Conversas

Reunidos, Maia e Bolsonaro falam em "encontrar pontos que os unem"

Presidente da República chamou o comandante da Câmara dos Deputados para um café para tratar sobre a crise causada pela Covid-19; antes disso, Bolsonaro fez críticas a Rodrigo Maia durante encontro com empresários

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Rodrigo Maia foi chamado pelo presidente Bolsonaro para um café, que acabou sendo uma reunião rápida
Rodrigo Maia foi chamado pelo presidente Bolsonaro para um café, que acabou sendo uma reunião rápida (Bolsonaro e Rodrigo Maia)

Brasília

Em encontro no Palácio do Planalto ontem, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ao presidente Jair Bolsonaro, que eles precisam "encontrar pontos que os unem".

Essa foi a primeira vez que os dois se encontraram pessoalmente após um longo período de confronto entre eles, com trocas públicas de farpas e com a participação reincidente de Bolsonaro em manifestações antidemocráticas e que contra Maia.

"O presidente da República desceu e me convidou para conversar e tomar um café. Aceitei, claro. Conversamos sobre o momento como cada um vem encarando essa crise. O que eu disse a ele é que deveríamos encontrar os pontos que nos unem. Claro que todos têm o mesmo objetivo que é que o Brasil consiga enfrentar a crise, mas também olhar o pós pandemia", afirmou Maia em coletiva de imprensa logo após o encontro que durou menos de uma hora.

O encontro foi articulado pelos ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Braga Netto (Casa Civil), a pedido de Bolsonaro, com o intuito de promover uma reaproximação entre os poderes, segundo fontes.

Maia deixou a sessão da Câmara realizada nesta tarde, e seguiu para o segundo andar do Palácio do Planalto para visitar o Centro de Operações da Casa, comandado por Braga Netto. Na sequência, foi para o terceiro andar, onde fica o gabinete do presidente da República.

"Deveríamos fazer esse debate em conjunto olhando o que temos de convergência", disse Maia sobre a conversa com Bolsonaro.

Maia afirmou ainda que demorou algumas semanas para responder o convite para o encontro com Bolsonaro, mas disse que sua obrigação, como presidente da Câmara, era manter o diálogo. "Foi esse o objetivo, mostrar que queremos soluções para os problemas dos brasileiros", disse. "Conflitos, brigas geram insegurança e perda da confiança da sociedade", afirmou.

Maia disse que falou para Bolsonaro sobre a pressão que há na Câmara para o adiamento do calendário do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e disse que o presidente se mostrou "sensível" ao tema. O ministro da Educação, Abraham Weintraub, é contra a mudança na data do exame.

Maia falou ainda sobre a reformas. "Reforma administrativa com relação dívida/PIB acima de 75% é outra reforma", disse. "Se o Brasil crescer 1% a 2% após crise, custo da dívida será muito ruim", afirmou.

Relação

Maia respondeu não ter tratado com o presidente Jair Bolsonaro, no encontro desta quinta-feira, sobre a aproximação do governo com os partidos do Centrão. "Não tratei dos partidos. Tratei da relação da Presidência da Câmara com o presidente da República. Nós queremos gerar convergência", disse.

Maia não quis comentar sobre as críticas de Bolsonaro a ele. "Vamos construir caminhos para sair da crise. Não vou responder", disse.

Críticas

Antes de reunir com Rodrigo Maia, o presidente Jair Bolsonaro fez críticas ao presidente da Câmara dos Deputados.

Na reunião virtual com empresários, Bolsonaro criticou, sem citar o nome de Rodrigo Maia, a posição do presidente da Câmara, favorável ao isolamento social, conforme recomendam especialistas e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Parece que quer afundar a economia, para ferrar o governo, para talvez tirar um proveito político lá na frente", disse Bolsonaro.

Mais

Em vídeo divulgado pela comunicação da Secretaria de Governo, Bolsonaro, sem máscara, encontra Maia, que faz uso da máscara, no corredor do terceiro andar do Palácio do Planalto. O deputado tenta cumprimentar o chefe do Executivo com o cotovelo, mas é puxado para um abraço. Ramos e Braga Netto, ambos sem máscaras, aparecem na imagem. O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) também chega, sem máscara, e cumprimenta Maia com o cotovelo.

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