São Luís - De acordo com um estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Pernambuco, as taxas de incidência da covid-19 em estados do Norte e Nordeste tiveram um maior crescimento quando comparadas num primeiro período até meados de abril com o acumulado até meados de maio. A taxa de aceleração nessas regiões foi muito acima do resto do país.
A análise foi feita a partir de dados disponíveis na plataforma Covid-19 no mundo, no Brasil e em Pernambuco. O pesquisador, Wayner Vieira, apontou que existiu um maior deslocamento da incidência da Covid-19 entre os estados brasileiros e sinaliza para uma provável influência, nessa trajetória, das desigualdades sociais e da vulnerabilidade das condições de vida nas áreas mais pobres do Brasil.
Foram 13 estados situados nessas duas regiões que tiveram crescimento dessa taxa de casos por milhão de habitantes aumentando mais do que a média brasileira. No Tocantins e Sergipe, o aumento foi de quase 50 vezes, somente em maio. No Alagoas, Pará, e Paraíba, o crescimento foi de 20 vezes. Já em Roraima, Piauí, Acre, Maranhão, Amazonas e Amapá, a taxa de crescimento foi de 10 vezes. Roraima, Ceará e Pernambuco viram a taxa ser multiplicada por 9.
Até 19 de abril, dos dez estados com a maior taxa de casos por milhão de habitantes, destacavam-se três da região Sudeste (SP, RJ e ES) e uma unidade do Centro-Oeste (DF), quatro do Norte (AM, AP, RR e AC) e dois do Nordeste (CE e PE). Essa lista incluía os locais com maior Produto Interno Bruto (PIB) entre as unidades da federação (SP, RJ e DF).
Quando se observa o período até 19 de maio, dos dez estados com maior taxa, nove pertencem às regiões Norte (AM, AP, RR, PA e AC) e Nordeste (CE, PE, MA e SE) e o único do Sudeste passa a ser o Espírito Santo. O que demonstra a necessidade de atenção para os estados com menos recursos, de forma a conter o crescimento da doença.
“Esse crescimento acelerado no Norte-Nordeste não pode ser explicado tão somente por questões de momento, existe uma lacuna de desenvolvimento nesses estados, refletida por exemplo pelo IDH (Índice de desenvolvimento Humano)”, explica Wayner. “O IDH reflete um passivo social, humano, existente. Os estados onde as taxas mais aumentaram são os mais pobres. Com a interiorização da covid-19 que está acontecendo, essa situação tende a ser observada com mais intensidade", afirmou o pesquisador.
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