Pandemia

Brasileira integra equipe de transição de Biden para o combate à Covid-19

Luciana Borio é pesquisadora sênior de saúde global do Conselho de Relações Exteriores dos EUA e especializada em biodefesa, segundo comunicado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Luciana Borio vai integrar equipe do presidente eleitos dos EUA, Joe Biden
Luciana Borio vai integrar equipe do presidente eleitos dos EUA, Joe Biden (Luciana Borio, brasileira)

BRASÍLIA/EUA - A equipe de transição do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou ontem, 9, o conselho consultivo para o combate à Covid. Entre os membros anunciados está a brasileira Luciana Borio, segundo comunicado do governo de transição.

Borio é pesquisadora sênior de saúde global do Conselho de Relações Exteriores dos EUA, ex-diretora de preparação médica e de biodefesa do Conselho de Segurança Nacional do país e ex-cientista-chefe interina da FDA (Food and Drug Administration, na sigla em inglês), órgão equivalente à Anvisa (veja mais abaixo).

A equipe de especialistas em saúde pública vai aconselhar Biden, a vice-presidente, Kamala Harris, e a equipe de transição do governo para enfrentar a pandemia. O conselho consultivo será liderado pelos co-presidentes David Kessler, Vivek Murthy e Marcella Nunez-Smith.

"Lidar com a pandemia do coronavírus é uma das batalhas mais importantes que nosso governo enfrentará e serei guiado pela ciência e por especialistas", afirmou Biden no comunicado.

Segundo o presidente eleito dos EUA, o conselho consultivo "ajudará a moldar a abordagem para gerenciar o aumento nas infecções relatadas; garantir que as vacinas sejam seguras, eficazes e distribuídas de forma eficiente, equitativa e gratuita; e proteger as populações em risco".

Na campanha, Biden prometeu uma estratégia completamente diferente da adotada por Trump, a começar por garantir que as decisões de saúde pública seriam amparadas na ciência e informadas por profissionais da área. Essa era uma das principais promessas do democrata.

Pandemia nos EUA

O atual presidente americano chegou a dizer em março que o coronavírus ia simplesmente "desaparecer". No final de outubro, o chefe de gabinete de Trump afirmou "não vamos controlar a pandemia" e voltou a comparar o vírus com a da gripe.

Os Estados Unidos concentram cerca de 20% de todos os casos e mortes por coronavírus do mundo e registraram quatro dias seguidos de recordes de infectados na semana passada.

São quase 10 milhões de casos e mais de 237 mil óbitos no país. Na sequência vêm Índia (8,5 milhões e 126 mil, respectivamente) e Brasil (5,6 milhões e 162 mil).

Além dos co-presidentes e da cientista brasileira, o conselho terá como membros Rick Bright, Ezekiel Emanuel, Atul Gawande, Celine Gounder, Julie Morita, Michael Osterholm, Loyce Pace, Robert Rodriguez e Eric Goosby.

O comunicado da equipe de transição de Biden diz que Borio é especialista em biodefesa, doenças infecciosas emergentes, desenvolvimento de produtos médicos e emergências complexas de saúde pública.

A cientista brasileira é pesquisadora sênior de saúde global do Conselho de Relações Exteriores americano e já foi diretora de preparação médica e de biodefesa do Conselho de Segurança Nacional do país e cientista-chefe interina da FDA.

Borio também já foi diretora do escritório de contraterrorismo e de ameaças emergentes e comissária assistente para política de contraterrorismo do Conselho de Segurança Nacional, segundo o comunicado da equipe de transição de Biden.

Alerta de 2018

Boro vive desde o fim da década de 80 nos EUA, segundo a BBC, e era assessora da Casa Branca em maio de 2018 quando alertou, durante um simpósio, que uma pandemia de gripe seria a principal ameaça à segurança sanitária do país.

"Estamos preparados para responder a uma pandemia? Receio que a resposta seja não", afirmou Borio durante uma palestra para marcar os 100 anos da pandemia de gripe espanhola, de acordo com a BBC.

Naquele mês, Trump decidiu fechar o departamento que era chefiado por Borio e que seria responsável pela resposta a uma nova pandemia. Em março deste ano, o presidente americano afirmou que "ninguém sabia que haveria uma pandemia ou epidemia dessa proporção".

Trump admitiu a jornalista que sabia da gravidade da Covid, mas decidiu minimizar os riscos ao público

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