São Luís - Dados do Data Sebrae apontam que os pequenos negócios são a principal força de sustentação da economia de São Luís nestes 408 anos de fundação. Esses empreendimentos representam cerca de 93% das empresas formais da capital. O levantamento, que toma como base dados da Receita Federal, aponta a existência de 87,9 mil empresas ativas na capital, sendo que desse total, 82,1 mil são micro e pequenas empresas.

Nesse conjunto, estão cerca de 42,2 mil microempreendedores individuais, 36,1 mil microempresas (ME) e 3,7 mil empresas de pequeno porte (EPP) que, juntas, impulsionam o PIB da capital, que somou cerca de R$ 27,2 bilhões em 2018 (dado do IBGE). Esses negócios empregam cerca de 300 mil trabalhadores e pagam pouco mais de R$ 1 bilhão em salários todos os meses. E esses números estão em expansão.

Um bom indicador está entre os MEI’s. De acordo com números registrados no Portal do Empreendedor, os MEI’s estão em plena expansão. Este ano, de janeiro a agosto, já foram registrados cerca de 14 mil novos MEI’s ante aos 11 mil novos MEI’s formalizados no mesmo período do ano passado. Isso quer dizer que o ritmo de abertura de MEI’s cresceu 20,9% em relação ao registrado em 2019, o que mostra que a pandemia do Covid-19 fez com que os empreendedores maranhenses vissem oportunidades de negócios, partindo para empreender mesmo com a crise, ainda que por necessidade.

“A crise gerou oportunidades e novos negócios surgiram para dar vazão às novas tendências. Percebemos uma concentração no setor do comércio e serviços. No entanto, houve quem empreendesse por necessidade sim , porém sempre vislumbrando uma oportunidade no mercado para atender a uma necessidade”, comenta a gerente estadual de Gestão de Atendimento e Relacionamento com o Cliente do Sebrae no Maranhão, Hildenê Maia.

Economia em transformação
Com uma economia derivada do fluxo comercial da Praia Grande no período colonial, passando por ciclos industriais não consolidados no pós guerra (arroz, babaçu e algodão) e por grandes empreendimentos (Alumar, Vale, Tegram, MPX Itaqui/ENEVA, Porto do Itaqui, entre outros), São Luís, nos 408 anos, detém oportunidades no setor de serviços, logística portuária e negócios de base inovadora e tecnológica, mas ainda tem o comércio com expressiva força.

O crescimento do setor de serviços está entre as tendências de negócios com boas perspectivas de crescimento, segundo o economista e secretário municipal de Planejamento, José Cursino Raposo Moreira.

“Sendo São Luís uma cidade prestadora de serviços na sua condição de capital, de um modo geral, vemos como tendência o crescimento de atividades de prestação de serviços e, de modo especial as de base tecnológica”, analisa o secretário. “No setor de serviços, estão atividades muito viáveis em uma cidade como São Luis, onde o comércio continua a ser um forte ativo”, completa Cursino Moreira.

Além disso, o secretário também aponta outros segmentos com potencial de crescimento em decorrência de infraestrutura já instalada na capital e entorno, como exemplo a Estrada de Ferro Carajás, as plantas da Alumar e Vale e o Complexo Portuário de São Luís, com ênfase no Porto do Itaqui.

“Aproveitando suas características naturais, São Luis já conta com alguma infraestrutura implantada, como a ferrovia Carajás que chega até nós; o complexo portuário de Itaqui e a planta da Alumar, o que abre boas oportunidades no ramo da logística”, frisa o secretário.

Oportunidades
Outro importante catalisador de oportunidades, na opinião do secretário, seriam negócios de base tecnológica e a economia criativa. “Entendo que, em função do Centro de Lançamento de Alcântara, atividades de base científica e tecnológica também se tornarão muito viáveis na capital, sendo possível pensarmos em um setor industrial fornecedor de materiais, peças e equipamentos para a indústria aeroespacial, como algo que pode vingar aqui. De outro lado, temos uma expressiva base de universidades, institutos tecnológicos e de pesquisa, que viabilizariam esse setor”, argumenta ele, ressaltando que segmentos ligados ao entretenimento, economia criativa, saúde, intermediação financeira e bancária, no âmbito da cultura e do lazer e o turismo complementam esse leque de oportunidades em São Luís.

Conforme o diretor Técnico do Sebrae no Maranhão, Mauro Borralho, o Sebrae está atento a essa transformação e tem buscado se adaptar às novas necessidades do mercado. “O Sebrae também está passando por um momento de transformação. Já vínhamos trabalhando pela transformação digital da instituição, o que foi acelerado pela pandemia. Estamos disponibilizando um mix de serviços e produtos para preparar melhor o empresário, promover o acesso ao crédito, para atuar apoiando o candidato a empresário, que vai abrir seu negócio por oportunidade ou por necessidade e, principalmente, levar conhecimento aos empresários visando melhorar a competitividade e produtividade da economia da capital”, comentou Borralho.

“Hoje temos diversos canais de atuação digitais e presenciais para melhor atender as necessidades dos empresários maranhenses, seja com consultoria para melhorar os processos, produtos e serviços oferecidos por eles ao mercado, seja com cursos para prepará-lo ou aperfeiçoá-lo para enfrentar os desafios que estão postos ou na organização de eventos virtuais ou não para permitir canais de interação. Esse processo de transformação do Sebrae é muito dinâmico e ainda não terminou. Estamos em busca de melhoria contínua", completou o diretor técnico do Sebrae no Maranhão.

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