Solidariedade

Solidariedade e uma dose extra de empatia em tempos de coronavírus

Com a pandemia do novo coronavírus, especialmente idosos, crianças, gestantes e pessoas com imunodeficiência são orientadas a não sair de casa

Daniel Matos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Psicóloga Celiane Chagas, do Hapvida, diz que muita gente está pondo a empatia em prática durante a pandemia
Psicóloga Celiane Chagas, do Hapvida, diz que muita gente está pondo a empatia em prática durante a pandemia (celiane hapvida)

O avanço do novo coronavírus alterou radicalmente a rotina das pessoas em todos os lugares do mundo. No Maranhão, além de estabelecer critérios de isolamento e quarentena para pacientes com suspeita, idosos, gestantes, crianças e pessoas com imunodeficiência, o Governo do Maranhão decretou recentemente uma série de medidas para combater a propagação da COVID-19 (novo coronavírus), tais como a suspensão de atividades em estabelecimentos de ensino e a alteração do funcionamento de órgãos públicos pelo período inicial de 15 dias.

Se por um lado os grupos mais vulneráveis precisam evitar sair de casa ou ter contato com outras pessoas, por outro o que se vê é uma onda de solidariedade que tem ganhado força. “A minha motivação é ajudar o próximo diante da situação que o mundo enfrenta. Entendi que o pouco que posso fazer protegerá os moradores do condomínio onde moro”, revela Fernanda Cunha, idealizadora da ação que realiza compras para pessoas que fazem parte do grupo de risco em um condomínio em São Luís (MA).

No elevador, em vez de um comunicado formal, um bilhete bem diferente chama a atenção: "Posso ir ao supermercado para você?”. É com essa mensagem que a gerente de empresas e outros voluntários conseguem ajudar vizinhos impossibilitados de sair de suas unidades. “A ideia veio de um tio de uma amiga minha lá de Belo Horizonte (MG), que fez a mesma ação. Quando tomei conhecimento do que ele havia feito, fiquei refletindo sobre o quê e como eu também poderia fazer para ajudar o próximo diante dessa situação”, esclarece.

Ações como a de Fernanda já podem ser vistas em diversos outros lugares. Segundo a psicóloga Celiane Chagas, do Hapvida Saúde, essa reação para lidar com a pandemia tem explicação. “A doença trouxe uma sensação de fragilidade, vulnerabilidade e impotência nas pessoas, por ser uma condição que pode afetar a todos e afetar de forma fatal aqueles que estão no grupo de risco. Por isso, muitas pessoas estão colocando em prática a empatia, justamente por entender que a união nesse momento pode ser uma das principais estratégias para minimizar a proliferação do vírus”, ressalta a especialista.

Para mobilizar outros moradores nesse voluntariado, Fernanda usou as próprias redes sociais. “Já tínhamos um grupo de Whatsapp do nosso condomínio e aproveitei para convidar novos voluntários a se engajarem na causa. Rapidamente, comecei a receber várias mensagens de pessoas querendo ajudar e hoje já começamos a deixar os bilhetinhos na casa das pessoas que estão nos grupos de risco. Além disso, estamos dividindo nosso álcool em gel com nossos vizinhos que não têm, afinal, o produto se tornou escasso agora”, lembra.

A especialista Celiane Chagas destaca que a ação dos voluntários mostra claramente o significado da verdadeira empatia. “Pessoas empáticas percebem e entendem o outro sem que ele precise falar sobre a condição emocional e afetiva. Por isso, quando você se preocupa com o outro, automaticamente seu pensamento é voltado para seu núcleo familiar, ou seja, assim que eu quero que façam com os meus e é por isso que você faz pelo outro”, enfatiza a psicóloga.

Apesar da ação ter efeitos positivos, os voluntários ainda enfrentam o silêncio de alguns idosos. “Muitos idosos não pedem ajuda, então, é por isso que a gente continua abordando, indo atrás, porque poderia ser um pai, uma mãe, um avô meu. É isso que precisamos pensar, e lá na frente nós também seremos idosos, precisaremos de ajuda, por isso que precisamos fazer sempre o bem sem olhar a quem, independente de quem seja”, conclui com emoção.

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