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Apesar de decretos do governo, praias ainda concentram pessoas

Na Praia de São Marcos e na Praia do Meio, pessoas surfavam e faziam caminhada em grupo, o que favorece a transmissão do coronavírus

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Praias estão sujas, mas há movimentação de pessoas na orla, apesar da necessidade de isolamento social
Praias estão sujas, mas há movimentação de pessoas na orla, apesar da necessidade de isolamento social (Praia)

Apesar dos decretos do Governo do Estado, que resultaram no fechamento de comércios, shoppings e outros estabelecimentos, algumas pessoas continuam se aglomerando em locais públicos da Região Metropolitana de São Luís. Nas praias, por exemplo, ainda há uma grande concentração, como verificou O Estado. Às margens da Avenida Litorânea, famílias estão até “acampando” na faixa de areia, como se uma pandemia de coronavírus não estivesse causando infecções e mortes no mundo.

Na Praia de São Marcos, várias pessoas foram flagradas tomando banho no mar. Para piorar a situação, isso estava sendo feito em grupo. Um casal colocou cadeira reclinável e toalha na faixa de areia, para curtir o momento. Outra situação verificada foi a presença de muitos surfistas, que praticavam a modalidade em aglomeração. A concentração de frequentadores na orla marítima está sendo mais constante durante os fins de semana, segundo declarações de flanelinhas que trabalham na região.

No calçadão da Avenida Litorânea, grupos de ciclistas e de corredores são comuns nesse período de isolamento social, fato que não contribui para a contenção da Covid-19 no Maranhão. Essas atividades, segundo infectologistas, não são proibidas nesse período de isolamento social, mas devem ser feitas sem a formação de grupos. Na Praia do Meio, famílias foram vistas brincando no calçadão, incluindo crianças. Também foram observadas pessoas banhando na água salgada, bem como outras que estavam surfando.

Sujeira nas praias
Outra situação que chamou a atenção foi a sujeira nas praias. Na areia, há sacolas, garrafas plásticas, pedaços de pano e, principalmente, restos de plantas e galhos de árvores. Os entulhos não estão concentrados em um ponto, mas distribuídos pela extensão da orla. Apesar do lixo, as pessoas estão descendo para tomar banho no mar ou para sentarem nos locais onde os resíduos podem ser encontrados.

De acordo com o mais atual boletim de balneabilidade da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema), todas as praias da Região Metropolitana de São Luís estão impróprias para banho. O material, produzido a partir de análises do Laboratório de Análises Ambientais (LAA), refere-se à ação de monitoramento realizada no período de 17 de fevereiro deste ano a 17 de março. Foram analisadas amostras de 21 pontos distribuídos nas praias da Ponta d’Areia, São Marcos, Calhau, Olho d’Água, Praia do Meio e Araçagi.

Operação na orla
Devido à propagação do coronavírus, conhecido como Covid-19 ou SARS-CoV-2, donos de quiosques localizados em praias da Grande Ilha estão sendo orientados a não abrirem os estabelecimentos, a não ser na modalidade delivery, que ocorre quando o cliente recebe o produto em sua casa. Além disso, equipes de fiscalização estão desfazendo jogos de bola na faixa de areia, como ocorreu na Praia da Ponta d’Areia. O objetivo é impedir que a doença avance na região metropolitana, ainda mais porque o status, dado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), é de pandemia.

A ação está sendo feita pelo Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMA) e Guarda Municipal, na orla marítima da capital maranhense, mas com abrangência na Grande Ilha. O trabalho de fiscalização começou no último dia 22 de março, na Praia da Ponta d’Areia, onde um grupo de jovens teve que cancelar uma partida de futebol depois que as equipes intervieram. Lá, também houve a retirada de barracas, que estavam sendo montadas na faixa de areia. Nesses locais, é comum a reunião de muitas pessoas, sobretudo aos fins de semana.

Segundo guardas municipais e bombeiros militares, a maioria das pessoas que insistem em se reunir nas praias são jovens. “Eles alegam que, por serem ainda novos, não contrairão a doença. Isso é um erro gravíssimo e demonstra, além de ignorância sobre o assunto, um descomprometimento pelos outros. Todos sabemos, por exemplo, que os pacientes assintomáticos, por mais que não sintam nenhum desconforto no corpo, podem transmitir o vírus. Então, é importante ter o pensamento coletivo”, expressou um profissional do CBMMA.

OUTRAS FISCALIZAÇÕES

Depois da Ponta d’Areia, a fiscalização foi realizada nas praias de São Marcos, Caolho, Olho d’Água, do Meio e Panaquatira. As equipes, em um primeiro momento, saíram nas viaturas alertando os frequentadores sobre a importância de evitar aglomeração. Isso foi feito por meio de alto-falantes instalados nos veículos. Mas, passada essa etapa, os militares e guarda municipais desceram e orientaram os banhistas que saíssem da água e que não se agrupassem, pois essa conduta favorece a transmissão do coronavírus. Na Praia do Caolho, uma família teve que sair da faixa de areia, pois estava se deslocando em direção ao mar. De acordo com o coronel Célio Roberto, comandante do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão, o intuito das operações é evitar a concentração do público nesses locais onde, frequentemente, ocorre o acúmulo de pessoas. “As ações são voltadas para esse alerta acerca dos riscos de aglomeração nesses ambientes que possuem essa rotina. Com as abordagens diretas, a intervenção ganha uma dimensão mais preventiva”, explicou o oficial da corporação. Segundo o coronel, em caso de descumprimento das recomendações, a pessoa pode responder por desobediência civil, uma vez que existe um decreto, publicado pelo Governo do Estado, sobre as restrições referentes ao Covid-19.

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