Surto

26 casos de H1N1 e quatro mortes confirmadas este ano em São Luís

A Secretaria Municipal de Saúde (Semus) ressaltou que alguns desses casos são de pessoas oriundas não de São Luís, mas do interior maranhense

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
(H1N1)

Enquanto o coronavírus (Covid-19) está sendo motivo de preocupação da população maranhense, o que é compreensível, devido ao status de pandemia dado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), outra doença está sendo uma ameaça no estado: H1N1, também conhecida como Influenza A ou gripe suína. Somente em São Luís, foram registrados 26 casos este ano, com quatro mortes confirmadas, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Semus).

O secretário municipal de Saúde, Lula Fylho, em entrevista ao JMTV 1ª Edição, nesta quarta-feira, afirmou que “São Luís já vive um surto de H1N1”. Segundo informações da Semus, as quatro mortes foram confirmadas por laboratório. No entanto, outros três óbitos ocorridos na capital maranhense estão sendo investigados, pois existe a possibilidade de também terem sido provocados pela H1N1. A Secretaria Municipal de Saúde ressaltou que alguns desses casos são de pessoas oriundas não de São Luís, mas do interior maranhense.

Em um dos casos, morreu uma criança de apenas 2 anos, público considerado mais suscetível ao Influenza A. Ela foi diagnosticada com H1N1 e metapneumovírus. Esta última, que foi descoberta e descrita em 2001, está sendo relacionada a infecções no trato respiratório superior e inferior, em todas as faixas etárias, com quadros graves mais frequentemente associados a crianças menores que cinco anos, idosos e imunocomprometidos.

Vacina contra Influenza

No próximo dia 23 de março, será iniciada a campanha de vacinação contra a Influenza no Brasil, que foi antecipada, por conta da pandemia do coronavírus. Primeiramente, serão imunizados os idosos e os trabalhadores da área da saúde, que atuam na linha de frente do atendimento à população. A decisão do Ministério da Saúde é mais uma medida de proteção a esses públicos, uma vez que ataca diretamente os quadros de doenças respiratórias mais comuns, que, dependendo da gravidade, pode levar a óbito.

Outra preocupação é evitar que as pessoas acima de 60 anos, público mais vulnerável ao coronavírus, precise fazer deslocamentos no período esperado de provável circulação do vírus no Brasil. A priorização para essa faixa etária, nessa primeira etapa, mesmo diante da não eficácia da vacina de Influenza contra o Covid-19, é uma forma de auxiliar os profissionais de saúde a descartarem as influenzas na triagem e acelerarem o diagnóstico para a doença.

Além disso, o Ministério da Saúde considera os estudos e dados que apontam que casos mais graves de infecção por coronavírus têm sido registrados em pessoas acima de 60 anos. Na segunda fase da campanha, que começa dia 16 de abril, entram os professores, profissionais das forças de segurança e salvamento, além dos doentes crônicos.

A partir de 9 de maio, “Dia D” de vacinação, serão imunizadas as crianças de seis meses a menores de seis anos (5 anos, 11 meses e 29 dias), pessoas com mais de 55 anos, gestantes, mães no pós-parto (até 45 dias após o parto), população indígena e portadores de condições especiais. A campanha seguirá até o dia 23 de maio.

Crianças vulneráveis

Como as crianças pequenas convivem em ambientes fechados em parte significativa do tempo, a transmissão do vírus entre elas fica facilitada. Os bebês não amamentados ao seio são mais propensos a pegar a gripe do que os bebês que são amamentados. O risco de complicações da gripe H1N1 é maior em crianças menores. A aglomeração em berçários, creches ou salas de aula facilita a transmissão do vírus. A melhor maneira de protegê-las contra influenza sazonal e potenciais complicações graves é a vacinação anual, que é recomendada a partir do 6º mês de vida até os cinco anos.

Por essa razão, e principalmente em períodos frios, os cuidadores e professores devem estar conscientizados e capacitados para observar se, na creche ou escola, há crianças com tosse, febre e dor de garganta e informar aos pais quando apresentarem os sintomas sugestivos de gripe. Devem, também, notificar as autoridades de saúde caso observem um aumento do número de crianças doentes com gripe ou com absenteísmo pela mesma causa.

O contato entre elas deve ser evitado. Recomenda-se que a criança doente fique em casa, a fim de evitar transmissão do problema. O seu retorno às atividades só deve acontecer 24 horas após o desaparecimento da febre.

Prevenção ao H1N1

A prevenção da gripe H1N1 segue as mesmas regras da prevenção de qualquer tipo de gripe, que incluem: evitar manter contato muito próximo com uma pessoa que esteja infectada; lavar sempre as mãos com água e sabão e evitar levar as mãos ao rosto e, principalmente, à boca; sempre que possível, ter um frasco com álcool em gel para garantir que as mãos sempre estejam esterilizadas; manter hábitos saudáveis, alimentar-se bem e beber bastante água.

Além disso, outras recomendações são não compartilhar utensílios de uso pessoal, como toalhas, copos, talheres e travesseiros; caso haja indicação, utilizar uma máscara para proteger-se de gotículas infectadas que possam estar no ar; e evitar frequentar locais fechados ou com muitas pessoas.

Saiba Mais

Sobre H1N1

A H1N1 consiste em uma doença causada por uma mutação do vírus da gripe. Ela se tornou conhecida quando afetou grande parte da população mundial entre 2009 e 2010. Os sintomas da Influenza A são bem parecidos com os da gripe comum, e a transmissão também ocorre da mesma forma. O problema é que ela pode levar a complicações de saúde muito graves, podendo ser fatal. O vírus vive por duas a oito horas em superfícies. Lavar as mãos com frequência ajuda a reduzir as chances de contaminação.

Segundo a Organização Mundial da Saúde e o Center for Deseases Control (CDC), o centro de controle de doenças nos Estados Unidos, não há risco de esse vírus ser transmitido através da ingestão de carne de porco, porque ele será eliminado durante o cozimento em temperatura elevada (71º Celsius). Acredita-se que a H1N1 possa ser transmitida da mesma maneira pela qual se transmite a gripe comum. Os vírus da influenza se disseminam de pessoa para pessoa, especialmente por meio de tosse ou espirros das pessoas infectadas.

Algumas vezes, as pessoas podem se infectar tocando objetos que estão contaminados com os vírus da influenza e depois tocando sua boca ou o nariz.

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