra da Canastra: refúgio das aves do Cerrado), onde constam fotos das principais aves da região além de uma visão histórica do local. Nos passeios para avistar animais, segundo Alessandro, avistamos o pato mergulhão que é uma das aves mais raras do mundo e está ameaçado, sendo um animal símbolo do parque, o lobo guará que fez da canastra a sua morada, o tamanduá bandeira, o galito e as águias para considerarmos aqui os mais importantes.

Na parte de turismo de aventura a região oferece trilhas para motocross, quadriciclo, utv, jipes. Muita aventura. Um dos passeios mais emocionantes na região é o passeio de balão que é feito pelo Silvio Vezalli da Balão na Canastra. Dura em média 50 minutos onde é possível conferir o nascer do sol na região e na volta um brinde com champagne.

O Queijo
Sua produção remonta há mais de dois séculos. Uns dizem que veio de Portugal a receita, outros dizem que foram os tropeiros da região que o desenvolveram, mas o certo é que ele é a maior estrela de toda a região. Seu produto mais ilustre.

Na região da canastra se aprende desde criança a fabricar o queijo, mas a notoriedade só veio há poucos anos e a luta para que o queijo fosse certificado foi árdua. De casca amarela por fora e macio e saboroso por dentro teve seu modo de produção reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional(Iphan) e hoje também possui o selo arte de procedência. Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Queijo Canastra(Aprocan), João Carlos Leite, o selo tirou o queijo e os produtores da clandestinidade, contribuindo para o sustento e renda de muitas famílias da região.

O queijo varia de tamanho e sabor conforme cada produtor, por isso uma vez lá vá há vários produtores diferentes e suas diferentes harmonizações.
O Paulo Matos, que produz o queijo Pingo do Mula, nos explicou que o queijo canastra além do coalho recebe também o “pingo” que é como um “soro de leite”, um fermento que dá um sabor especial ao queijo produzido. Em sua fazenda infelizmente as visitas e degustações estão suspensas no momento em razão da pandemia. Mas em tempos normais feito o agendamento antecipadamente você pode fazer uma visita guiada, degustação de queijos com café especial, provar queijos de três ou quatro maturações diferentes dependendo do roteiro escolhido. Tem harmonização com cervejas artesanais, doces produzidos no local, confecção de seu próprio queijo e almoço. Aviso: dá água na boca e será difícil escolher um queijo só.
As cidades do entorno têm investido bastante em festivais gastronômicos, convidando grandes chefes nacionais. Fica o convite e boa viagem.

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