Animais de estimação

Pets começam a retornar à rotina de passeios e tosa

Apesar de já estarem liberados para passear com os animais e levar ao petshop, muitos donos estão voltando aos poucos à rotina e optam por medidas criativas

Bárbara Lauria / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Princesa engordou durante o período de isolamento social; Anakin ganhou brinquedos para gastar energia
Princesa engordou durante o período de isolamento social; Anakin ganhou brinquedos para gastar energia (Pets)

São Luís – Ficar em casa durante o isolamento social tem sido um desafio não só para os humanos, mas também para os animais de estimação, que já estavam habituados a uma rotina de passeios e brincadeiras com outros bichos. Contudo, com a recente flexibilização das medidas de isolamento que São Luís está passando, aos poucos esses animais estão voltando a sua rotina, mas com medidas de prevenção.

O médico veterinário, Renan Nascimento, explica que não há perigo de contaminação dos pets pela Covid-19 e nem a transmissão dessa doença entre animais e humanos. De acordo com o médico, as medidas de prevenção, como evitar passeios, são para a segurança dos donos e não dos animais. “Vejo pessoas achando que se tocar em cachorros está contaminado, mas isso é folclórico. Já teve casos aqui de cachorros intoxicados porque o dono passou álcool neles e isso não é necessário”, contou.

Uma das medidas de prevenção contra a doença é evitar a saída de casa e o uso dos equipamentos adequados de proteção individual, como máscaras e álcool em gel. Isso resultou na rotina dos animais justamente por seus donos não poderem os acompanhar em passeios, e os petshops estarem abertos apenas para emergência. Contudo, com a flexibilização na capital maranhense que se iniciou em junho devido a redução de casos na cidade, os donos de pet podem retornar a essa rotina comum, com os devidos cuidados.

Estresse
O advogado Levi Hoyer Kayatt é dono das cadelas Princesa, Batatinha (Sem raça definida) e Amélie (Schitzu), e, de acordo com ele, a redução dos passeios e das atividades acabou causando estresse nos animais, principalmente na Princesa, que vivia na rua e foi resgatada por ele.

“Princesa está um pouco mais gordinha e estressada. Como ela é resgatada e viveu boa parte da vida na rua (adotamos ela já adulta), os passeios na rua eram o maior motivo de alegria dela. Já batatinha não, pois resgatamos ainda bebezinha, então não tem costume de passear na rua, só dentro de casa mesmo. A Amélie também não teve muita mudança pois é caseira, apesar de amar um passeio em shoppings praças e praia”, contou o advogado.

Com brincadeiras e passeios curtos em horários e lugares com pouca movimentação, Levi acabou encontrando uma forma de ajudar seus animais a não ficarem tão estressados. Agora, com a retomada da rotina, ele já percebe mudanças em seus pets. “Princesa voltou a passear na rua essa semana e ficou extremamente empolgada. Ela tem uma patinha que não funciona, então não se move tão bem, mas as ela estava saltitando de emoção”, contou. Ele também ressaltou que durante os passeios, ele segue todos os protocolos de segurança, como uso de máscaras e higienização.

Já a Pérola, cadela da raça poodle, tem tido os passeios de carro como uma alternativa para a redução de suas caminhadas. “Como a área da nossa casa é um pouco grande, ela consegue se divertir, porém, lógico que sentiu falta dos passeios, mas sempre que podíamos, levávamos ela para dar uma volta de carro”, contou Dandara de Carvalho, pedagoga e dona de Pérola. Ela também ressaltou que apesar da flexibilização, pérola ainda se mantém na mesma rotina do isolamento, com passeios reduzidos e atividades dentro de casa para que possa liberar energia.

“Os animais raramente apresentam distúrbios. Muitas vezes eles apresentam um ato condicional como o estresse e latidos nos horários em que normalmente passeiam para chamar a atenção dos donos”, ressaltou Renan Nascimento. De acordo ainda com o médico veterinário, devido ao estresse e falta de atenção, o cachorro pode passar a urinar mais ou fazer suas necessidades em locais indevidos, como a cama do dono.

Para aliviar o estresse dos animais, o veterinário indica pelo menos dois passeios curtos por dia, de manhã e a noite, levar para banho e tosa, e a atenção e brincadeiras com seus donos. “O animal precisa tão pouco para acalmar. É só continuar com sua rotina de casa de antes da Covid”, concluiu o veterinário.

Gatos
No caso dos gatos, Renan Nascimento explicou que por eles serem mais caseiros há menos chances de estresses como os cachorros, mas é importante fazer brincadeiras para que eles possam gastar energia, como pendurar objetos ou dar brinquedos que costumam ser do interesse do gato.

Julinara Lopes, estudante, é dona do Anakin. O gato de 1 ano e 10 meses foi adotado e estava acostumado a passar parte dos seus dias sozinho e a sair para passear, contudo, devido a pandemia, agora ele tem passado mais tempo com sua dona o que, de acordo com ela, tem sido um fator positivo. Contudo, os passeios foram reduzidos e agora ocorrem apenas na garagem do prédio.

Para que Anakin possa gastar energia, sua dona criou brinquedos para que ele possa usar dentro do apartamento, como caixas com objetos pendurados e até mesmo uma rede para ele deitar. “A gente foi se virando e usando a criatividade. Criamos uma caixa com objetos pendurados, também faço alguns animais de artesanato e prendo em uma corda e corro com ele dentro do apartamento”, contou Julinara.

Já Sthefany de Paula Miranda, estudante, possuí seis gatos. De acordo com ela, Logan, Preto, Simba, Kimba, Mozinho e Mozi não estavam acostumados no começo da pandemia a verem sua dona todos os dias e, por isso, passavam a maior parte do tempo pedindo para brincar. Para distrair os animais e ajudar no gasto de energia, Sthefany comprou brinquedos e espalhou pela casa. “Nas primeiras semanas também foi difícil adaptar meu local de trabalho pois virou um novo local de dominação dele”, contou a estudante.

Higienização
Em relação a higienização dos pets, Renan Nascimento explicou que os banhos em petshops e até mesmo em casa, para os que já estão acostumados é o ideal. Ele também alertou para o cuidado com produtos, como o álcool, que podem causar intoxicação no animal.

No caso dos bichos de estimação que dormem na cama com o dono, o médico veterinário lembra da importância de um banho por semana, a tosagem do animal e a medicação contra fungos, carrapatos, verminoses e vacinas em dia.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.