Cerimônia

Carlos Gaspar assume a AML com desafio de manter contato com a juventude

Carlos Gaspar nasceu em Viana e ocupa a cadeira 26 da AML; ele substituiu Benedito Buzar, que ocupou a presidência da instituição durante nove anos

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Presidente Carlos Gaspar (2º à direita) e confrades na cerimônia de posse na AML
Presidente Carlos Gaspar (2º à direita) e confrades na cerimônia de posse na AML (Carlos Gaspar AML)

Retratos de escritores ns paredes e encantando quem os admiravam. No centro, uma cortina vermelha que passa a sensação de imponência literária. Foi nesse ambiente de intensa produção intelectual que Carlos Thadeu Pinheiro Gaspar tomou posse como novo presidente da Academia Maranhense de Letras (AML), onde ocupa a cadeira 26. O evento ocorreu na noite de quinta-feira, 12, na sede da instituição, Rua da Paz, Centro de São Luís. Ele substituiu Benedito Buzar, que deixou um grande legado na Casa de Antônio Lobo.

Com expectativa para um evento emocionante, devido à sua importância, a cerimônia começou por volta das 19h. Em pouco tempo, a Casa de Antônio Lobo ficou lotada. O movimento era de confrades e seus familiares, bem como de amigos e admiradores do trabalho de Carlos Gaspar, que já foi presidente da Associação Comercial do Maranhão (ACM). Entre abraços e palavras de agradecimentos, as pessoas comentavam sobre o papel da Academia Maranhense de Letras como uma instituição que, desde 1908, ano de sua fundação, oferece uma diversidade de obras ao público, cada vez mais conduzido à pesquisa.

As felicitações condizem com a atuação do novo presidente devido à sua jornada na AML. A história de Carlos Gaspar na Academia Maranhense de Letras foi mencionada durante a cerimônia, que começou com a tradicional abertura. Em seguida, houve a composição da mesa. Em sinal de respeito, os imortais e demais que compareceram ao evento cantaram o Hino Nacional Brasileiro. O momento seguinte foi o discurso de Benedito Buzar, que deixou a presidência da instituição após nove anos.

Em seu discurso, Benedito Buzar apresentou sua contribuição para a AML à frente da instituição e também desejou uma boa gestão ao empossado. “Depois de nove anos, que foram vivenciados com muita dedicação e atuação, está assumindo novo presidente. Acredito que pelo passado dele, pela figura que é, por onde passou, ele realizou um grande trabalho. Com certeza, disso não tenho dúvidas, será um grande presidente”, pontuou.

Para Buzar, o maior desafio de Carlos Gaspar será manter contato com a juventude. “Esse é o desafio de todas as academias, atualmente. Ele vai trabalhar em prol da cultura e da literatura do Maranhão”, completou.

Processo de modernização

Após o discurso de Benedito Buzar, a cerimônia teve prosseguimento com a declaração de posse feita por Sálvio Dino Jesus de Castro e Costa, que ocupa a cadeira 32 da AML. Depois, houve a leitura do Termo de Posse e a manifestação de Carlos Gaspar. O novo presidente comentou sobre os desafios, que são inerentes a qualquer gestão, devido à grandeza e representatividade da Academia Maranhense de Letras para a sociedade. As exigências, quando encaradas com maturidade, deixam a pessoa capacitada e com uma visão mais ampla sobre os fatos.

“A Academia está passando por um processo de modernização, que, na minha visão, é natural. Estou me inserindo nesse processo, que foi muito bem conduzido por Benedito Buzar”, declarou Carlos Gaspar. Para ele, a sua vivência como administrador irá ajudá-lo em sua atuação à frente da AML, em virtude não apenas da experiência, como, também, pela percepção de que é uma instituição com elevado valor cultural e literário.

“Uma coisa ajuda outra. Essa simbiose também é natural. O administrador ajuda o escritor e vice-versa. Não adianta ficarmos sonhando, mas também não adianta ficar só na praticidade”, mencionou o empossado.

Boas-vindas dos confrades

Durante a cerimônia, os confrades parabenizaram Carlos Gaspar e desejaram boa sorte em sua gestão como presidente da Academia Maranhense de Letras. José Carlos Sousa Silva, que ocupa a cadeira 33, disse que o empossado é um homem muito experiente, correto e honesto. “Ele vai desenvolver uma administração à altura das necessidades da Academia, que é uma instituição cultural. E vai fazer de tudo para desenvolvê-la mais ainda, em termos de evolução cultural, na consciência e coração de todas as gerações”, comentou.

De igual modo, o confrade Joaquim Haickel pontuou que Carlos Gaspar tem uma grande rede de amigos, o que favorecerá sua gestão. “Primeiramente, gostaria de saudar e agradecer os quase 10 anos de Buzar como presidente. Ele é uma figura ímpar. Quem conhece, sabe. Quem não conhece, deveria conhecê-lo. Foram momentos nem sempre fáceis, mas ele soube conduzir muito bem a instituição. Isso foi possível por meio de sua simpatia e círculo de amizades. Gaspar é igualmente competente e tem o respeito dos acadêmicos e da sociedade maranhense. Então, a expectativa é muito grande para o sucesso dele”, ressaltou.

Sobre Carlos Gaspar

Carlos Thadeu Pinheiro Gaspar ocupa a cadeira 26 da AML, tendo sido eleito em 14 de julho de 1994. Nasceu em Viana/MA, no dia 5 de dezembro de 1939. Ainda criança, transferiu-se, com a família, para São Luís, cidade em que fez sua formação educacional: cursos primário no Colégio Maristas (1946-50), ginasial no Colégio Maristas (1951 a junho de 1953, até a metade da 3ª série) e no Colégio de São Luís (ago.1953-54) e de técnico em Contabilidade na Escola Técnica de Comércio do Centro Caixeiral (1955-57).

Carlos Gaspar é bacharel em Direito (1963) pela Faculdade de Direito de São Luís; bacharel (1962) e licenciado (1963) em História e Geografia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade do Maranhão (atual UFMA), instituição de que foi professor. Lá, ele lecionou, ao longo de 16 anos, História da Antiguidade, História da Cultura, História do Maranhão e História das Religiões, de acordo com sua biografia disponível na Academia Maranhense de Letras.

Em seguida, dedicou-se às atividades empresariais, segmento do qual é uma das mais expressivas lideranças. Possui diversas outras honrarias, como a “Medalha La Ravardière”, da Prefeitura de São Luís, a “Medalha do Mérito Timbira”, do Governo do Estado, e a “Medalha da Ordem Timbira do Mérito Judiciário”, do TRT-16ª Região (no grau de comendador).

É membro também do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM). Ele é autor, dentre outros, dos livros “Caminhos Percorridos”, “Catedral de Emoções” e “O Sobrado Amarelo”.

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