Mortes por coronavírus

Sepultamentos aumentam na Ilha durante pandemia

De acordo com funerárias, com o crescimento do número de óbitos por Covid-19, a venda de caixões dobrou nas últimas semanas, como também o número de enterros nos cemitérios da Região Metropolitana de São Luís

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Enquanto serviços de sepultamento crescem os de velório têm queda devido à Covid-19
Enquanto serviços de sepultamento crescem os de velório têm queda devido à Covid-19 (sepultamento)

As funerárias relatam que a venda de urnas funerárias dobraram durante esse período de pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, como ainda já é registrado o aumento de sepultamento por dia nos cemitérios da Região Metropolitana de São Luís. Na noite do último dia 27, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que 20 pessoas morreram de Covid-19 em um intervalo de 24 horas, no Maranhão e, que em menos de 30 dias, já se contabilizava 145 óbitos.

Os agentes funerários, que são os responsáveis pela remoção do corpo, preparação, apresentação às famílias e sepultamento, declararam que a procura pelo serviço aumentou bastante, principalmente, nestas últimas semanas. O vendedor Marcelo Silva, da funerária Pax São Luís, na Jordoa, disse que anteriormente vendia por dia em torno de três a quatro caixões e, no momento, a venda dobrou.

Ele declarou que o estoque do produto está acabando e a direção da empresa está aguardando uma nova carga, que é proveniente do estado de Minas Gerais, que ficou de chegar nos próximos dias. “A maior parte das funerárias da Região Metropolitana de São Luís recebe urnas funerárias dos outros estados, como da Bahia, Piauí, Minas Gerais e São Paulo”, disse Marcelo Silva.

Ainda segundo o vendedor, no decorrer deste mês houve uma diminuição pela procura de formol. “Como a ordem dos profissionais da área de saúde é que seja sepultado o corpo em um espaço de tempo muito curto devido à pandemia, então, os nossos clientes não estão procurando muito pelo formol”, frisou.

Por sua vez, a Pax União também informou que a procura por urna funerária aumentou bastante neste mês, inclusive, tendo registrado uma demanda grande durante o último fim de semana. A empresa já solicitou uma nova carga de urnas que devem chegar no decorrer dos próximos dias, embora ainda haja disponibilidade para a venda como ainda os outros produtos funerários.

Sepultamento
Regina Salgado, que é gerente comercial do cemitério Jardim da Paz, na Estrada de Ribamar, informou que houve um aumento de 60% de sepultamentos por dia desde o começo deste mês. Enquanto a procura de urna funerária chegou até 90%. “Estamos no aguardo de mais urnas funerárias, mas ainda há esse produto na empresa, principalmente, caso de solicitação feita por um dos nossos associados”, disse a gerente comercial.

Manoel Oliveira, que é o administrador do cemitério Parque da Saúde, no Vinhais, informou que antes do período de pandemia eram sepultados de três a quatro corpos por dia, e agora chegam a ocorrer até seis sepultamentos. A direção do cemitério disponibilizou equipamentos de proteção aos coveiros para evitar qualquer tipo de contaminação. “A nossa equipe está trabalhando com segurança devido à pandemia”, frisou o administrador.

Os outros cemitérios da Grande Ilha, como o Gavião, no Centro; Pax União, em Paço do Lumiar; do Tibiri, Maracanã e Santa Bárbara também registraram aumento de sepultamentos no decorrer destas últimas semanas. Alguns deles, de acordo com a administração, dobrou o número de corpos sepultados por dia.

Os funcionários de funerárias também relataram que houve uma baixa pela procura dos salões de velório devido que uma boa parte dos óbitos ser por Covid-19 e o enterro deve ocorrer em um curto período de tempo. Na Grande Ilha há salões de velório, localizados na área do centro da cidade, no Anil, na Cohab, e muitos estão vazios.

Declaração de óbito
A Corregedoria Geral de Justiça do Maranhão (CGJ-MA) determinou a ampliação da estrutura de Atendimento no sistema de plantão de óbito dos cartórios de registro civil no Fórum Desembargador Sarney Costa, no Calhau, devido à procura pela emissão de certidões de óbito por mortes pela Covid-19. Somente, no último sábado, foram registrados 60 óbitos, enquanto, no dia seguinte, um total de 35, segundo dados da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Maranhão (Arpen-MA).

A juíza corregedora, Sara Gama, informou que há uma Portaria Conjunta do Conselho Nacional de Justiça e do Ministério da Saúde, reforçada pela Portaria de número 1.499/2020 da Corregedoria do Maranhão, de 2 de abril deste ano, que autoriza os agentes funerários e administradores pelos cemitérios que façam sepultamentos nos cemitérios, durante a pandemia de Covid 19, apenas com a Declaração de Óbito, da cor amarela, que é fornecida pelo hospital e assinado pelo médico que assistiu o paciente.

Como ainda o estabelecimento de saúde pode mandar a Declaração de Óbito para a CGJ-MA por e-mail institucional, já informado às secretarias de Saúde do Estado e do Município, e enviar também por correio eletrônico para o cartório de registro civil de pessoas naturais competentes.

Protocolo

As empresas funerárias preocupadas com o aumento da demanda e com os riscos decorrentes do novo coronavírus elaboraram um protocolo de procedimentos visando minimizar o risco de contágio durante atividades como remoção dos mortos, contratação do serviço funerário, preparação dos corpos, sepultamento e cremação. Segundo a Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (Abredif), há mais de 13 mil funerárias e o setor oferece mais de 350 mil empregos diretos em todo o país.

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