Covid-19

Máscaras para enfrentar o momento de pandemia

Entre máscaras caseiras e profissionais, população tem se prevenido depois que as autoridades sanitárias passaram a recomendar o uso desses objetos como uma das estratégias de proteção contra o coronavírus

Evandro Júnior / Da equipe de O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Demanda por máscaras de acetato e acrílico cresceu
Demanda por máscaras de acetato e acrílico cresceu (máscara)

São Luís - De um dia para o outro, a empresa especializada em comunicação visual Art Laser (@artlaser7), de propriedade de Aline Moreno, parou totalmente e ela foi obrigada a dar férias coletivas aos seus funcionários. Dias depois, surgiu a ideia de produzir máscaras de acetato e acrílico e o resultado foi surpreendente. A mudança de foco decorre da pandemia de coronavírus, que está obrigando a população a buscar proteção de diversas maneiras.

“Eu e meu marido passamos uma semana preocupados com a crise. Mas, de repente, tudo mudou. Os pedidos não param e já fabricamos mais de mil unidades”, conta a empresária, que comanda uma loja física no bairro Cohab e uma fábrica no Parque Araçagi.

A demanda por máscaras de acetato e acrílico, incluindo as do tipo “full face”, cresceu substancialmente em São Luís. Prova disso é que Aline Moreno precisou apelar para outros mercados em busca da matéria-prima, que praticamente desapareceu das prateleiras.

“Nós já estamos negociando com o Estado do Amazonas, porque aqui está em falta. Nunca havíamos fabricado máscaras de proteção antes, mas pesquisamos e pedimos orientação técnica para que não desse nada errado. E não deu”, revela a empresária, informando que tem feito entregas, principalmente, para profissionais da Odontologia, proprietários de panificadoras e restaurantes.

As máscaras de acetato são vendidas por R$ 25,00 (a partir de dez unidades, sai por R$ 18,00). Já as de acrílico estão sendo vendidas por R$ 85,00. Os pedidos também podem ser feitos por telefone: (98) 98876-7010. “Nós mesmos estávamos entregando, mas tivemos de terceirizar a entrega, devido ao aumento da demanda. O fato é que essa reviravolta nos pegou de surpresa, mas foi uma grata surpresa, em meio a um problema sério por que passa o Brasil”, diz.

Encomendas - Assim como Aline Moreno, a microempresária Jane Serejo, residente no bairro Parque Atenas e que trabalha com produção de lembranças para festas, mudou temporariamente de ramo. Ela também está recebendo encomendas de máscaras caseiras, face à crise do novo coronavírus e dos decretos estabelecendo o isolamento da população.

“Eu já fiz diversas e as encomendas não param. Tem gente comprando até para doar. E eu tenho aproveitado para ajudar as pessoas e, ao mesmo tempo, movimentar a minha renda, já que os outros setores da economia estão parados”, diz Jane Sereno, que para a produção das máscaras, segue as recomendações da Organização Mundial da Saúde.

Assim que começou a produzir as “armas” de proteção contra a Covid-19, a microempresária deu início à divulgação do produto em seu perfil no Instagram (@jane_atelie). As máscaras são produzidas em tecido tricoline 100% algodão, em duas camadas, com elástico 0,5cm de diâmetro. “Procuro variar bastante, produzindo máscaras estampadas, lisas, em xadrez, coloridas, listras, para adultos e crianças”, detalha a maranhense, que vende cada unidade por R$ 6,00.

Em todo o Brasil, a falta desses equipamentos de proteção no modelo descartável vem se agravando. Ao mesmo tempo, vem se abrindo uma janela para a produção de itens de proteção, após o Ministério da Saúde recomendar que todos, inclusive os assintomáticos, passem a usar a peça no dia a dia. E não falta criatividade na confecção. As peças acabaram ganhando um ar mais moderno e sua customização está incentivando o uso, até por quem não estava querendo aderir.

Ana Caroline Ferreira, que mora no bairro Cohab, aproveitou a moda das máscaras caseiras para aumentar a renda familiar. Ela, que comanda a @print_estampaslz, já produziu mais de 100 unidades. “Nós estamos produzindo máscaras caseiras para adultos e crianças. Aos poucos, as idéias vão surgindo e já produzimos, inclusive, máscaras estilizadas, que acompanham um laço da mesma estampa”, conta.

Na casa de Antônia Maria Moreira, que mantém um ateliê onde comercializa diversos materiais para decoração de residências, os dois filhos estão ajudando a acelerar o trabalho de produção dos cobiçados e úteis objetos. A alta demanda fez com que eles se dividissem nas tarefas: enquanto ela vai costurando, o filho dobra o tecido que retorna à maquina de costura e a filha contribui na finalização.

“A gente brinca dizendo que parece uma pequena fábrica. Começamos a divulgação em meio a nossos amigos, pelas redes sociais e a notícia foi se espalhando. Foi aí que criamos um perfil no Instagram (@mascaraslz). Produzimos em diversas estampas e conforme o gosto do cliente. Quando o cliente mora mais perto, nós vamos entregar. Quando não, ele vem apanhar”, explica Joelson Moreira, filho de dona Antônia Maria.

Além das máscaras em cores tradicionais (branco, azul e verde), os empreendedores têm apostado em estampas para agradar ao público. Personagens de cartuns, bichinhos, super-heróis, bichinhos e monstros são apenas algumas das dezenas de opções disponíveis no mercado.

Segundo o médico clínico geral Francisco Veras Júnior, é importante lembrar que a máscara é apenas um elemento adicional a todas as recomendações de distanciamento social e higienização, indicadas pelas autoridades sanitárias. Elas são recomendadas em várias situações, como por exemplo, idas ao supermercado, farmácia e banco.

“Desaconselha-se seu uso por mais de duas horas, porque existem evidências de que a umidade gerada pela respiração através da máscara pode ajudar na contaminação do usuário. Frisa-se, também, que a máscara é um objeto pessoal, não podendo ser compartilhado”, frisa Francisco Veras.

n O uso da máscara caseira é individual, não devendo ser compartilhada entre familiares e amigos. A máscara deve ser usada por cerca de duas horas. Depois desse tempo, é preciso trocar. Então, o ideal é que cada pessoa tenha pelo menos duas máscaras de pano.

nUse a máscara sempre que precisar sair de casa. Coloque a máscara com cuidado para cobrir a boca e nariz e amarre com segurança acima das orelhas e abaixo da nuca, para minimizar os espaços entre o rosto e a máscara.

nEnquanto estiver utilizando a máscara, evite tocá-la, não fique ajustando a máscara na rua. Saia sempre com pelo menos uma reserva e leve uma sacola para guardar a máscara suja, quando precisar trocar. Troque a máscara a cada duas horas ou sempre que apresentar sujeira ou umidade.

nEm casa, remova a máscara pegando pelo laço ou nó da parte traseira, evitando de tocar na parte da frente. Lave as máscaras usadas em diluição de água e água sanitária. A proporção de diluição a ser utilizada é de 1 parte de água sanitária para 50 partes de água. Por exemplo: 10 ml de água sanitária para 500ml de água potável. Deixe de molho por cerca de 30 minutos e depois lave com água e sabão.

Fonte: Agência Brasil

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