Pandemia

Em meio à pandemia, nascem novos negócios no Maranhão

Os chamados filhos da pandemia são empresários que investiram em meio à crise: conheça histórias inspiradoras de negócios que nasceram e têm crescido graças ao isolamento social para a prevenção do coronavírus

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Diego Henrique Matos, professor  da Estácio: forma de adaptação ao meio
Diego Henrique Matos, professor da Estácio: forma de adaptação ao meio (professor ceuma)

São Luís - Depois de quase quatro meses com as portas da loja de roupas fechadas, Joana Cristina quase não acreditou quando viu a situação das peças ao reabrir a loja. “Muitas roupas foram danificadas pelo mofo, tive que jogar fora. Agora, estou investindo em promoções para tentar diminuir os prejuízos de tantos meses fechada. Só não tive mais danos porque o estabelecimento é meu, caso fosse alugado já teria fechado a loja”, desabafa.

Agora que voltou a funcionar, a pequena empresa de Joana Cristina segue buscando fôlego para se manter em atividade, mas não tem sido nada fácil. Nem para Joana nem para milhões de outros empresários, que adiaram, interromperam ou, até mesmo, cancelaram de vez os planos e estratégias em 2020, por causa da crise causada pela pandemia do novo coronavírus. Sem ter como funcionar, ainda que por alguns meses, diversos negócios foram encerrados Maranhão afora.

Com o impacto negativo da crise em tantos segmentos, o Dia do Comerciante (16 de julho), este ano será marcado por memórias antagônicas. É que, se a pandemia trouxe prejuízos para alguns, para outros, veio a oportunidade de montar o próprio negócio.

Foi exatamente o que fez o empresário Márcio Freire que, há pouco mais de um mês, criou um delivery de cestas e comidas regionais. A ideia surgiu num período que deveria ser de muita festa no Maranhão. “Esse momento em que não teríamos as festas juninas e com as pessoas em casa, ociosas, foi quando enxergamos nossa oportunidade. Esse já era um projeto que tinha em mente, mas só se concretizou na pandemia e tem dado muito certo”, revela o empresário que, com ajuda da mãe, entrega o sabor da culinária nordestina por meio de sacolas e cestas personalizadas.

Negócio próprio

A dona Maria de Fátima foi mais uma que enxergou na crise a chance de montar o próprio negócio. A comerciante informal do bairro Sol e Mar passou a vender lanches na porta de casa e, com o dinheiro, mantém a família. “Estou desempregada há algum tempo e a situação já estava ficando muito difícil, foi então que decidi vender bolos caseiros na porta de casa. Já deixo todos embalados para serem consumidos, o cliente só escolhe o sabor pelo Whatsapp, eu separo e ele vem buscar na porta de casa, sem contato”, conta entusiasmada.


Segundo uma pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), cerca de 602 mil empresas fecharam as portas no Brasil recentemente por conta da crise do coronavírus. Ainda de acordo com a pesquisa, 10,1 milhões de empresas pararam de funcionar temporariamente, sendo 2,1 milhões por decisão da empresa e 8 milhões por determinação de governo.


A pesquisa mostra também que 4,2 milhões de empresas estão em situação financeira ruim.

O especialista em Economia e professor do curso de Administração da Estácio São Luís, Diego Henrique Matos Pinheiro, avalia a alternativa como forma de adaptação ao meio. “Estamos vivendo tempos difíceis e todo mundo precisa se adaptar ao novo cotidiano. É num momento mais difícil, como o cenário de crise, que soluções inovadoras surgem”, lembra.

O especialista defende que, independentemente de um Microempreendedor Individual ou, até mesmo, uma pequena empresa, é preciso que a inovação seja uma meta constante. “Inovar não é necessariamente implementar uma nova tecnologia, mas criar uma nova maneira de lidar com um problema, oferecendo uma solução rápida e que atenda às necessidades dos clientes. Assim, seu negócio pode sobreviver a tempos difíceis sempre”, atesta o economista.

Incentivo

Em meio à crise econômica vivida em todo o país, se tem algo que todo empreendedor precisa é de incentivo. Atento às necessidades dos comerciantes locais, o Grupo Mateus estudou e identificou profissionais que tiveram as atividades interrompidas em razão da pandemia e os presenteou, de surpresa, com carrinhos personalizados para a produção e venda de lanches, além de um cartão Cred Nosso, com crédito de R$500,00 para a compra de insumos.

Através das doações, Dalila Marinho e Rosicleia Gomes renovaram as esperanças em seus negócios, que, segundo elas, não voltariam a funcionar por falta de recursos. “Como manter minha venda de lanches se não tinha de onde tirar dinheiro para comprar os materiais? Ou eu comia ou vendia. Agora, com o incentivo meu negócio vai continuar funcionando e, bem melhor que antes”, revela Rosicleia Gomes.

Saiba mais

Dinheiro de menos, problemas demais

Segundo uma pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), cerca de 602 mil empresas fecharam as portas no Brasil recentemente por conta da crise do coronavírus. Ainda de acordo com a pesquisa, 10,1 milhões de empresas pararam de funcionar temporariamente, sendo 2,1 milhões por decisão da empresa e 8 milhões por determinação de governo.

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