Segurança

Risco de contaminação da Covid-19 é menor em barraca de alimento

Segundo infectologistas, por essas bancas estarem em espaços abertos, o risco de propagação do vírus se torna menor do que em restaurantes fechados, porém, ainda é necessário seguir protocolos de segurança sanitária

Bárbara Lauria / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Com o espaço aberto das barracas, possibilidade de transmissão do vírus é menor
Com o espaço aberto das barracas, possibilidade de transmissão do vírus é menor (comida de rua)

São Luís – Com a pandemia da Covid-19, muitos estabelecimentos sentiram um grande impacto econômico por causa do isolamento social, como foi o caso das barracas de comida de rua. Sendo um dos setores mais afetados, com a redução de casos ativos no estado, esses estabelecimentos voltaram com suas atividades, recentemente. E, ao contrário do que muitos acreditam, esses espaços possuem menor risco de propagação do vírus do que em estabelecimentos fechados, como afirma o infectologista Antônio Augusto Silva.

De acordo com o infectologista, os espaços abertos evitam a transmissão do vírus devido a circulação do ar, o que não acontece em espaços fechados e com uso de ar-condicionado. “Em locais fechados ou abertos com pouca ventilação o risco de contágio é maior, já em locais abertos, bem ventilados, o risco de transmissão é mais baixo”, explicou Antônio Augusto.

Contudo, apesar do menor risco, o infectologista alerta para os cuidados que se devem ser tomados em espaços onde a cozinha é pequena e próxima ao cliente. O infectologista Fabrício Pessoa explicou a O Estado quais medidas necessárias para manter a segurança sanitária do local. “Em estabelecimentos pequenos, a principal medida é a higienização como um todo. A limpeza da bancada, o cuidado com o preparo dos alimentos e limpar a superfície dos locais em que os alimentos têm contato. Se tomar todas essas medidas, há diminuição na probabilidade de contaminação do vírus, ainda mais em espaços abertos”, explicou Fabrício Pessoa.

Dulcinete Cutrim, é dona de uma barraca de churrasquinho no bairro do Renascença, há dois anos. Após passar quatro meses com seu estabelecimento fechado, ela está aos poucos tentando recuperar sua renda, e, para isso, teve de fazer algumas mudanças para deixar seu espaço de acordo com os protocolos de segurança sanitária.

“Tivemos de retirar as mesas e até colocamos, no início, uma corda para evitar que os clientes cheguem perto. Com a flexibilização que está ocorrendo agora, já estamos sem a corda, mas continuamos com todos os protocolos e a fiscalização passa por aqui pelo menos duas vezes por semana”, conta.

Delivery
Como um dos protocolos de segurança foi a retirada de mesas e cadeiras, para que o consumo do alimento não ocorresse no local, uma alternativa encontrada por Dulcinete Cutrim foi o delivery. A comerciante diz que hoje, maior parte de suas vendas é feita por meio de entregas. “Todos os dias vendemos cerca de 120 quentinhas e, dessas, pelo menos 80 são de delivery”, ressaltou.

De acordo com a comerciante, essa foi a melhor opção para a manter seus negócios durante o período de restrições, mas agora espera que o movimento do espaço melhore para poder retomar suas economias.

A respeito desse retorno, Fabrício Pessoa ressalta: “Estamos vivendo um momento de flexibilização, então não há mais necessidade que o consumo dos alimentos ocorra apenas por delivery. Contudo, é importante que os protocolos de segurança estejam sendo seguidos, pois essa é a melhor forma de se prevenir da contaminação do vírus”.

FIQUE ATENTO

Além dos cuidados que todos devem seguir ao sair de casa, como o uso de máscaras e a higienização das mãos, o infectologista Fabrício Pessoa lembra que é importante que o cliente esteja atento a alguns aspectos ao chegar em um estabelecimento, como o preparo e o manuseio do alimento e a higienização da louça do local.

“É importante que o cliente se atente a como a comida que será servida está sendo preparada e manuseada. É importante, também, ter atenção as louças e talheres, com a intenção de que sejam individualizadas e tenham a higienização prévia. O ideal é que essa louça seja descartável”, explicou o infectologista.

FEIRINHA SÃO LUÍS

No último domingo (25) voltou a ser realizado a tradicional Feirinha de São Luís, na Praça Benedito Leite. O evento, que ocorre todos os domingos, conta com diversas barracas de comerciantes locais e, inclusive, tendas de comida. De acordo com a Secretaria Municipal de Agricultura, Pesca e Abastecimento (Semapa), todos os permissionários das barracas dos setores de alimentação e agroecológico foram orientados sobre as medidas de higiene e segurança alimentar. As barracas de alimentos, principalmente de comidas típicas, foram ressaltadas a obrigatoriedade do uso de gorros ou toucas, luvas, máscaras, o distanciamento social, a permanência de, pelo menos, duas pessoas nas barracas (uma para ficar no caixa e outra para manipular os alimentos). Além do uso do álcool gel, antes e depois da manipulação dos alimentos, e oferta do produto de higiene aos clientes. No local também foi realizado a fiscalização da higienização e conservação dos alimentos; além da forma de exposição, se estavam bem armazenados e se não possuíam alguma contaminação. Ainda de acordo com a Semapa, foram disponibilizados uma equipe de bombeiros civis e outra de inspeção sanitária do próprio órgão, para que atuassem em todo o perímetro da Feirinha São Luís e orientassem a adoção das medidas sanitárias.

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