Pandemia

Mais de 35% dos brasileiros se endividaram com diminuição de renda

Pesquisa realizada pelo aplicativo Mobills revela o impacto da crise no orçamento e especialistas dão dicas para diminuir os prejuízos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
(endividamento)

SÃO PAULO - O mês de março marcou o início da quarentena no Brasil e, com isso, foi registrado um nível recorde de efeitos na economia do país e nas finanças do brasileiro. De acordo com um levantamento realizado pela Mobills, startup de gestão de finanças pessoais, em maio, foi registrado um alto número de pessoas endividadas. O levantamento ouviu 1.215 usuários do aplicativo. Destes, 40,2% declararam que já tinham dívidas em atraso antes da pandemia do novo coronavírus e 12,7% adquiriram dívidas entre março e abril deste ano em decorrência da crise na economia.

Os principais motivos que levaram até essa situação foram diminuição da renda familiar (35,5%) e falta de controle dos gastos (34,5%). A startup também perguntou aos usuários se pretendiam negociar as contas em atraso, 30,7% disseram que pretendem fazer isso, enquanto 38,3% já tomaram essa atitude e renegociaram as dívidas.

O CEO e fundador da startup, Carlos Terceiro, explica que o momento demonstra a importância de cuidar das finanças pessoais, já que o número de inadimplentes deve crescer ainda mais nos próximos meses. "Quem tem uma reserva de emergência, provavelmente terá que recorrer ao uso dessa verba. Mas mesmo quem não tem e nunca se preocupou em planejar o orçamento deve aproveitar o momento para fazer isso. Com organização e tomando algumas atitudes, é possível diminuir os prejuízos financeiros da pandemia", explica.

Ele indica que a primeira ação para não perder os controle das finanças é fazer uma avaliação completa sobre a vida financeira. Começando pela análise da renda, se ela diminuiu, foi totalmente cortada ou se há perspectiva de sofrer alteração nas próximas semanas. "Baseado na renda, é necessário analisar as despesas e gastos para entender quais poderão ser reduzidos. Alguns gastos como saídas para lazer não ocorrerão neste período, porém, os gastos fixos, como água, energia e gás, tendem a aumentar no período. Por isso, é importante balancear as contas para que as finanças não fujam totalmente do controle", diz Carlos.

Segundo Luiz Henrique Garcia, CEO da QuiteJá, plataforma digital de renegociação de dívidas, o momento de incertezas pela qual o mundo passa requer mais atenção e cuidados redobrados ao efetuar qualquer tipo de compra. "Neste momento, podem surgir inúmeras dúvidas sobre como lidar com as finanças. A insegurança é ainda maior para aqueles que têm empregos informais. É fundamental analisar cada detalhe na hora. O ideal é fazer uma economia de recursos para tentar efetuar a compra pagando a vista. Se não tiver jeito, negociar uma entrada do valor para abater o restante dentro do seu orçamento, evitando assim ficar no vermelho", declarou.

Ainda segundo o especialista, na contramão deste cenário, muita gente segue procurando renegociar suas dívidas e deixar o nome limpo na praça. "Dívidas como cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro e cartão de crédito, seguem sendo a dor de cabeça da população em geral. Devido a isso, muita gente tem procurado organizar as finanças. Na QuiteJá registramos aumento de demanda de 35%. Estamos nos aproximando de 2 milhões de boletos pagos mesmo vivendo essa pandemia. Ou seja, a população ficou mais crítica quanto a efetuar qualquer tipo de compra sem analisar o cenário", concluiu.


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