Adaptação

Maranhenses oram e fazem atividade física durante o isolamento social

Corredores de rua estão praticando a atividade dentro de casa, como alternativa ao isolamento; inclusive, um atleta maranhense lançou um desafio de corrida estacionária durante 8 horas

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Professora Ana Maria está fazendo curso online e orienta seus catequizandos com mensagens de incentivo
Professora Ana Maria está fazendo curso online e orienta seus catequizandos com mensagens de incentivo (curso online)

O isolamento social está sendo uma alternativa do poder público para conter a disseminação do novo coronavírus não apenas no Brasil, mas em vários países afetados pela doença, que já infectou mais de 640 mil pessoas e matou pelo menos 30 mil no mundo. Os maranhenses estão aproveitando o momento em suas casas para realizar diversas atividades. Muitos dedicam o tempo nos lares para fazer orações sozinhos ou em família. Outros preferem fazer exercícios físicos, como a corrida estacionária.

A professora Ana Maria Melo Costa, que leciona em duas escolas em São Luís, fazia na academia, antes do isolamento social, pilates, conjunto de exercícios realizados no solo ou em equipamentos exclusivos, cujo objetivo é o total controle e conexão entre corpo e mente. No entanto, como a situação exigiu o recolhimento em casa, devido ao avanço da pandemia do coronavírus no Maranhão, houve uma mudança na rotina. Ela está praticando os movimentos do exercício em sua residência.

“Desde o dia 18 de março, estou vivenciando o isolamento social. Estou tentando desenvolver ao máximo as atividades externas, do meu dia a dia, dentro de casa. Faço, por exemplo, alongamentos, mas só os que a nossa professora de pilates nos orientou, pois nem todos os exercícios podem ser feitos em casa, uma vez que necessita da supervisão dela”, comentou Ana Maria, que é formada em Pedagogia pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Com relação ao trabalho pedagógico, ela está enviando atividades à direção de uma das escolas onde leciona. Essas tarefas são encaminhadas aos alunos.

Além disso, a professora está fazendo um curso online voltado para docentes, por meio da plataforma da escola, conforme orientação da coordenação pedagógica, para aperfeiçoamento dos estudos. Mas Ana Maria Melo Costa, que nasceu na cidade de Santa Rita/MA, não cuida apenas do corpo e da mente, como, também, do aspecto espiritual. Ela é catequista da Igreja Nossa Senhora de Fátima, que faz parte da Paróquia de Santa Terezinha, cuja matriz fica no bairro Filipinho, em São Luís.

“Sou muito ativa dentro da Igreja Católica. Então, estou rezando em família aqui em casa. E, uma vez por semana, envio uma mensagem de incentivo e fé aos catequizandos da comunidade, por meio do WhatsApp, para que não percam a esperança de que venceremos essa pandemia juntos”, pontuou a pedagoga.

Leitura e alimentação
Outras pessoas estão aproveitando o isolamento social para ler mais, como a estudante de Direito Gabriella Pereira, que reside em São Luís. Ela, que trabalha na área de Marketing e Publicidade em uma empresa, disse a O Estado que apresentou alguns sintomas de gripe, e, por conta própria, decidiu ficar em casa, para repousar. De acordo com a jovem, o tempo no lar está sendo dedicado, também, para mudar os hábitos alimentares, a partir da ingestão de frutas, legumes e verduras.

“Estou lendo as obras que estavam acumuladas nas prateleiras. Então, é o melhor momento para colocar a leitura em dia. Sabe aquele toque que não damos no dia a dia? Pois é, estou aproveitando para arrumar a casa aos poucos. Estou mantendo uma alimentação equilibrada, sem excessos, que podem fazer mal a minha saúde. Estou evitando aquelas porcarias que, geralmente, comemos quando estamos estressados ou passamos muito tempo em casa”, declarou Gabriella Pereira.

Atividade intensa
Alguns praticantes de atividades físicas continuam se exercitando nas ruas, como pode ser observado na Av. Litorânea ou nas imediações do Ginásio Castelinho. Isso não é proibido em época de isolamento social, desde que não seja feito em grupo de pessoas, para evitar aglomeração, que favorece a transmissão do coronavírus. Por outro lado, corredores profissionais, como Francisco Cardozo, de 39 anos, mudaram sua rotina e estão treinando apenas em casa, como ele relatou a O Estado.

“Faço parte de um grupo de corrida muito conhecido aqui em São Luís e como não podemos estar aglomerados, cada membro está fazendo seu treinamento sozinho”, destacou Francisco Cardozo, que treina todos os dias em sua residência, à noite, a partir das 20h. Ele faz flexões, agachamentos, levantamento de peso e corrida em um espaço físico pequeno, de aproximadamente 10 metros. “Estou torcendo para que todos nós superemos essa crise mundial com muita fé. Tenho certeza de uma coisa: vai dar tudo certo”, assinalou o atleta.

Outro atleta maranhense que modificou a forma de treinar é o ultramaratonista José Gomes da Silva, 62, que faz corrida de todos os tipos, incluindo as de aventura, de orientação e cross country (caracterizam-se por corridas realizadas em percursos gramados e que podem contar obstáculos naturais que devem ser ultrapassados pelos atletas, sendo admitido até um pequeno curso de água). Ele criou um grupo de corrida de trilhas, mas também faz parte de outro, que inclui outras modalidades, como a de rua.

Nesse isolamento social, o atleta lançou um desafio para os corredores do Maranhão: fazer, durante 12 horas, uma corrida estacionária, que consiste em praticar os movimentos com as pernas e braços sem que a pessoa saia do lugar. Primeiramente, ele realizou o exercício em seu domicílio, iniciando às 20h de um dia e concluindo às 8h do outro. “Nessa quarentena, procurei motivar o grupo para a prática de atividades aeróbicas, pois a maioria das pessoas está fazendo exercícios em casa, como a corrida, entre quatro paredes. Procurei demonstrar para os colegas essa possibilidade”, salientou José Gomes.

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