Imunização

Poliomielite: 12,5 mil crianças foram vacinadas em São Luís

Meta de imunização não foi alcançada e a campanha foi prorrogada até 30 de novembro

Kethlen Mata/ O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Criança recebe dose de vacina contra a poliomielite em posto de saúde da capital
Criança recebe dose de vacina contra a poliomielite em posto de saúde da capital (criança vacinada)

São Luís – Até o momento, São Luís já imunizou 12.503 crianças contra a poliomielite, ou paralisia infantil, que é uma doença imunoprevenível, infecto-contagiosa aguda, causada por um vírus que vive no intestino, denominado Poliovírus. No Maranhão, o número de pessoas vacinadas já passa de 152.601. A campanha nacional de vacinação deveria ter sido encerrada em 30 de outubro, mas como não conseguiu atingir 95% do público-alvo – 11,2 milhões de crianças de 1 a menores de 5 anos de idade – vai se estender até o dia 30 de novembro.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, 60 mil doses da vacina foram encaminhadas para a cidade de São Luís, e até agora, ainda não houve necessidade de reposição do estoque. A campanha de vacinação contra a pólio encerra o calendário de mobilizações neste ano, conforme estabelecido pelo Ministério da Saúde.

Para tomar a vacina, os pais ou responsáveis devem apresentar um documento com foto, incluindo a carteira de vacinação. As doses estão sendo aplicadas em postos e unidades de saúde em todo o estado. Em São Luís, foram destinados 55 pontos, das 8h às 12h, e também duas escolas da rede municipal da capital. Além disso, as Policlínicas do Vinhais, Vila Luizão, Cidade Operária e os hospitais Dr. Genésio Rêgo e Aquiles Lisboa, também estão aplicando as doses imunizantes.

A poliomielite

A médica da família, Rosana Castello Branco, conversou com a equipe de O Estado e explicou mais sobre a doença que não apresenta casos no Brasil há mais de 30 anos. Segundo ela, embora ocorra com maior frequência em crianças menores de quatro anos, a paralisia também pode ocorrer em adultos.

A maioria das infecções apresentam poucos sintomas, ou nenhum sintoma, e estes são os casos parecidos com os de outras doenças virais ou semelhantes às infecções respiratórias como gripe – febre e dor de garganta – ou infecções gastrintestinais como náusea, vômito, constipação, dor abdominal e, raramente, diarreia. “Cerca de 1% dos infectados pelo vírus pode desenvolver a forma paralítica da doença, que pode causar sequelas permanentes, insuficiência respiratória e, em alguns casos, levar à morte. Em geral, a paralisia se manifesta nos membros inferiores de forma assimétrica, ou seja, ocorre apenas em um dos membros. As principais características são a perda da força muscular e dos reflexos, com manutenção da sensibilidade no membro afetado”, frisou a médica.

Não existe tratamento específico quando a doença está instalada.

Por que a cobertura de vacinação está caindo entre as crianças?

Desde o ano de 2015, as coberturas vacinais de crianças de até cinco anos vem caindo sumariamente, e a tendência é que esse número também caia depois da pandemia da Covid-19, já que as pessoas estão mais em casa, e consequentemente deixando de levar os filhos pra vacinar.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), divulgou no último dia 17 de outubro, um estudo qualitativo sobre os fatores econômicos, sociais, culturais e da política de saúdes relacionados à redução das coberturas vacinais de rotina em crianças menores de cinco anos, realizado entre novembro de 2019 e maio de 2020, o conteúdo do estudo é revelador e pode ser uma saída para as secretarias de saúde municipais do país contornarem a situação.

O estudo foi organizado em três etapas, primeiro uma revisão da literatura sobre o tema, seguido por grupos heterogêneos de pais e/ou responsáveis por crianças menores de cinco anos e entrevistas de profundidade com especialistas na área de imunização. Foram organizados 10 grupos focais em cinco estados brasileiro, sendo um estado para cada macrorregião do Brasil. São luís representou o Maranhão e o nordeste na pesquisa.

Ao fim do estudo, quatro caminhos foram traçados para fortalecer a cobertura vacinal no Brasil. O primeiro ponto é que as campanhas de vacinação sejam mais abrangentes e mobilizadoras, com informações sobre a vacina e a gravidade da doença que previne, incluindo possibilidade de reações adversas, o segundo fala de parcerias entre as redes públicas de saúde e educação, o terceiro reforço seria a ampliação dos horários das unidades de atendimento, e por fim, a capacitação permanente da equipe das salas de vacina.

SAIBA MAIS

Esquema de doses da Pólio

A imunização contra a poliomielite deve ser iniciada a partir dos 2 meses de vida, com mais duas doses aos 4 e 6 meses, além dos reforços entre 15 e 18 meses e aos 5 anos de idade.

Vacina Inativada Poliomielite (VIP): na rotina de vacinação infantil aos 2, 4 e 6 meses, com reforços entre 15 e 18 meses e entre 4 e 5 anos de idade.

Números

12.503 crianças vacinadas em São Luís

152.601 no Maranhão

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